Capítulo Sete

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Chegamos na rua das igrejas protestantes, estávamos próximo ao Bosque das Macieiras. Estávamos completamente cansados, corremos mais de nove minutos. Meu coração acelerava. Fiz força para abrir a garrafinha e engoli quase a água toda. Sentamos na calçada da igreja chamada Assembléia de Deus, o nome era feito de mármore.

— Abel, não tem mais nenhuma notícia sobre o tal Romeu? — perguntou Larissa, respirando fundo.

Balancei a cabeça.

— Acha que também pode estar correndo? — perguntou Larissa, enquanto soltava e amarrava seu cabelo pela quarta vez.

— Talvez — respondi de imediato. — Não sabemos se ele pratica academia... Larissa, quero alguém que me ame, foda-se este padrão da sociedade — prossegui.

— É, você tem razão... Foda-se... Foda-se... Foda-se...

Ri novamente, com um sorriso torto.

— Vamos entrar no bosque? — perguntou Larissa já de pé.

— Vamos — levantei da calçada e corremos para o bosque.

O Bosque das Macieiras era imenso. Parecia um novo estado. Só que bem cuidado, havia árvores diversificadas. Bonitos e pequenos lagos. Animais inofensivos por todo lugar. O melhor é que parecia algo tão simples, a grama no chão não era alta, e apenas nascia beleza. Larissa e eu, sempre gostamos de ir para as pitangueiras. Partimos para as pitangueiras. Sentindo o novo ar puro da natureza, um ar diferente, minha avó chamava-o de "ar da saúde".

Passamos pelos campos de rosas vermelhas.

Talvez hoje seria dia de algum piquenique escolar. Nunca o bosque possuía tanta gente hoje. As crianças corriam de um lado ao outro, os seus responsáveis sempre andavam para ver se eles tivessem se machucado; não apenas adultos e crianças, como também jovens participavam desse piquenique. Ao chegar na minha árvore de pitangueira favorita, apoiei minhas costas doloridas no tronco dela e respirei fundo. Fazia mais de dois anos que batizei a árvore de pitangueira favorita como Filha-da-Mãe-Natureza. Larissa também entrou junto comigo nesta, então dois anos de nós dois. Larissa fez mais alguns alongamentos de perna e olhou para cima da pitangueira horrorizada. Estranhei o seu olhar.

— O que foi Larissa? — perguntei, com expressão de dúvida.

Larissa apontou para o final do tronco, da parte superior. Estava desenhado um coração, com as letras A e J dentro, assim:

A + J

— Não pode ser — respondi, após observar o desenho.

— Esse coração não está tão bem feito assim... Desculpa Abel... Mas, é como fizesse rapidamente, sabe? — argumentou ela.

— Então ele está aqui? — conectei as pistas presentes.

— Sim — respondeu Larissa, ainda incrédula.

...

— Será que pode ser uma coincidência? — perguntei, ainda sem entender os acontecimentos.

— Talvez. Cinquenta por cento sim, cinquenta por cento não — respondeu Larissa, e alisou seu ombro suado.

Quando chegamos próximo a padaria, alguém cutucou minha cabeça, quando olhei para atrás, era Joaquim, completamente suado, usava também roupas para exercícios físicos.

— Olá Abel. Não sabia que também caminhava!

— Comecei hoje... Graças a Larissa — ela soltou o cabelo e balançou a cabeça.

— De nada! — respondeu ela.

— Ainda vai continuar caminhando? — perguntou ele, cansado.

— Talvez sim! — respondi.

— Eu estava no Bosque das Macieiras, ótimo local para caminhar e correr — comentou Joaquim, ofegante.

— Nós também — gritou Larissa.

— Bom, caso você quiser, um dia caminhar comigo, pode combinar, irei aceitar — propôs ele.

— Claro, porque não? não é verdade?

— Exatamente — respondeu Joaquim e Larissa juntos.

— Vou entrar aqui, tchau Abel — ele me abraço extraordinariamente.

— Tchau — respondi, surpreso.

Ele entrou na casa ao lado da padaria Pão-de-ló, era uma casa grande e bonita, com um grande portão prateado na frente.

— Já pediu o número do celular dele? — perguntou Larissa.

— Não.

— Pois deveria. Conselho de amiga.

Larissa partiu para a esquina, e segui para casa. Cansado, mais feliz. 

P.S DO SEU ROMEU ANONIMO / Livro I Where stories live. Discover now