Eren - A Conquista

Parte 2

- E ainda lhe cura qualquer enfermo que possua. - Disse o jovem inclinando-se para pegar o jarro de vinho, em seguida encheu as canecas de barro.

- Muito esperto da parte de vocês... - Disse Ruther sentindo uma raiva crescer dentro dele. - Permita-me perguntar, porque me tomam por mentiroso?

- Agradeço o reconhecimento, feiticeiro. E não, não o tomamos por mentiroso ... - Disse o velho.

- Apenas queremos que não negue nada a respeito do que vai contar agora. - Disse o jovem bebendo vinho.

- Exato. - O velho deu um suspiro - Isso está se tornando chato, começamos tudo de novo, quem de fato é você? - Disse o velho, com uma devida atenção a resposta que viria.

- Eu sou...Era um Feiticeiro de Guerra - Disse sentindo uma espetada na mente, não desejava ter falado o que acabou de dizer. - Me chamavam de Ruther. Mas após meu exílio fui forçado a mudar para um nome estranho e menos chamativo. Jaar Derni. - Disse em agonia por revelar demais.

- Então, você realmente é um raro feiticeiro de guerra... - Disse o velho, com olhos de acusação. -Você me faz lembrar do grande estrago que vocês fizeram a Eren, destruindo cidades de Jerv e Zurid, e tudo mais... - disse o grisalho semicerrando os olhos para Ruther que mantinha o olhar baixo. - Mas enfim não cabe a mim julgá-lo...

- E como você sobreviveu a Queda da Aliança?... - Disse o jovem.

Ruther continuava cabisbaixo e não respondeu.

- Muito interessante... Fique calmo, não irei perguntar novamente, embora eu saiba o que é. - Disse o velho com acusação na voz. - Então de qual reino você pertence? Aedor? Lensy? Reino-Norte? Sul? - Disse o velho.

- Ou então você é um da cidade d'Sá? Bem rabugento e que considera roubar sua cerveja um insulto semelhante a Filho do Diab... - Disse o jovem, mas fora interrompido.

- Morava com minha família em uma pequena fazenda de macieiras, perto do Reino-Sul... - Disse a contragosto, fazia esforço para se calar, mas sempre recebia uma espetada na mente. Agora que havia mencionado onde morava, passou a ter uma série de lembranças sobre seu passado, que traziam inevitavelmente sentimento de culpa e solidão. - Depois me mudei para a pequena cidade de Oliva... - Disse Ruther demonstrando agonia.

- Interessante, mesmo sobre o efeito das ervas ainda continua a negar algumas coisas... - Disse o velho sem demonstrar surpresa. Voltou sua atenção para a torta e bebeu um pouco de cerveja.

- E Percebi que não usa o anel de controle muito comum em vocês feiticeiros. - Disse o jovem.

- Ele quis dizer, se é que ainda existe mais de vocês. Além do mais, é bom que continue sem ele. - Disse o velho. Agora ele o encarou seriamente. - Você é um dos Sagrados, Ruther? Controla a magia, do mesmo modo que controla sua respiração? - Disse o velho.

- Me liberte... Dessa... Droga de efeito e irei lhe dizer a verdade, se assim o fizer. - Se esforçou em dizer Ruther.

- Humm... Porque faríamos isso? Se podemos te-la nesse momento... - Disse o jovem com um leve sorriso.

- A verdade pura e crua... Com detalhes e tudo mais, como deve ser... - Disse o velho.

- Forçar a minha verdade... É como abrir minha cabeça! Minha mente lateja, me libertem seus miseráveis! - Disse com muito esforço.

- Certo, certo... Acredito que diz a verdade, não faça nos arrepender disso... - Disse o velho. De sua mão que até então não tinha nada, tirou uma folha amarela. Lhe entregou e pediu que a mastigasse.

Assim o fez. Não tinha gosto, mastigava e cada vez mais sentia sua mente livre.

- Bem melhor. Agora podemos conversar decentemente - Disse com um alivio em não sentir uma espetada na mente. - O que você fez com essas ervas, é muito fascinante - Disse semicerrando os olhos para o dois. - Fazendo eu desconfiar que vocês sejam magos... Antes de tudo, me respondam com a verdade pura e crua... Quem diabos são vocês? E porque falam dessa forma?! Como se você esquecesse o que ia dizer e ele a completa-se! - Disse tentando conter a raiva que escapara sem intenção.

- Ora, ora ele não nos conhece... - Disse o jovem quase lamentando. Ignoraram a pergunta sobre o modo como falavam.

- É claro, ele é um sulista. Não vive por essas terras. É com prazer feiticeiro de guerra, digo, Ruther... - disse o velho em tom cerimonial.

- Que eu me apresente, sou o aprendiz de mago, Azir! - disse o jovem mostrando seu sorriso amarelo.

- E eu caro amigo conviva, sou o famoso e mais poderoso mago eremita que habita essa região. Meu nome é Selk! - Ruther conteve a surpresa. 

Continua na parte 3...