EPÍLOGO

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HORAS MAIS TARDE, Eulalia e Clarissa conseguiram chegar a um dos aeroportos de Milão, o Aeroporto Internacional Malpensa. Elas estavam novamente na Itália, país que viveram por mais de vinte anos. Elas conseguiram que um dos motoristas de Leon as buscasse no aeroporto assim que desembarcaram do avião, que tinha mais de 300 passageiro a bordo.

Elas foram levadas ao maior hospital da cidade, que era totalmente equipado e modernizado com a melhor estrutura, uma vez que Leon e Felippa poderiam pagar por um acompanhamento médico de qualidade. Durante toda a gravidez de Felippa, um dos melhores obstetras da Itália estava os acompanhando, para que não houvesse nada de errado com a criança.

Clarissa e Eulalia alcançaram a imensa sala de espera do hospital, que era muito maior do que a sala onde a família de Clarissa estava em Madri, quando ela foi hospitalizada. Conforme Leon havia comentado por telefone, todos estavam no ambiente com ele, Thomas, Sarah, Marcollo, Nìcolla, Christophe, Trevor e Antoine. que não parava de encará-la desde que ela havia chegado.

Trevor estava com os olhos velados e com sombras sob eles, como se não viesse dormindo bem nos últimos tempos. Na hora, ela percebeu o tamanho de sua barriga de quatro meses, que já era perceptível, mesmo com as roupas largas que vinha vestindo nos últimos tempos. Clarissa olhou para baixo e viu o rosto de Trevor se endurecer.

Ele veio em sua direção e a pegou pelo braço, longe de todos e puxando-a para fora do hospital, rumo ao estacionamento. Mesmo reclamando, ele não a soltou e logo que chegaram ao estacionamento, ele deixou-a, mas estava claro que ela devia explicações para ele.

- Quando ia me contar que estava esperando um filho meu, Clarissa? – Disparou ele, com muita emoção em sua voz.

Ela sentiu sua pele empalidecer e tentou se manter controlada, afinal, não podia se incomodar, tampouco se estressar, pelo bem de seu filho.

- Eu não ia te contar. Você apenas me tratava mal e pensei que você merecia isso. No entanto, nos últimos dias, eu não tenho conseguido parar de pensar em você. – Confessou ela, afinal, já estava na hora de dar fim àquele sofrimento e contar a ele toda a verdade.

- Como acha que eu me sinto. Acha que não me arrependi de não ter contado nada você, principalmente em relação ao segredo envolvendo todo seu passado?

- Você se arrependeu? – Ela quis saber.

- Mas é claro. Como acha que eu me sinto, sabendo que magoei a única mulher que eu amei em toda a minha vida? Eu poderia ter sido transparente, mesmo arriscando a minha vida, a sua, a de Arturo e a de Lorena! Mas não, eu preferi ocultar isso e colocar todos em xeque. – Ele estava tentando. – Como acha que eu me senti nesse último mês, longe de você? De seu toque, da sua voz e principalmente, do seu jeito doce de ser?

Ela não aguentou e começou a chorar de emoção. Já estava sobrecarregada, mas não poderia mais adiar aquilo. Então, ela falou:

- Eu sempre o amei. Sempre. Tinha medo de contar porque sabia que você não gostava de compromisso e de um relacionamento estável. Mas tentei mostrar isso através dos pequenos gestos no dia a dia, durante as nossas conversas e sobretudo, nas noites em que dormimos juntos.

- Você sempre se entregou a mim de corpo e alma. Eu fui um cego, porque não queria enxergar o que estava bem na minha frente. Além disso, fui um tolo porque não queria assumir meu sentimento por você. Mas não me culpe. Eu jamais amei uma mulher até te conhecer. Eu era um Trevor antes de te conhecer e outro depois. E volto a repetir, eu a amo. Amo-a mais que tudo e faria qualquer coisa para tê-la novamente ao meu lado.

Clarissa chorou, mas não de tristeza, mas sim de felicidade. Afinal, seu sonho de que Trevor a amasse estava se tornando realidade. As suas fantasias, desde o dia em que ela o viu pela primeira vez em Volterra, se tornaram enfim, reais. Reais a ponto de ele confessar que falava e ainda, se arrepender de tudo que havia feito de mal a ela.

