Inesperada Paixão - (completo)

Capítulo 3 - b

Depois do jantar que foi muito tranquilo, estávamos no apartamento do Thiago, discutindo sobre os preparativos do casamento, mais eu do que ele, não havia uma data certa para a cerimônia ainda. Eram poucos os dias que conseguíamos conciliar e falar dos preparativos. Suas viagens e as minhas, nos davam poucas oportunidades como essa. Thiago se deitou no sofá e fechou por alguns instantes os seus olhos enquanto fui até a cozinha buscar um copo de água. E ao voltar vendo-o daquele jeito, perguntei:

- Querido, você está cansado, vamos deixar essa conversa para outro dia. Ainda temos tempo... – mas ele se levantou passou as mãos pelo rosto e me olhou nos olhos e disse:

- Não se trata de cansaço, preciso falar com você e não posso deixar passar de hoje.

Ele se levantou, foi à cozinha e pegou uma cerveja. Voltou e se sentou ao meu lado. E pela expressão do olhar dele nos meus, notei que não seria uma conversa fácil.

Ele estava estranho durante todo o jantar, aéreo, agindo indiferente.

Thiago sentou-se de frente para mim no sofá, me deu um selinho. Seguido por um beijo mais profundo. Encostando-me ao sofá. Não era um beijo arrebatador, mas tirava meu fôlego, gostoso como suas carícias eram. Ele se afastou e com a ponta do dedo contornou meus lábios, com os olhos grudados neles.

- Senti sua falta – disse a ele num sussurro e sorri timidamente para ele.

- Annie... – Ele afastou meu rosto e abaixou a cabeça, retirando a mão de meus lábios e levando para suas pernas. Respirando profundamente.

- O que está acontecendo Thiago? Algo está errado?

- Não sei como começar Annie...

- Que tal tentar do começo, Thiago? Tem algo a ver com a gente?

- Eu te amo Annie, e não gostaria de te magoar. Você não merece. Você é perfeita, mas...

- Mas? – Ele segurou minha mão e começou.

- Nós sempre fomos muito amigos... Acima de tudo amigos, e agora estou precisando de minha amiga.

- E terá, sempre terá! – disse a ele, para encorajá-lo a continuar. Meu coração estava esperando o pior.

- Eu não quero magoá-la, feri-la – ele continuava a falar de cabeça baixa.

- Fale logo Thiago, estou pronta para ouvir o que você tem a dizer. – Seu rosto era um misto de tristeza e dor.

- Você sabe que a Mara e eu trabalhamos muitos anos juntos. – eu Já sabia o que viria a seguir, estava angustiada esperando pelas palavras que não saia de sua boca. Mas na verdade, essa angustia se transformou em algo diferente, não era tristeza e esperei que contasse suas angustias. – Nós tínhamos um encontro com um representante na semana passada, e ficamos muito tempo juntos. Passamos horas entre preparativos para a entrega da apresentação, estávamos trabalhando numa mesma suíte,nos preparativos e acabamos pedindo comida nesse quarto que sempre usamos de escritório... – ele ficou quieto e apertou minha mão.

- E então?

- Bem, com o final da apresentaçãoque foi um sucesso, pedimos vinho e champanhe e entre um copo e outro, Mara confessou que sempre me amou, então... – Thiago soltou minhas mãos se levantou e se afastou de mim, ficando com o olhar perdido em uma planta no canto da sala.

- E então, vocês transaram! – disparei sem ao menos pensar nas palavras que saiam de minha boca, ele voltou a si, balançando sua cabeça negativamente.

- Não importa! Na verdade eu não queria... Começou com um beijo inocente, mas... Na hora não significou nada. – Ele continuava a andar de um lado para outro na sala.