História de Diana Versailles

• Gunner •

"— Prefiro ser assassina do que um assassino, se essas forem as únicas opções".
— Prevejo que sua chegada houve muita empolgação à Kingston, Doutor.  Aqueles que querem eu livre das grades, acreditam que seu relatório poderá me libertar. Acham que você irá encontrar respostas aonde, ninguém jamais encontrou. - a ruiva olhava sorrateiramente a pequena janela que continha na prisão.
— Tenha cuidado Doutor. Ela assassinou brutalmente uma adolescente. - disse um dos guardas abrindo a cela para Steve entrar.
— Bom dia, Diana. - adentrando no local olhando para a jovem. — Meu nome é Doutor King. Steve King. - sentando lentamente na cadeira que os guardas puseram ali em frente a cela.
— Você tem algum tipo de facas? - sua voz tinha um toque de sarcasmo.
— Não sou esse tipo de Doutor que você refere. Não corto pessoas. Sou um tipo de médico que trabalha com a mente e não o corpo. Você tem medo de mim, Diana?
— É muito cedo para dizer, Doutor.
Você acredita em Deus?
— Não.
— Por quê você veio aqui? – se ajustou na cama dura e balançou a cabeça impaciente.
— Para ouvir você. Mas, para ouvir, você terá que falar. - se ajustou na cadeira.
— Não acreditaria em mim. - olhou para ele.
Recuou  ao encosto da cadeira.
— Tudo já foi decidido, e o que eu disser, não mudará. - falou alterando a voz. Continuou. — As pessoas, sabem a minha história, melhor que eu.
— Eu gostaria de ajudar-la, Diana. – falou calmo.
— Pode se adaptar a praticamente tudo. Contando, que haja uma rotina, certo? – seus olhos aguçados olhando o homem incrédulo a sua frente, ela podia sentir que ele exalava medo. Então, continuo o seu raciocínio pondo a descobrir mais sobre Steve King. – A mente humana anseia por rotina, precisa dela. Mas, se ficar sem, começa a surtar. Sabe a melhor parte?

O homem sentado em sua postura ereta, com sua mão apoiada em baixo do queixo, observando através dos olhos da mulher e continuando a encenação para moldar ela após sua continuação.

— Qual a melhor parte? – parecendo animado para saber a resposta.

— Mesmo você sabendo o que está acontecendo, e estou lhe contando o que está acontecendo. E, apesar de saber, racionalizar não vai ajudar. As pessoas acham que tortura é a dor. Não é a dor que preocupa as pessoas. É o tempo. É tempo para perceber lentamente que sua vida acabou. Acabou, Steve. Agora só lhe resta o pesadelo. – suspirou.

— Foi isso que fez a Rose? – encarou.

— O que você está insinuando? – retrucou.

— Você fala sobre tortura, foi o que fez a Rose? Para sentir prazer? Ou você sofreu algo relacionado a isto?

— Prevejo que seu tempo acabou, Steve. – abaixou a cabeça.

Revirou os olhos, aquela mulher era um mistério, decifrar ela, é o que mais queria.

— Até amanha, Diana. – se levantou arrumando sua mochila e pondo sua caderneta.

— Cuidado com o que você acha Doutor. – ela olhou para um ponto fixo ignorando tudo ao seu redor.

Parado na porta olhando para ela, virou e andou até a saída.

• • •
Num bar mais famoso de Kingston, Steve encontrara o Governador da cidade.

— É importante haver confiança e isso não acontece na primeira sessão. - falou Steve. Desabotoando o seu paletó e pondo em uma cadeira vazia. Esticou o braço direito pegando no seu copo de whiskey. Deslizou até a boca e sentindo aquele gosto forte adentrar, fechou os olhos sentindo o prazer de uma boa bebida.
— Estamos ansiosos para vê-la livre, o mais rápido. – disse o Governador, tomando um gole do whiskey.
Ele aparentava ser bem mais velho que Steve, cabelos grisalhos, voz rouca, cicatrizes pelo corpo.
— Ela ficou muito tempo numa prisão para alguém tão jovem. – pensou.
— Sim. - concordou o Senhor de idade vendo nos olhos do homem a vontade de querer saber mais sobre Diana. Tinha muita coisa sobre a jovem que não deveria ser dito, tinha que ser algo em cada tempo. Logo, quis cortar o assunto. — Quando a Confederação, poderá ver seu relatório?
Precisava urgentemente por aquele relatório para fazer o jus.
— Em breve... - por fim, riram e continuaram a beber ouvindo o som estridente da banda que estava naquele bar.