- Sabe quando irão partir? - Disse Allas.

- Talvez daqui a vinte luas, é o que eles dizem. Mas sabe o que digo? Eles vão embora amanhã! - disse, contendo sua voz, para que parecesse mais um sussurro.

- O quê? - Wallar falhou em conter a surpresa da notícia - Como você sabe disso? Eles sempre ficam vinte dias após atracarem nos portos. - disse Wallar, sentindo um incomodo pela falta de intimidade com eles. 

Samir semicerrou os olhos em sua direção por ter sido interrompido.

- Olha só, nosso novo amigo demonstra sinal de inteligência desconfiando de Samir, nada mal - disse Allas, olhando para o fundo da caneca e demonstrando o desgosto por ter esvaziada.

- Continuando, fiquei sabendo que eles estão procurando pelo Tesouro dos Reis Magos! E irão para Rasevir amanhã mesmo. Pretendem visitar a cidade em que eles moravam. A verdade é que a cidade agora é uma ruína, cheia de de gigantes, bandidos e toda sorte de pessoas devem habitar lá, mas eu acredito que devem ter descoberto algo. Ainda se lembram da canção do Tesouro Perdido? - Menearam a cabeça negativamente, enquanto bebiam da cerveja.

Avisou aos músicos com um aceno e falou o nome da canção. Após um breve tempo, interromperam a bela música agitada, se empertigaram em suas cadeiras, afinaram seus alaúdes e violinos. Samir pediu silencio no pequeno salão.

Depois de um momento, cantaram a música:

Quando a primeira estrela surgir,

Na floresta devem procurar,

Somente na luz podem ver.

Na escuridão irão achar.

Quando o barulho os atrai

Silêncio, silêncio devem fazer,

Se correrem a morte os seguirá

Estátua! Se quiserem viver;

Corram, corram, para longe

Saída, saída, não terão

E agora? E agora? E agora?

Silêncio, silêncio ou morrerão!

Aqueles que ouviam atentamente a canção aplaudiram os músicos.

Samir vou a atenção para a mesa, falava como se fosse um mago que acabara de descobrir de onde provinha a magia.

- Conseguem entender? Essa canção de ninar é parte de uma profecia perdida. Ela diz que quando a primeira estrela surgir... - Não se soube o que Samir iria dizer, antes que pudesse terminar sua fala, fora interrompido por passos pesados vindo da escada que levava para o andar superior.

Os músicos tornaram com a música agitada.

Primeiro revelou ser um homem com manta desgastada de um comerciante, por baixo da roupa podia ver o brilho da malha cobrindo seus braços, podia ver também um peitoral de aço leve.
Logo atrás vinha um homem baixo com rosto queimado pelo sol com uma garrafa de rum na mão. 

Do seu lado uma bela mulher, de belos cabelos ondulados, era um pouco alta. Por um momento ele notou que ela aparentava ser um pouco gorda. Esperava ver o Danyer, o Vidente, mas ele não apareceu.

Samir parecia incomodado com a presença deles.

- E falando neles... - disse Helg. - Samir, você fala dos Daer's d'Mont como se eles fossem seus amigos, então nos diga, conhece aqueles?

- Sim, sim, aquele com roupa de comerciante degastada é o Daer Dzyrk, o líder da frota. A mulher esguia e que parece um pouco gorda, - conteve o riso - é sua filha, Jenna. O de cara queimada, não o conheço. - Novamente um silencio perdurou na mesa, lentamente secava suas canecas.

Allas parecia notar alguma coisa.

- Agradeço pela informação Samir - disse Allas. - Agora, me deixe fazer uma pergunta novamente Wallar, conhece essa tal de Jenna? - Perguntou Allas, com um leve sorriso.

- Hã? Não. Não a conheço. Porque me pergunta isso?

- Olhe pra ela nesse momento, Tysar. - disse Allas notando o que se passava.

- Eu disse ele! Não vocês, seus idiotas! - Quase gritou Allas. 

Wallar olhou para onde eles estavam sentados, ela o encarava com um olhar peculiar que o fez enrubescer.

- Não sei se é sorte ou azar que você tem sulista, talvez um pouco dos dois. - disse Helg, ainda o chamavam de sulista e forasteiro, mesmo sabendo o seu nome.

- Azar, sem dúvida. Pois hoje, as filhas dos homens mais perigosos do mundo estão com um certo desejo de te-lo na cama...magnifico. - disse Samir olhando de soslaio para o brutamontes atrás do balcão, e novamente massageou seu braço um pouco torto.

- Ansioso para ver onde isso vai dar. - disse Allas bebendo da cerveja.

- Talvez o fato de eu parecer um sulista com aparência que banha todos os dias, seja o motivo... - disse subitamente, bebericando na caneca pela primeira vez.
Sentiu a espuma ao redor da boca. Limpou discretamente.

- Mas olha só que filho do diab... - Antes que Helg pudesse completar o insulto, uma espada caiu sobre a mesa, jogada por um homem que parecia um cão raivoso. Os músicos de imediato param com a música, o salão fora enchido por um silencio mortal.

O homem de aparência rude limpou o sangue do nariz.

- Acha pode roubar a cerveja de um homem e fingir que nada aconteceu, seu miserável! - Quem rosnava era Vartore d'Sá, com um pouco de sangue lhe escorrendo pela boca. 

- Eu o desafio para um duelo de espadas! Todos escutem! Nunca se rouba a cerveja de homem, especialmente se ele for um d'Sá! Levante-se miserável e lute como um homem! Pegue a espada! - Rosnava Vartore, segurando uma espada de uma mão.

 Wallar empalideceu. Todos os olhos do salão esperavam por uma resposta.

Continua na parte 3...

Eren - A ConquistaWhere stories live. Discover now