XIV - The inconstancias of the heart

1.6K 132 160
                                        

"Não sei como explicar, mas certamente que tu e todos têm a noção de que existe, ou deveria existir, um outro eu para além de nós próprios. Para que serviria eu ter sido criada, se apenas me resumisse a isto? Os meus grandes desgotos neste mundo" Emily Brontë

RUBY

A vida podia ser confusa quando se tem quatorze anos. Mas para mim parecia pior. Era difícil acompanhar todas as mudanças que estavam acontecendo ao meu redor. Em casa, no colégio, no meu corpo mais principalmente no meu coração.

Desde dos meus nove anos ou menos eu decidi que era apaixonada por um garoto. Mesmo antes de compreender o que se apaixonar realmente significava. Bastou apenas um sorriso não direcionado especificamente a mim para que meu coração fosse roubado.

Demorei anos para entender que aquilo não era paixão, muito menos amor. Admiração talvez, mas nunca amor. Mas eu fui amaldiçoada, tinha o azar de olhar para aqueles que jamais me olhariam.
Meu coração fora roubado novamente, dessa vez não percebi. O ladrão era sorrateiro e cauteloso passou despercebido por mim que estava focada em ganhar atenção de outro garoto fazendo tortas.

E agora que dei por falta dele, percebo que talvez seja tarde. Outra foi mais rápida e o conquistou.
Minha curta vida era uma sucessão de perder antes de ter. Sonhar e nunca alcançar.

As pessoas me enxergam como frágil e sensível. Sou a mais nova do grupo a que precisa de proteção constante. Foi assim com Anne que não teve coragem de dizer a verdade e o mesmo se repetia com Diana.

Outra vez uma amiga, ganha o coração do garoto que gosto. Um garoto que há pouco tempo só tinha olhos para mim. Ainda guardava com carinho o girassol seco entre as páginas do meu diário. Guardava as fitas, a folha e todo resto que ele havia me presenteado.

E agora temia que fossem apenas lembranças.
Eu desejava que ele voltasse a sorrir para mim como antes, corar e me olhar como se fosse a garota mais bela que tenha visto na vida.
Sentia falta do elogios estranhos me comparando meu cabelo a palha. Eu sentia falta de Jerry Bernard, mas infelizmente ele não sentia o minha falta.
Não mais.

🥀


Diana estava passando por algum problema sério. Ela mudou da noite para o dia. Eu queria poder ajudá-la, mas apesar de considerá-la minha melhor amiga. Eu não era a dela.
Anne era.

Mas nem mesmo Anne conseguiu descobrir e entender o porquê ela andava tão irritada e nervosa. Diana parecia uma chaleira prestes a entrar em ebulição e coisa só piora quando Fred se aproximava.

Diana mudava a postura a feição. Ficava tensa, embora não deixasse de sorrir.
Era triste de se ver.
No começo a encorajei a perdoá-lo por qualquer que tenha sido o erro para aborrece-lá tanto.

Mamãe sempre dizia que homens nunca crescem, não realmente. Nós mulheres temos que ser pacientes e compassivas caso queira manter um casamento.

Porque o amor era baseado em sacrifício.

Ao meu ver o sacrifício era quase sempre da esposa. Algo que não era justo, nenhum um pouco.

Mas quando pensava nisso, logo lembrava de Jerry. Das roupas surradas, das mãos calejadas de tanto trabalhar. Ele não poderia me presentear com joias, nem dar uma vida da qual estava acostumada e esperava.

Mas cada vez mais isso perdia a importância quando lembrava de como as palavras doces, o olhar e gestos dele me faziam sentir.

E de repete morar num castelo e ser uma princesa não parecia um final feliz. Não se o príncipe em questão fosse como Fred. Exigindo coisas e mais coisas, me enchendo de ouro para mostrar aos amigos e me deixando sozinha num palácio.

invisible stringWhere stories live. Discover now