Olivia

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Qual era o meu problema! Jason é um bom rapaz e tudo o que eu fiz foi gritar com ele sem nenhum motivo.

Já fiz isso uma vez, com Patrick.

Inventei uma desculpa idiota pra afastar o meu primeiro amor e agora invento outra para afastar meu primeiro amigo.

Não consigo me relacionar com

alguém sem que essa pessoa saia magoada no começo, simplesmente porque eu sou uma idiota que não consegue ir até o final.


Respirei fundo e bebi um pouco mais de vinho, talvez se eu beber até cair eu esqueça o quão patética eu sou.



Percebi que meu telefone tinha algumas chamadas não atendidas da minha avó.

Retornei imediatamente.


- Oi querida, como está Vegas?


Minha vó não precisava ouvir mais um dos meus problemas, já tinha peso suficiente em suas costas.

No entanto sinto que se não falar com ela não falarei com mais ninguém e não falar me mata mais do que essa droga de doença.


- Eu fiz de novo, vovó!


- O que exatamente?


- Afatei uma pessoa que não deveria ser afastada.


Ela não disse mais nenhuma palavra enquanto a idiota aqui despejava os acontecimentos nada felizes em cima dela, a vovó apenas escutava e tudo o que eu precisava era desabafar.

No final da conversa, mais uma vez suas palavras me deram um pouco de luz:


- Querida, eu sei que você tem medo do mundo, mas quem não tem hoje em dia?- Eu dei um meio sorriso com essa.- Sei que a situação... Sei que as coisas podem não estar mais fáceis agora do que ja foram  um dia.- Ela fez uma pausa não muito grande, porém pareceu uma eternidade para mim.- Se você não começar a viver meu bem, e eu quero dizer, viver de verdade, sentir tudo o que tenta não sentir, então vai descobrir que já está morta.


Minha avó sempre soube o que dizer, sempre soube como dizer e eu sempre soube escutar.

Quando a Hora ChegarWhere stories live. Discover now