3 - Ela conta um segredo

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3 - Ela conta um segredo

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3 - Ela conta um segredo

— Eu transei com o melhor amigo dele!

Choraminguei entrendentes, sentindo as lágrimas cruzarem os meus olhos enquanto tomava outra dose. Naquela altura do campeonato, me confessar a um estranho não era nada demais, pelo menos, a Aída bêbada e culpada não se importava nenhum pouco.

Que merda era àquela, afinal? Eu nunca, nunquinha, tinha falado para alguém que transei com um dos melhores amigos de Vinícius. Na verdade, aquele era um fato que constantemente eu tentava apagar da minha mente, mas o fato daquele moleque nojento ser um lixo tornava isso absolutamente impossível. Talvez fosse a bebida falando mais alto, era isso, Aída não era mais a Aída, ela era uma versão debochada e boca grande que falava sem medir o peso das suas palavras.

— O que? — Merlin perguntou, tragando outro cigarro, bebendo outra dose e de olhos arregalados.

Merlin, possivelmente, já estava bêbado também. Éramos dois perdidos que haviam se encontrado. Dois desgarrados bebendo convulsivamente num bar maltrapilho.

— É por isso que eu tenho quase absoluta certeza de que não sinto nada por ele, entende?

Minha voz saia embolada, enquanto eu ralhava histérica e, como se Merlin e eu nos conhecêssemos a anos, não me importei de relatar-lhe o ocorrido. Talvez eu estivesse mesmo maluca.

No penúltimo ano do Ensino Médio, a Aída adolescente estava com os hormônios a flor da pele. Não tinha a intenção de encontrar o amor da sua vida, muito menos se casar e viver um conto de fadas. Contudo, ainda assim, ela esperava que fosse especial e com Danilo achou mesmo que fosse. Ilusão! O cara era maior babaca, acredita que ficou reparando nos meus defeitos? E ainda ficou insinuando bobagens, não tinha jeito, era bruto, asqueroso e fedia para caralho!

— Então porque ficou com ele?

— Não sei, na verdade, foi o primeiro que me apareceu. Não parecia uma má ideia, mas foi a pior.

— Você não sentiu nada?

— Não com aquela metralhadora.

Merlin assentiu lentamente, analisando-me com cautela.

— Você acha que Vinícius seria capaz de me perdoar? — falei em tom de súplica.

— E porque o perdão dele é tão importante assim nesse quesito? Você se sente em dívida com ele?

Parei para pensar um pouco e, mesmo estando grogue, podia ter uma ideia de que o que Merlin estava dizendo era verdade. Porque eu me sentia tão em dívida com Vinícius sendo que não o amava?

— Você tem razão, mas o que é que eu faço então? Não quero magoá-lo mais do que já o magoei e, sei que, quando nos encontrarmos, ele vai querer saber quais os motivos para fazer com que eu não o ame.

— Sinceramente? Se ele fizer isso é um grande babaca. Você não é obrigada a amá-lo, mocinha. Ninguém é obrigado a amar ninguém se não quiser. O amor não é uma roupa que se pode escolher numa vitrine.

Ele tinha razão. Mais uma vez, o estranho tinha razão.

Mais uma dose, garçom?

Mais uma dose, garçom?

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Instagram da autora:
@trizsbeatriz

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