Capítulo 20

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No dia seguinte me senti mais disposta,  apesar do leve enjoo.  Todo esse estresse não estava me fazendo bem, mas o que me restou foi ignorar e acompanhar meus amigos na bagunça. São sete e meia da amanhã e já estamos bagunçando na piscina da casa.

- Olha o vizinho alí...-diz a Carol e o Ray a olha.- Eu não estou dando em cima dele, calma...

- Ele meio que vivia nos cantando.- digo e todos me olham.-Diminuiu quando a Lisa começou a namorar com o Matt, mas ele ainda fazia questão de nos assediar.

- Confesso que tenho um pouco e medo destas coisas.- a Lisa se encolhe nos braços do Matt.

- Aparentemente ele nem liga mais para nossa existência.- diz Carol.

- Ainda bem!-me encosto na borda da piscina e respiro bem fundo, sentindo o calor me aquecer.

Minha visão foi ficando turva,o enjoo aumentou. Que droga, aquilo não deixava minha mente muito bem. Não poderia acontecer mesmo, não posso estar grávida e dele.

Saí rápido da piscina com a desculpa de que queria comer algo e fui para meu quarto. Corri em direção ao banheiro e vomitei como se meus órgãos fossem sair por minha boca naquele momento, após isso me senti melhor.

Tomei um banho relaxante e pus uma roupa soltinha, fui à frente da TV e me pus a assitir The Full House, era uma série antiga, mas era o que tinha pra hoje.

**

Duas semanas e meia, era o tempo que já estava aqui. Mais pais estavam me fazendo várias perguntas sobre minhas férias e se eu passariaesmo o dia aqui. Não sei por que eles perguntam isso, nem poderiam passar o dia comigo mesmo.

Vesti um vestido soltinho azul e sandália confortável. A Carol invadiu meu quarto e me faz pular de susto.

- O celular?-ela estende a mão para mim e aponto para o criado mudo.

- Está alí.- aponto para o celular.

- Ele te ligou?- perguntou enquanto segurava firme o aparelho.

- Sim, mas não atendi.-deu e ombros.

- Certeza?- ela arquei a sobrancelha e suspiro.

- Pode olhar o histórico e chamadas.- fui a frente do espelho e observei meu reflexo enquanto passava as mãos no tecido fino.

- Eu confio em você.- ela se aproxima de meim e segura meus ombros.-Já fez o teste?

-Ainda não tive coragem.- abaixei o o olhar e respirei fundo.- Estou com medo.

- Vai dar tudo certo.-ela me abraça e retribuo.

- Assim espero.

Descemos para o café da manhã e finalmente, depois de tantos dias, consegui encarar alguma comida sem ter vontade de vomitar. Me sentei à mesa junto com os outros e comecei a comer, pouco, mas estava comendo.

- Para a aniversariante do dia, trago uma surpresa.- diz o Matt enquanto segurava um pequeno bolo de morango.

- PARABÉNS PRA VOCÊ,  NESTA DATA QUERIDA,MUITAS FELICIDADES,MUITOS ANOS DE VIDA!-todos cantas alto e em uníssono, fiquei sem saber bem o que fazer. Então fiquei e pé e abracei a todos.

- Obrigada por lembrar, gente, mas não precisava de tudo isso.- digo sorrindo enquanto o Froy partia o bolo.

- Claro que precisa! Você é uma ótima amiga é hoje é um dia especial.- diz a Carol e me entrega o primeiro pedaço.

Começamos a comer o bolo, que por sinal estava uma delícia e ficamos conversando mais um pouco. Logo me senti, novamente, enjoada. Me levantei da cadeira e saí de fininho até meu quarto.

Encostei a porta e entrei no banheiro, não vomitei,foi apenas enjoo. Lavei meu rosto e, assim que levantei o olhar, parecia que o teste e gravidez me encarava.

- Acho melhor acabar logo com essa dúvida.- pego a caixinha e leio as instruções.- Seja o que Deus quiser.

Faço xixi na paletinha como manda as instruções e aguardei em pé, eram dois minutos para aparecer o resultado, mas para que  estava ansiosa, pareciam duas horas.

- VIOLETTE!-ouvi uma boa grossa e familiar gritar por mim no andar de baixo.-PRECISO FALAR COM VOCÊ, VIOL!

-Mas que merda é essa?-saí do banheiro e joguei em minha cama o teste de gravidez.

  Desci correndo os degrais e me deparei com o Allan sendo segurado pelo Matt. Deus olhos eram de quem estavam cansados, como é não dormisse há dias, seus cabelos bagunçados e uma respiração ofegante. Quando me viu,faz questão de abrir um sorriso,o sorriso pelo qual me apaixonei.

- Pode me soltar por favor? Preciso falar com a Viol.-ele faz uma pausa e me olha.-Você está linda.- sinto meu rosto corar.

- Pode soltar ele, Matt.- o Matt ouve meu pedido e o solta, se afastando um pouco e nós.

O Allan segura meu rosto com as duas mãos e o acaricia. Seu toque era sempre irônico, pois era frio como gelo, mas me esquentava como nenhuma outra lareira conseguiu.

- Senti sua falta, meu amor.-ele diz baixo e sorrio de canto.-Também com te dar parabéns, trouxe uma coisa, quero que veja depois.

Ele entrega uma caixinha preta e camurça em minhas mãos.

- O que faz aqui?-me afastei e suas mãos e, antes que ele me respondesse fiz outra pergunta.-Já se resolveu com ela?

-Estou trabalhando nisso, mas quero ter você ao meu lado.- ele se aproxima e ficamos a centímetros de distância.- Vim aqui pra te pedir perdão. Eu te amo e deveria ter te contado tudo, mas não fica longe de mim.

- Sr. Gray, isso é errado. Devemos ter apenas um relacionamento como qualquer outro professor teria com sua aluna.- tanto mandar mandar compostura, mas queria mesmo era beijar-lhe.

- Por favor, só mais uma chance.- ele pede com um brilho nos olhos que me faz partir o coração.

- Me desculpe, mas qualquer laço que já tivemos deve ser deixado no passado. É mais saudável para ambos não termos relações amorosas entre nós.- minha voz queria falhar e meu corpo tremia, mas tentei me manter firme.

- Não há nada mesmo que nos faça voltar?

Quando eu abri a boca para falar ouvi uma passos apressados e uma frase mais apressada ainda:

-Viol, você está grávida!-olhei para trás e vi a Carol estática encarando o Allan, enquanto segurava meu exame de gravidez em mãos.

- Grávida?!-o Allan pergunta e me olha.

Essa não! Isso não poderia estar acontecendo. Agora terei que abandonar meus estudos, trabalhar numa esquina qualquer pra conseguir manter uma criança. Meu futuro está acabado. Não consigo cuidar nem de mim, muito menos de uma criança

Senti minha vista ficar turva, as vozes ficaram fantasmagóricas, não conseguia distinguir o que falavam ao meu redor e, sem demora, não consegui mais ver nem ouvir nada. Apaguei.

Querido professorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora