Capítulo 65

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Acordo com um gosto azedo subindo pela garganta e vou correndo pro banheiro. Graças a Deus hoje é sábado, eu não teria psicológico pra ir pra faculdade hoje se fosse dia de semana. Se fosse um dia que Dylan estivesse lá então, seria bem pior porque provavelmente eu ia chorar assim que o visse.

Escovo os dentes e vou tomar um banho, deixo a água cair sobre meus cabelos e só percebo que estou chorando quando afasto a cabeça da água.

Eu simplesmente não estava pronta pra ter um filho agora, eu nem me imagino sendo mãe, eu não tenho estabilidade financeira, não terminei a faculdade e mal cuido de mim. Ter um filho é muita responsabilidade, é cuidar de uma vida e não dá pra falhar. Não tô dizendo que eu tiraria, Deus me livre, o que tá feito, tá feito. Sei que vou amá-lo, mas agora eu ainda não consigo me acostumar com a ideia de que tem uma criança sendo gerada na minha barriga. Na verdade eu nem sei se aqui cabe uma criança. Começo a rir em meio às lágrimas e balanço a cabeça negativamente.

Saio do banho e me enrolo na toalha. Meu celular toca e eu vou procurá-lo pra atender, olho no identificador de chamadas e vejo que é Anne.

- Bom dia flor do dia, como está? E minha afilhada? Como está? - ela diz e eu reviro os olhos.

- Bom dia Anne, eu estou sei lá, não sei como eu estou, eu estou com medo.

- Já já esse medo passa. Ontem antes de vir pra casa eu fui no shopping porque Angel estava sedenta por um hambúrguer, passei em uma loja de bebês e comprei um presentinho pra minha afilhada. - ela diz e eu arregalo os olhos, eu descobri ontem que estou grávida e ela já comprou até presente? Eu nem me acostumei com essa ideia ainda e a criança já está ganhando presente.

- Anne, se acalma, eu nem tô acreditando ainda que estou grávida e você já está comprando presente. E você nem sabe se é uma menina.

- É uma menina, Emily, aposto que é uma menina.

- Vamos mudar de assunto, hmm... eu não quero falar disso agora.

- Eu queria falar. - ela diz resmungando e eu reviro os olhos. - Você vai contar pra ele hoje?

- Tenho que contar né, não é como se desse pra fugir disso, não posso me esconder durante 9 meses e quando nascer, bater na porta da casa dele e falar "olha Dylan, vim te dar esse presente". - falo e Anne solta uma gargalhada.

- Nossa, seria muito legal ver a reação dele, que ideia genial. - reviro os olhos e solto um suspiro. - Ai desculpa, tô brincando. - ela diz e depois solta um risinho. - Se a criança tivesse enrolada em um laço ia ser bem diferente.

- Puta merda, Anne, vai procurar o que fazer, você não é normal. Vou tomar café, tchau.

- Tchau, alimente minha afilhada, não tome refrigerante, isso dá cólica na criança. - ela diz e em seguida desliga.

Olho meu celular e tem mensagem do Dylan, não visualizo, eu sei que preciso contar, mas se esperou até hoje pode esperar mais alguma horas né? Afirmo mentalmente e largo o celular indo em direção à cozinha. Preparo alguma coisa pra comer sem animação nenhuma, sei que não vai durar no meu estômago mesmo. Pego as panquecas, o suco e levo pra sala. Ligo a televisão em um canal aleatório e começo a comer.

Quando termino, eu ainda fico com fome. Pego mais panqueca na cozinha e me sento na sala.

Quando estou quase terminando de comer, a campainha toca. Arregalo os olhos quando penso que pode ser Dylan e começo a andar de um lado pro outro, sinto um enjoo e respiro fundo. A campainha toca novamente e eu fico olhando pra porta. Ouço meu celular tocar no quarto e a campainha toca novamente.

O Professor Where stories live. Discover now