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B e r n a r d o

Quando foi mais tarde eu e Samanta saímos para almoçar na casa da minha mãe. Assim que chegamos Isabela já tirou ela de mim e sumiu com a mesma.

- meu filho, pode me ajudar com a mesa? - minha mãe perguntou da cozinha.

- claro mãe, acho que ainda lembro do jeito que a senhora gosta. - sorri.

Peguei os pratos na cozinha e posicionei sobre a mesa, os talheres do lado, os copos, guardanapos e fui colocando as panelas no centro.

Minha mãe optou por comer na mesa do quintal, além da mesa ser maior, o dia estava muito lindo pra ser desperdiçado por nós.

- preciso dizer, sinto falta de vocês aqui. - ela disse se referindo a mim e a Bela.

Isabela era a melhor tia do mundo, sempre mimava e fazia tudo que Samanta queria. Minha irmã me ajudou muito no começo de tudo, e Samanta a adora como se fosse uma das mães dela, não esquecendo também do papel importante que minha mãe fez.

- eu também sinto falta de você, mãe. - beijei sua testa e a abracei.

- volta pra cá, fica comigo? - ela me olhou.

- não dá, eu preciso ficar lá, é a minha casa, a da Sam, é o nosso lugar. - sorri.

- tudo bem, mas eu quero que você venha mais aqui.

- mais? - ela me besliscou. - aí mãe. - ela riu. - tudo bem, eu venho sim.

- vamos comer crianças. - minha mãe gritou.

- a única criança sou eu, vovó. - nós rimos.

- já iam comer sem mim família? - Augusto apareceu e fez uma pose.

- claro que não meu amor, estávamos te esperando. - minha mãe disse.

- puxa saco. - disse e fingi uma tosse.

- ciumento. - minha irmã disse.

- cala a boca. - dei língua pra ela.

- muito maduro. - ela riu.

Samanta imitou meu gesto e começou a dar língua, levei um leve tapa da minha mãe e um esporro por fazer essas coisas na frente dela e depois todos nós rimos.

××

No final de tarde Samanta disse que queria cookies, então passamos no mercado e compramos algumas coisas, tanto para o jantar, quando para fazer os biscoitos. Samanta pegou o carrinho e saiu empurrando pelo mercado, até ela esbarrar em alguém.

- Samanta, meu Deus. - disse. - me desculpe, ela não sossega nunca.

- desculpa moça. - Sam pediu.

- tudo bem. - a mulher se virou. - ah, olá, senhor cobertura. - ela disse e sorriu.

- garota do 605. - sorri também.

Ficamos nos encarando por um tempo, até Samanta se pronunciar.

- você conhece ela, papai? - Sam perguntou.

- sim, ela mora no nosso prédio. - ela assentiu.

- oi pequena, tudo bom? - ela abaixou pra falar com Samanta.

- aham, a gente vai fazer cookies. - disse animada.

- que legal. - ela riu. - parece que vão ficar bons, eu adoro cookies.

- aham, papai cozinha bem. - ela gritou empolgada. - você quer fazer com a gente? - Sam sugeriu. - ela podia provar nossos cookies, chama ela, papai.

- Samanta, não, ela deve ter alguma coisa pra fazer, filha. - disse. - desculpa, ela é assim mesmo, não sabe o que fala.

- não, na verdade eu adoraria. - ela sorriu.

- sério? - disse surpreso.

- viu papai, ela não tem nada pra fazer. - Samanta disse mais animada que antes.

- tudo bem então. - disse gaguejando. - é, você deve estar comprando coisas pra você, então nos vemos lá? - ela concordou. - você vai lá, é, é só aparecer lá.

- okay, senhor cobertura. - ela riu. - até mais tarde pequena. - ela deu tchau.

Eu peguei nosso carrinho e fui pegar algumas coisas que faltavam.

- viu papai, achei uma nova amiga pra você.

- é, apenas uma amiga, Bernardo, relaxa. - disse pra mim mesmo. - nada demais.

× 

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