Além do que os Olhos Podem Ver...A Luz do teu olhar

Capítulo XXII (parte 2) O fim do começo ou o começo do fim (parte 2)

Kate

Quando decidi visitar o túmulo dos meus pais foi com um misto de tristeza e felicidade. Eu estava muito feliz por ter Mary, Joseph, tio Thomas, Daniel, Alec e todos os outros. Também me sentia realizada por ter conseguido construir uma linda família.

Uma imensa, peculiar e incrível família. E agora minha felicidade era redobrada porque tinha quase certeza que a família iria aumentar, segundo minhas suspeitas era provável que eu estivesse esperando um bebê. O meu tão sonhado bebê...

A tristeza era pelo fato de eu não poder partilhar com meus amados pais minha grande alegria. Eles certamente ficariam imensamente felizes por todas as minhas conquistas...

Eu ainda não tinha contado nada a Alec, somente Mary conhecia meu segredo. Eu não queria dar falsas esperanças, por isso, decidi esperar o momento certo...

Entretanto, Alec precisou ir visitar seus pais depois de saber através de uma curta missiva enviada por seu pai que Amélia não estava se sentindo bem. Ele hesitou em me deixar, mas o tranquilizei afirmando que estaria segura, que Mary, Joseph e os outros cuidariam de mim. Mesmo assim ele partiu com muita relutância.

Após três dias recebi sua carta informando que o mal-estar de minha sogra havia se intensificado e que meu marido precisaria passar mais algum tempo com meus sogros.

Fiquei preocupada e triste, temendo que ela piorasse ainda mais e ao mesmo tempo com saudades. Afinal, não estava acostumada a ficar afastada do meu amado por tanto tempo.

Mas graças a Deus depois de duas longas semanas as coisas melhoraram e Amélia estava se recuperando finalmente. Alec havia sugerido que eu fosse encontrá-lo, pois não suportava estar longe por tantos dias, mas logo voltou atrás ao se lembrar que Daniel não se sentia confortável durante viagens de carruagem, que não seria possível chegar até lá de outra forma e que não estávamos numa boa época para viajar.

O clima estava chuvoso e as estradas ficavam muito ruins, quase intransitáveis. Sem contar com as ameaças de nevascas, tão comuns durante esse período. Por ser um percurso longo e dada às condições climáticas esperar tornou-se a única opção, no meu estado atual quanto maior o cuidado e menos exposição melhor seria.

Sem mencionar que esse tempo foi suficiente para confirmar que realmente eu estava esperando uma criança. E como não queria sobrecarregar Alec com mais uma preocupação, mantive a discrição sobre minhas suspeitas. O que, para minha completa felicidade, foi constatado nas semanas seguintes.

Mesmo nos comunicando com certa frequência eu não quis dar a boa notícia por carta e decidi esperar até a melhor ocasião. Pedi a Alec para trazer seus pais para passar uns tempos conosco alegando que os ares das montanhas seriam benéficos para a saúde de Amélia. Mas além disso, eu pretendia que ela e meu sogro estivessem presentes quando compartilhasse a novidade com o restante da família.

Além dos meus sogros, convidei também meu antigo tutor, o Sr. Lèfrév para ficar conosco. Assim depois da chegada de Alec, seus pais e Lèfrév que, chegou no dia seguinte ao retorno de meu marido. E depois de tio Thomas se juntar ao grupo, nos reunimos para celebrar a recuperação de minha sogra e na presença deles e do restante da família eu contaria finalmente que muito em breve teríamos um novo membro da família.

Foi um momento curioso o que aconteceu porque Alec parecia meio desconfiado ao questionar sobre o que havia ocorrido em nossa casa ou na vizinhança durante sua ausência, ele também perguntou se eu teria algo a lhe contar, fato que neguei enfáticamente, pois não queria estragar a surpresa.

Porém, como sua chegada ocorreu durante à noite, eu já estava deitada, seu cansaço era tamanho que acabamos trocando poucas palavras antes de adormecermos.