Capítulo V- Amizade

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Alec estivera distraído por longos minutos quando fora despertado de seus pensamentos pela voz preocupada de Mary a indagar-lhe pela segunda ou terceira vez seguida se ele estava bem ou se precisava de algo.

Ao dar-se conta que estivera tempo demais repassando suas próprias palavras ele pediu para que ela chamasse Joseph e que ele lhe preparasse um banho.
Desculpou-se alegando estar com sono e saindo logo em seguida em direção ao quarto que lhe fora designado. Instantes depois já no quarto Alec esperou Joseph trazer-lhe a água quente para tomar um banho relaxante.

A imagem de Katherine não o abandonou nem por um segundo. Seu pensamento viajou até ela e um contentamento estranho se apoderou dele ao imaginar que ela encontrava-se apenas a uma pequena distância dele mais precisamente à alguns passos, no quarto ao lado. Ele se perguntava como poderia existir alguém tão incrivelmente linda e sequer dar-se conta desse fato, ela certamente não imaginava como o afetava.

Claro, ela não podia ver a forma como ele a olhava nem como ele sorria e se sentia feliz somente por estarem no mesmo ambiente. Para ele era motivo de alegria indizível poder estar com ela mesmo que o sentimento não fosse recíproco. Após o banho quente ele sentia-se revigorado pronto para encarar novamente seu desafio mais doce. Pronto para recomeçar e tentar provar para ela o quanto se importava com ela. Iria vê-la e conforme o estado dela ele planejava ir à casa do tio...

Mas antes de tudo queria vê-la bem, totalmente recuperada e desperta mesmo que fosse para voltarem a discutir. A ideia de protegê-la acompanhava-o constantemente. Ele desejava vê-la sorrindo, caminhando pela praia e até mesmo correndo só que desta vez esperava que não fosse fugindo dele mas em sentido contrário...

Depois quando já estava no quarto com Katherine a examinando, ele a observava num sono tranquilo. Com a respiração leve, olhos fechados...
Tomou a pequena mão na sua para verificar a pulsação e sentiu-a quente, quente demais, a febre havia aumentado novamente o que o preocupou bastante. Viu-a entreabrir os lábios e sussurrar uma única palavra que o fez sorrir largamente: " Alec".

Ela dissera seu nome. De uma forma tão terna e doce, sem toda a reverência ou a formalidade que exigia o decoro e os bons costumes da época.

Então ele percebeu que ela estava sonhando e que era óbvio que ele estava presente no sonho. A curiosidade o dominou e ele desejou saber os acontecimentos daquele sonho no qual ele não era um mero espectador mas um participante ativo nos fatos ocorridos.

Logo depois ela voltou a falar mas desta vez qualquer sombra de sorriso se desfez no rosto dele com o que ela disse:" Eu não posso". Apenas três palavras e estas foram suficientes para fazê-lo mergulhar numa dúvida cruel, na incerteza do que ela queria dizer com aquilo. Ele se perguntava a que ou a quem ela se referia. Por julgar que se tratava de algo bastante sério ele almejava saber o que ela não poderia...

Ele aproximou-se um pouco mais dela e levou a mão que ele ainda segurava aos lábios e depositou um beijo suave. Numa reação instintiva ela retirou rapidamente a mão e se remexeu na cama mas não acordou.

Alec lamentou o fato dela até mesmo dormindo parecer querer fugir dele. Empurrou a sensação desagradável para longe e voltou a examiná-la desta vez tocando sua testa suavemente e constatou que a febre havia subido mais ainda desde a última vez que ele havia observado. Ele também achou estranhou o fato dela estar dormindo a tanto tempo. Pensou na possibilidade dela ter piorado mas não tinha certeza pois ela aparentava estar melhor apesar da febre. Se ao menos ela estivesse desperta ele poderia ouvir de sua própria boca como ela se sentia.

Decidiu descer as escadas e pedir a Sra. Johnson que o auxiliasse. Mary o ajudou a decidir se deveriam acordá-la ou não. Optaram pela segunda opção por constatarem que ela parecia bem apesar da febre e ademais tentaram a despertar mas não conseguiram. Chegaram a conclusão de que ela deveria estar muito cansada e também fraca pois parecia mais pálida do que o normal.

Além do que os Olhos Podem Ver...A Luz do teu olharWhere stories live. Discover now