CAPÍTULO TREZE

Comincia dall'inizio
                                    

— Não — admito. Estava pensando em assuntos mais importantes. — Desculpe.

— Você estava ai parada "tipo eu". — Ela riu. — Só dizendo "aham", "claro". Diz ai, o que é que atormenta sua vida?

— Eu acho que o Harry tá solteiro — murmuro baixo o suficiente só para Kim ouvir.

— Ai, Meu Deus — Kim tapou a boca com a mão. — Ele terminou com a Alice?

— É o que parece — eu disse. — Ele está solteiro. — Murmuro mais para mim mesma, do que para Kim, mas ela ouviu.

— Solteiro? — Ela elevou a voz. A olhei feio. — Tá, foi mal. Eu só tenho minhas dúvidas. Tão lindo assim não deve estar sozinho. Já reparou nele amarrando o tênis? Até nisso ele consegue ser sexy. E a voz? Já parou para escutar? É voz de quem acabou de acordar. Que voz é aquela, me dá até arrepios. Olha só. — Kim esticou o braço em minha direção tão rápido que eu não consegui nem pensar no que dizer. Ela puxou o braço de volta. — Imagina ele sussurrado?

Deus, tenha misericórdia da minha alma.

— Mas, agora — Kim continuou — surgiu oportunidade pra você. Finalmente. Aquela FPB — Feia, Perversa e Besta — não era pra ele.

— Não acho que isso seja motivo de comemoração — digo a ela. — Harry é um ser humano comum, merece amar e ser amado. Como pode ficar feliz com o fim do relacionamento de alguém? E se fosse o fim do seu relacionamento? E se os outros tivessem celebrando o fim do seu relacionamento, como se sentiria?

— Não vejo o que essa informação acrescenta na minha vida.

★★★

Sou uma sobrevivente.

As vezes quando tudo estava caminhando para o lado certo, eu achava que nada poderia dar errado, ai chega a hora do almoço e me mostra que pode piorar, sim.

Hoje poderia ser uma segunda-feira qualquer, sem muitas emoções como todas as outras, se amanhã não fosse dia de São Valentin. Toda a Northwestern estava em êxtase. Todos se envolveram nos preparativos para amanhã, alguns alunos confeccionavam cartões, outros discutiam sobre alguma coisa que não me interessava. E tinham os que pareciam estar alheios a tudo, como é o caso das E-más e do cachorrinho de estimação delas, que sentavam sempre na mesma mesa da cantina todos os dias.

Até a hierarquia havia dado uma trégua. Em dias normais existe uma hierarquia entre o corpo estudantil, onde os que ficam no topo são os populares; os Quaterbacks bonitões e as líderes de torcida. Quando se é como eu, que ama os livros e ir na biblioteca toda as quartas-feiras a noite, para o clube de literatura, debater clássicos como os livros de Edgar Allan Poe. Ou, como Kim, incapaz de tocar o mais simples dos instrumentos, mas possui uma coleção incrível de vinis, que vasculhamos nos leilões online. Está na base. Não junto com os inteligentes meio "isolados", mas debaixo da zeladora Cresswell, onde ficam os poucos conhecidos.

Hoje, não temos nada disso. Um grande dia, disse Kim.

Meu telefone toca me assustando, abafo uma exclamação de surpresa.

— Oi. — Atendo. Não contava com Kim me ligando de dentro da escola.

— Vai para o High Park amanhã, não vai? — Sua curiosidade quase transbordava pelo telefone.

— Talvez.

Ir para o High Park no dia de São Valentin era considerado lei entre os alunos da Northwestern. E se Kim iria, ela me persuadia a ir também. Ela sempre conseguia me convencer. Esse era o poder Stewat.

Perseguindo Estrelas Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora