Capítulo 9

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Annie

Minhas mãos na maçaneta da porta, meu corpo em chamas e meus pensamentos no homem que estava ao meu lado, separado apenas por uma parede. Passei as mãos pelo meu rosto, demorando sobre meus lábios.

Quando tocaram a boca de Maurício, uma eletricidade percorreu meu corpo e não foi por causa do vinho. Seria bem mais fácil culpar o vinho, mas, não foi. Meu corpo reagiu àqueles lábios e o desejo de abri-la e encontrar sua língua, foi imenso. Mas, ele ainda era um cliente e era completamente errado!

Na verdade, lá no fundo, eu não estava mais me importando tanto. Eu tinha apenas que me firmar em algo, para não me entregar totalmente a ele. Levantei-me e fui para o banheiro e tomei um banho demorado. Acariciava meus lábios, onde estiveram os dele. Voltei para a cama e com a cabeça e os pensamentos mais frescos, pensei em como encará-lo ao amanhecer. Enfim, depois de muitos pensamentos, apaguei.

...Suas mãos subiam de minha cintura, pela lateral de meu corpo até encontrarem meu rosto, enrolando seus dedos por meus cabelos e segurando firme neles, puxando minha cabeça em direção à sua, onde encontrei novamente aqueles lábios quentes. Minhas mãos apertavam seus braços fortes e deslizava por seu peito, que estava exposto por sua camisa estar aberta até seu umbigo, me fazendo sentir sua pele quente, porém, sua camisa ainda estava por dentro de sua calça, que pressionava à minha pélvis, me fazendo sentir sua excitação e gemi em sua boca. Ele deslizava sua língua para dentro de minha boca, forçando o beijo a ser ainda mais profundo. Então ouvia as batidas de seu coração que ecoava por todo o quarto, batidas firmes que aumentava a cada suspiro e gemido que ambos emitíamos. As batidas mais firmes, tum, tum, tum...

A cena sumiu e então, eu estava acordada, mas ainda ouvia as batidas, então percebi que vinham da porta do quarto, acordei agitada, com meu coração em estocadas em meu peito. Respirei fundo e as batidas continuavam. Então me levantei e olhei para o lado procurando pelo celular que estava morto junto aos papéis na mesa, segui até a porta e quando abri me lembrei do sonho que tive e acabei corando e fechei um pouco a porta.

- Penso que alguém perdeu a hora... – o sorriso daquela pessoa à minha frente apenas de shorts e camiseta, com os cabelos molhados, fez meu coração perder o compasso.

Meus olhos pararam em seu rosto e num impulso, abri um pouco mais a porta e minha mão passeou por seu rosto recém-barbeado. Tinha a completa certeza de que estava de barba ontem. Acariciei-o novamente, sentindo-me inundada pelo cheiro de sua loção pós-barba. Um cheiro fresco e amadeirado.

- Bom dia, linda! Eu poderia me acostumar em receber este carinho, todo dia de manhã. - pisquei meus olhos e puxei de volta a minha mão. – perdeu mesmo a hora?

- Sim, dormi demais mesmo, talvez tenha sido o vinho. Sempre durmo demais quando bebo um pouco. – falei ainda envergonhada, por minha reação a ele.

- Verdade, o vinho. – seu sorriso cínico estava pairando ali novamente. – Talvez tenha sido mesmo o vinho. Ainda temos alguns minutos. Se arrume.

- Ok! – dei um sorriso muito sem graça pra ele, pedi licença e fechei a porta, coloquei meu celular para carregar e liguei o aparelho, e agilizei meu banho e separei minha roupa.

Meu celular tocou enquanto ainda estou de toalha, vejo no visor que já havia quinze chamadas e a foto da Iara aparecia insistentemente no visor. "Ela sente quando acontece alguma coisa, só pode ser!"

- Está tudo bem com você? – ela dispara sem me dá a chance de ao menos dizer bom dia.

- Sim Iaiá, está tudo bem. Porque todo esse desespero?

Inesperada Paixão - (completo)Where stories live. Discover now