- Eu a destratei. Obriguei-a e ir comigo a Consuegra. Mas saiba, que se você não quiser ficar comigo, eu ficarei sempre como um homem vazio. Que tem tudo, mas não tem nada. Sem você do meu lado, nenhum euro da fortuna que eu tenho vale. Nem agora faz tanto sentido para mim. A única coisa que eu gostaria era poder ter você do meu lado como minha esposa e poder criar nosso filho com toda o amor do mundo. Eu os amo como ninguém.

Ela o abraçou e o beijou com amor. Com o amor que sentia por ele desde sempre. O encontro no passado, um encontro com seus sentimentos e fantasias de quando ainda era uma adolescente. O encontro no passado, mas que significava um futuro inteiro juntos, sendo felizes e plenamente realizados.

- Por isso, Clarissa, seja qual for a sua decisão, eu respeitarei. Apesar de amá-la com todo o meu coração, se for necessário deixá-la ir, eu deixarei.

- Eu não irei. Eu sempre o amei e também o quero ao meu lado. Nós três e uma vida de alegrias pela frente. Eu o amo, Trevor.

Ele a beijou com paixão e acariciou o seu rosto.

- Eu a amo mais. Eu a amarei até o fim dos meus dias. – Trevor se abaixou e se ajoelhou diante dela. – Sendo assim, Clarissa Acconci, você aceitar ser minha esposa?

Emocionada, ela assentiu com a cabeça. Ela se levantou e a pegou no colo, girando-a no ar.

A emoção continuou após voltarem ao interior do hospital, mais exatamente à sala de espera, quando Leon convidou a todos para que fossem ver o filho deles pelo vidro da porta da sala do parto. Leon estava emocionado e Clarissa nunca o vira tão sentimental. Era claro e verdadeiro que ele amava Felippa, pois estavam juntos há quatro anos e meio.

Sarah estava abraçando Thomas. Marcollo apertava a mão de Nìcolla enquanto beijava seu rosto. Já Christophe, mandava olhares nada discretos em direção à Eulalia, revelando interesse. Clarissa permanecia ao lado de seu amado e Leon, entrara dentro do quarto, enquanto pegava seu filho recém-nascido nos braços. Clarissa derramou mais lágrimas ao ver Felippa acenando para ela e para Eulalia.

QUINZE DIAS DEPOIS, era um tempo de alegrias e muitas comemorações. Afinal, Clarissa estava prestes a entrar na principal igreja de Londres para se casar com seu grande amor. Eulalia estava mandando sinais de boa sorte para ela, enquanto sentava em um dos bancos da linda igreja em estilo gótico.

Felippa segurava o pequeno filho nos braços, sendo abraçada por Leon. Marcollo cuidava de seus dois filhos ao lado da esposa, Nìcolla e já Trevor, permanecia com um dos filhos gêmeos nos braços e Sarah, com o outro menino. Christophe e Antoine foram os únicos a ficarem no altar com Trevor, como seu padrinho. Lorena estava chorando e acenou para sua irmã gêmea quando Clarissa olhou para os bancos da catedral.

Suas pernas permaneciam bambas, enquanto ela passava pela nave da igreja com o pai, Arturo e se aproximava de seu grande amor. A mão suou, o coração acelerou e o buquê de rosas brancas quase caiu. Mesmo assim, ela conseguiu chegar ao altar, mesmo com o longo e lindo vestido branco, com a grinalda nos cabelos e o véu branco como neve.

Ela estava muito emocionada e pegou nas mãos de Trevor, que se fecharam sobre as suas. O padre fez uso da palavra e chegou a hora de eles expressarem o seu amor um pelo outro, aceitando como esposo e esposa unidos pelo matrimônio. Então, beijaram-se diante dos convidados, amigos e familiares, expressando seu amor duradouro e verdadeiro.

Ao final, com as mãos entrelaçadas, enquanto saiam da igreja e eram banhados com os grãos de arroz, jogados pelos convidados, Clarissa disse:

- Eu sempre o amarei. Obrigada por tudo.

- Eu tenho que agradecer a você, meu amor. Por ter me mostrado o amor e tudo que há de mais puro.

Assim, Clarissa jogou o buquê de rosas brancas para o alto, e quando esse veio para baixo, quem o apanhou foi Eulalia Allard, a quem Clarissa sempre ouvia dizer que nunca havia encontrado o amor também. 

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Encontro com o Passado - Série Apaixonados e Poderosos - Livro 4 (COMPLETO)Where stories live. Discover now