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Raíssa Montenegro

 Ontem a noite apaguei, dormi igual uma pedra, acordei em uma cama que não era minha e  lembrei que estava na casa do Isaac, levantei, e quando olhei pela janela estava branco, neve, eu adorava a neve, um cenário límpido e apaixonante, uma imensidão branca que transmite aquela nostalgia, uma sensação de paz, lembrei dos meus pais, da minha infância, quando meu pai me levava para o quintal para brincarmos na neve.

 Não sabia onde tinha deixado meu casaco, peguei um cobertor e me enrolei, quando cheguei na sala vi Isaac todo torto no sofá, ia acordar com dor nas costas, para retribuir a gentileza resolvi fazer um café, fui até sua cozinha e busquei o necessário em sua geladeira que por sinal era bem recheada, eu não sabia fazer muita coisa, mas tinha pão no armario, fiz uns ovos mexidos, queijo e presunto, acho que era suficiente, também peguei um suco de laranja, e esquentei o leite. Agora eu não sabia se ia para minha casa, e o deixava dormir ou o acordava.

 Fui até o banheiro dei uma ajeitada no cabelo, fiz um coque, e voltei para a sala, peguei meu casaco, tinha passado da hora de ir para casa, e Isaac precisava descansar, fui saindo de fininho quando ele me chamou.

— Bom dia Maluca! - a voz embargada pelo sono — já vai?

— Vou, - me virei devagar em sua direção - você podia ter me chamado ontem para que eu pudesse ter ido pra casa!

— Não quis te acordar, está muito frio! Não vou fazer nada hoje, que tal ficar aqui e terminarmos de ver aquela série?

— Acho melhor não! - eu queria ficar mas estava com receio de estar aproveitando da boa vontade dele.

— Deixa de manha, você também não vai fazer nada, ou vai?

— Não... Bem na verdade não tenho nada para fazer, mas já te incomodei demais.

— Que nada, e pelo que eu me lembre você me deve uma macarronada!

— Poxa vida, tem memória de elefante?

— Eu disse que ia cobrar - sorriu, logo ele levantou, pegou as cobertas e veio ao meu encontro — além disso esse frio nos impede de sair de casa - ergueu o cobertor e passou pelos meus ombros me enrolando, e fez o mesmo com o outro em seus próprios ombros.

— Está bem - eu estava dividida entre querer ficar, ter a companhia agradável de Isaac, e de não querer incomodar — fiz o café, não sei se está do seu gosto, mas eu tentei - deu um sorriso contido — e eu preciso ir em casa pelo menos para escovar os dentes, se não daqui a pouco te derrubo aí com o bafinho da manhã - agora ele gargalhou com vontade, parecia não acreditar no que eu falava.

— Eu sempre tenho escova de dentes nova no armário, pode pegar uma se quiser.

— Obrigada - impressão minha ou ele quer me manter aqui a todo custo?

 Fomos tomar o café que preparei, pelo jeito ele gostava do café bem doce, pois o adoçou duas vezes, depois arrumamos a bagunça e fomos para a sala, voltamos a série da onde eu  lembrava que paramos já que ele dormiu e me deixou sozinha ontem, e discutimos ao ver Oliver Queen fazer justiça com as próprias mãos.

— Ele está mesmo determinado a acabar com a lista do pai! - Falei totalmente imersa na série.

— Está mesmo, e eu estou com fome! - o olhei e sorri, olhei no relógio da parede e já se passava do meio dia.

— Mas também, olha a hora, levanta daí e vem me ajudar, não vou fazer nada na sua cozinha sozinha - já que eu era um desastre, não ia causar uma catástrofe sozinha, pelo menos assim ele não teria o porquê de rir de mim.

— Só vou para verificar e me certificar de que você não vai colocar fogo no meu apartamento - me apontou o dedo em sinal de que estaria vigiando.

Coloquei a água para esquentar, fui até a geladeira e peguei o que achei necessário, piquei os tomates e a carne, em pouco tempo tudo ficou pronto, enquanto comíamos derrubei molho no meu pijama.

— Eita! Que coisa!

— O que houve? - perguntou.

— Derrubei na roupa, a criança aqui não sabe comer sem se sujar!

— Não se preocupe, pode usar uma camiseta minha se quiser! - falou despreocupado,limpou o canto da boca,  me olhou e levou a mão para tirar os restos de macarrão do meu pijama. Quando me tocou senti que foi em cima do meu marcapasso. Ali ele parou e passou os dedos vagarosamente e com delicadeza, me olhou no fundo dos olhos e parecia imerso em pensamentos, quando tirou a mão, meu coração parecia acelerado e não de uma forma ruim — me desculpa Raíssa.

— Tudo bem, já acostumei com isso, é um preço pequeno a se pagar para manter meu coração batendo.

Minhas palavras de certa forma acabaram o incomodando e confesso que a mim também, nunca fui pessimista e nem queria ser, mas ali naquele momento algo dentro de mim me falava que eu queria viver muito tempo, e aquele meu frágil coração não iria permitir isso.

Lágrimas brotaram dos meus olhos, Isaac as enxugou com seus dedos, me senti vulnerável, e agradeci por não estar sozinha nesse momento de fraqueza.

— Não chora pequena - o olhei no fundo de seus olhos negros e corri para seus braços sem pedir permissão, eu precisava de um abraço e um consolo, eu queria isso, eu necessitava— você vai ficar bem, eu vou cuidar de você, prometo.

Ouvir aquilo fez eu me sentir aliviada,  até quando eu ia ter alguém que cuidasse de mim? Que ficasse por perto? Até quando?

Meu choro foi afagado pelo abraço de  Isaac, ele não me soltou até que meus soluços cessassem e a razão me trouxesse de volta.

— Está melhor? - perguntou com ar de preocupação.

— Sim, obrigada! - eu não ia conseguir ir para minha casa com aquela dúvida que assolou minha cabeça naquele momento — você promete não me abandonar? Eu sei que você não é nada meu, mas .... - minha voz foi novamente embargada pelo choro

— Eu prometo! E eu nunca quebro uma promessa!

— Eu prometo! E eu nunca quebro uma promessa!

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Mais um capítulo pra vcs
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Até o próximo capítulo❤️

Frágil Coração ( Degustação)Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