Inesperada Paixão - (completo)

Capítulo 5

Annie

Estávamos no avião, e algumas vezes olhava de lado para o "Maurício", e meus pensamentos voltavam ao saguão do aeroporto. Eu procurava por uma pessoa igual ou pelo menos parecido com a fotografia que estava em minha bolsa, ou melhor, junto aos documentos que estavam dentro de minha bolsa, que havia recebido do departamento de mídia da agência.

Mas, o que eu vejo de longe foi, um cara alto louro, vestido impecavelmente numa calça preta social, sapatos devidamente engraxados e uma camisa em gola V preta justa ao corpo forte de ombros largos e braços definidos e pernas grossas. "Meu Deus! O que estou pensando? Ele é meu cliente".

Teríamos que trabalhar juntos e seria difícil, pois meus pensamentos ainda estão frágeis por causa do rompimento com o Thiago. O trabalho seria a minha maior distração. Mas, o olhar do Maurício me deixou bastante inquieta, ele não me olhava como uma profissional, seu olhar era intenso, um aperto de mão firme que me fez estremecer o estômago.

Iria ter que aceitar o conselho de Iara e cair de cara no trabalho, esquecer aquela semana infernal, mas se ela visse esse homem, tenho certeza de que ela me mandaria esquecer qualquer tipo de trabalho e cairia de cara "nele todinho".

Essa era minha a amiga Iaiá!

Dentro do avião, aquele senhor enchendo o "doutor Maurício" de perguntas e falando de sua esposa, me alegrou um pouco. Sua cara de desespero era encantadora, evitei ficar olhando para ele o tempo todo e na verdade, eu bem que gostei de ter alguém sentado ao nosso lado, assim, a atenção dele não recairia sobre mim.

A viagem foi rápida e quando todos saíram da aeronave, me levantei e o Maurício já havia tirado nossas malas do compartimento e me aguardava no corredor com elas. E como se não bastasse todo o constrangimento que estava sentindo pelos olhares dele, acabei tropeçando em uma das malas e me vi de mãos espalmadas sobre o peito dele e senti algo em volta de minha cintura, me deixando firme e de cara para aquela boca, abaixei minha cabeça e pude sentir o cheiro amadeirado e fresco que exalava de sua camisa, o que me fez sentir em casa e com vontade de não sair mais dali.

Respirei fundo, ainda aspirando ao seu perfume maravilhoso, levanto minha cabeça calmamente e me desculpo por ser um desastre humano.

- Perdoe-me dout... Quero dizer, Perdoe-me Maurício. Eu ando um pouco desatenta. Não acontecerá novamente. – não que eu não quisesse, mas por não ser certo.

- Que isso senhorita Hulle, estou à sua disposição, sempre! – nossos rostos a poucos centímetros um do outro, meus olhos em sua boca, perdida naquele sorriso lindo. Molhei meus lábios e nesse momento eu me tornei uma total imbecil, perdida naquele sorriso e presa naqueles braços imensos ao redor de mim. E a única coisa que saiu de minha boca foi.

- Annie... – ainda sorrindo ele me perguntou.

- Como? – e como se eu tivesse saído de um encanto eu pisquei e voltei a raciocinar direito. Me soltei daquele abraço de urso, me recompus e disse novamente, só que agora longe o suficiente daquela boca e olhos hipnotizantes.

- Annie. Me chame de Annie. Já que vamos passar todo esse tempo juntos... Trabalhando juntos, pode me chamar apenas de Annie.

Abaixei minha cabeça em busca de minha mala procurando não olhar para ele novamente, para não me perder de novo naqueles olhos. Minha mala estava em uma de suas mãos e a dele na outra, com sua bolsa virada para trás, em suas costas.

- Não se preocupe com sua mala, mostre o caminho... – ele disse ainda com aquele sorriso. Devia ser proibido alguém ser tão lindo sorrindo.