Fábula: A borboleta e o sapo

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Criado inteiro esse texto por mim.

No céu ela queria chegar

Num voo já muito cansado, a velha borboleta
de asa machucada, tentava todos os dias, em vão, sair do chão, mas sempre era uma tentativa frustrada.

A borboleta era grande e muito bonita, mas desde pequenina, aprendeu a conviver com uma das asas machucadas, pois certa vez havia se trombado com uma abelha, pois ambas sobrevoavam a mesma flor.

E a borboleta grande e colorida ficou com uma de suas asas machucadas desde a colisão com a abelha.

Incansavelmente e sem surtir muito efeito, todos os dias ela tentava com todas as suas forças subir e voar um pouquinho.

Porém, subia por um minuto até não aguentar mais de dor e descia ao chão, por vezes, exausta, acabava por cair no chão.

Um dia, já passados uns dias, pois a espécie dessa borboleta era de duração de duas a quatro semanas, que é o mais comum, ela se recostou em uma pedra, à beira de um lago.

Um sapo ali sentado perguntou-lhe:

— Tenho observado você já faz uns dias, por que você insiste tanto em voar? Quase o dia inteiro você faz isso e sabe que é inútil seu esforço. E que seu tempo de vida é muito curto.

A linda borboleta respondeu com muita calma ao velho sapo:

— Realmente, eu percebi já no momento do meu choque com a abelha, o grau da fratura em minha asa... e eu mal havia saído de meu casulo... a abelha até se desculpou pelo lamentável fato ocorrido.
Ela até se ofereceu se eu quisesse dar umas voltas na garupa dela.

— Gostei dessa abelha! exclamou o sapo

— Pois é, de vez em quando ela vem me visitar e conversamos muitos assuntos.

— E porque você não aceita a volta na garupa da abelha?

— Porque a sensação de eu dar meu impulso sozinha e conseguir voar uns segundos é indescritível e é importante para mim.
Eu poderia nem poder dar mais o impulso, entende?
Sempre há uma coisa pior que nosso problema.

Que baboseira, o sapo pensou em silêncio.
E disse:
— Sua amiga abelha chegou, senhora borboleta.

— Obrigada por me avisar, senhor sapo.
Veja, mais uma coisa, se não fosse por esse acidente eu nunca teria uma amiga assim, tão maravilhosa como esta abelha. E sorriu, toda feliz olhando para a abelhinha.

— É, acho que tem razão, eu vivo triste por não ter nenhum amigo assim, tão valioso.

— Ah, senhor sapo, eu lhe empresto minha amiga abelha, mesmo depois de minha morte vocês continuarão conversando se você quiser.

O sapo, lacrimejando, mas muito feliz, agradeceu:

— Eu agradeço e será um prazer senhorita abelha, eu sou muito solitário aqui nesse riacho. E tenho dificuldades em fazer amigos.

— Mas, por que? A abelha perguntou

— Porque fico com receio que vão me achar feio, sujo, enfim, acabo pensando isso e acabo não procurando ninguém para começar uma conversa.

— Ora, senhor sapo, era só já ter conversado conosco há muito tempo, veja quanto tempo perdeu com medo de ser rejeitado.
Também será um prazer para mim.

E ficaram ali, os três, conversando por horas e dando muitas risadas.

Fábulas costumam ter uma moral da estória.

Aqui foi uma fábula que eu mesma criei para o livro, como tem outras que costumo escrever de minha autoria.

Portanto farei uma moral da estória:
Se você quer muito fazer uma coisa, sozinho, ainda que tenha limitações, e se sente feliz assim, faça aquilo que te faz mais feliz.

E faça sozinho mesmo.

Adriana C. Valderramas.
Setembro/2018.

Setembro/2018

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