↝ Ato I - Cap. III: O Livro ↜

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Suspiro.

A ideia de levar o maldito livro comigo brotou em minha mente. Mas quem em sã consciência levaria um livro misterioso que caiu do nada na sua frente para casa? O bilhete estava do lado, as letras pareciam ultrapassar o limite da papel aparentemente rasgado de dentro do próprio livro.

O corredor estava vazio e as luzes iluminavam bem o corredor. O silêncio predominava, então agachei devagar e peguei o livro. O sinal soa alta e o enfio rapidamente dentro da mochila.

Em uma fração de segundo eu estava sozinho. As paredes estavam com musgos verdes e manchadas modo negro, as luzes piscavam como se a energia oscilasse. O chão estava cheio de água escura. Caminhei pelo corredor até alguns instantes bem iluminado. Tudo parecia sombrio e velho.

Então as luzes foram se apagando uma a uma, até o final do corredor. Tudo era uma imensidão negra até que eu os vi. Na luz fraca que vinha do corredor lateral de dava acesso ao pátio. Um enorme ser. Metade homem e metade bode. Seus chifres eram enormes e seus olhos eram de um tom avermelhado, como sangue.

Ele parou no fim do corredor. Suas mãos estavam estendidas em minha direção. Era como se ele me chamasse, queria que eu fosse com ele. O medo tomava conta do meu corpo e minhas pernas pareciam não estar ali. Então senti como se o corredor estivesse diminuindo e meu corpo se aproximasse do enorme homem bode que a cada segundo ficava mais perto de mim.

Eu estava no inferno? Era isso o que me aguardava? Mas quando eu estava a centímetros dele, sentindo a lufada de ar quente de suas vias respiro em meu rosto, senti algo subindo pelo meu corpo. Algo demoníaco.

- Daniel!? O que faz aqui a essa hora?

Meus olhos piscam e encontro os olhos do professor Eduardo. Com o pequeno susto, levei uma fração de segundo para entender o que estava acontecendo ali naquele momento.

- Hã?

Ele sorriu, mostrando o largo sorriso branco.

- O que faz aqui nesse horário? Não deveria está em casa?

Minhas mãos seguraram a alça da mochila, olhei para o chão rapidamente e voltei a olhar para seu rosto.

- Bem, eu estava estudando.

Eduardo me olha pensativo. Seus olhos passeiam pelos meus braços e param nas marcas que ainda estão roxas na minha pele.

- Tem certeza? Está tudo bem?

Escondo meus braços atrás do meu corpo e dou um breve sorriso.

- Sim. Mas eu preciso ir agora.

O comprimento rapidamente e me vejo descendo as escadarias da entrada do Liceu Piauiense o mais rápido que eu posso, seguindo em direção a praça que fica em frente do prédio, tentando processar tudo o que havia acontecido ali, ou não havia?

✤✤✤

Quando finalmente cheguei em casa, corri para meu quarto. Ignorando qualquer tentativa de minha mãe perguntar como foi meu dia ou ver as marcas roxas em meus braços.

Larguei a mochila no canto e tirei a roupa, e entrei no banheiro. Liguei o chuveiro e deixei que a água quente tocasse meu corpo e deslizasse pelo meu corpo, relaxando meus músculos.

Minha mente tenta processar todas as informações. Que Alex estava dando para alguém no cubículo ao lado do que eu estava e estava gostando e é claro a visão. Meus pelos se eriçaram automaticamente. Desliguei o chuveiro, voltei ao quarto e peguei a toalha que estava na cadeira da escrivaninha.

Olho rapidamente para meu quarto. A cama de solteiro no canto direito do quarto, o guarda roupa de frente a ele no canto oposto em cores mogno e marfim de duas portas coridiças e quatro gavetas. Ao seu lado a escrivaninha e por toda a extensão do quarto uma enorme prateleira com meus livros.

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