Capítulo 16

2.7K 230 25
                                    

Eu ainda estava escolhendo as palavras quando Theo com seu cinismo me apressa:

- Quando quiser Nany. – Apontou a cadeira em frente à sua para me sentar e assim o fiz.

- Bom senhor, Carrie é cliente antigo?

- Sim, foi um dos meus primeiros clientes posso saber o motivo do interesse repentino no homem Nany?

- Tenho motivos para acreditar que ele trabalha para Falcão.

- E quais seriam esses motivos, minha querida? – olha o cinismo aí novamente.

- Bryan continuou pesquisando, ordens minhas. Ele acabou conseguindo imagens do tal garçom por câmeras de segurança e começou a segui-lo. O homem está na fronteira da cidade, ao sul. Bryan conseguiu imagens de satélite e uma das fotos que conseguiu foi do seu cliente.

- Está fazendo isso sem me comunicar, não acredito nisso Nany, não foi isso que combinamos. – Ele está zangado.

- Eu sei amor, mas simplesmente não consegui deixar de investigar e quanto mais gente soubesse dos passos mais perigo teria de vazar informação e a gente perder tudo.

Seus olhos estavam presos em mim, já não estava mais bravo. Sabia que aquela palavra surtiria efeito e que eu conseguiria mudar o jogo.

- Quero que mande copia de tudo o que conseguiu para Klaus – assenti – Vamos continuar investigando o que conseguiu. Prometo que somente nós estaremos a parte de tudo. Avise ao Bryan que ele receberá um aumento e será promovido. Peça a Vera mandar todos os dados que temos do cliente e da empresa para Bryan, aposto que ele descobrirá mais coisas.

- Sim senhor, se me der licença...

- Não antes de ganhar um beijo da minha secretária / segurança linda.

Era noite quando chegamos a casa de Theo. Fomos recebidos por Klaus que nos contou que havia recebido tudo pelo Bryan e que iria começar a investigar também todas as informações. Nos avisou também que Bea estava acordada a algum tempo e que ela contou algumas coisas, porém queria ela mesma contar ao irmão, então eu e Theo corremos para o seu quarto.

Fui a primeira a entrar, Bea estava encostada na guarda de sua cama e Tom estava sentado na poltrona ao lado da cama. Eles pareciam sorrir. Corri a abraçar com muito cuidado a Bea.

- Me perdoe Bea o que aconteceu com você foi por minha culpa e não consigo me perdoar com isso.

- Vai com calma tigresa está me machucando.

- Desculpe, tem hora que não tenho controle sobre minha força – todos rimos.

Theo se aproximou da cama e deu um beijo na testa de sua irmã que fechou os olhos recebendo o carinho.

- Preciso contar a vocês o que aconteceu. Theo eu fiquei o tempo todo na cidade, o local parecia uma fazenda desativada. Apesar de eu estar machucada parece que foi pior do que realmente foi. Na maioria das vezes eles não eram rudes. Me davam comida e agua uma vez por dia. Esses machucados foram feitos por Joana. Ela e um outro homem estavam conversando e ela achou que eu tinha escutado algo e me torturou por algum tempo tentando descobrir o que escutei, sendo que na realidade eu não havia ouvido nada.

- Não precisa continuar agora se não quiser minha irmã – disse Theo percebendo que estava sendo difícil para ela reviver esses momentos.

- Eu preciso. Theo esse homem que estava com Joana me disse que tudo isso está acontecendo porque nosso avô não fundou a Gaya sozinho como havia nos contado. Ele tinha um sócio. Sócio esse que era avô dele. 

Ela parou por alguns minutos e eu a pedi para continuar.

- O homem em questão era Falcão. Disse que nosso avô deu o cano no avô dele e tomou tudo o que eles tinham... disse que ele, seus pais e suas irmãs passaram fome por conta disso. Seu avô morreu de desgosto pouco tempo depois. Sua mãe fugiu com outro homem por conta da situação e seu pai se enforcou na frente dos filhos. Falcão quer vingança pela sua família.

A essa altura eu já estava chorando.

- Já contou isso ao Klaus certo? – ela assentiu – Ele irá investigar as informações, se for verdade chamarei esse Falcão para uma reunião e resolveremos isso como adultos.

- Ele estava falando a verdade meu irmão, eu vi isso nos olhos dele. 

- Você precisa descansar querida, vou pedir a empregada que traga uma sopa, amanhã estará nova em folha. Vamos Theo tomar um banho e comer alguma coisa, quero me juntar a Klaus na investigação. Aposto que Tom não se incomodará em fazer companhia para Bea durante a noite. – Theo sorriu de lado.

- Podem ir eu cuido dela – o sorriso que deram um ao outro condenava, havia um grande sentimento ali.

- Porque chorou Nany, quando Bea nos contou aquela história. – Questionou Theo já do lado de fora do quarto da irmã.

- Honestamente? Se fosse verdade seria uma história bastante cruel não concorda, não que justificasse esse tipo de atitude.

- É infelizmente é algo triste, porém nem sabemos ainda se é verdade. Acredito que esteja fragilizada pelo estado de Bea. Não quero que se culpe ok? – assinto – Vem vou cuidar de você.

Me pegou pela mão e me arrastou para o meu quarto, me colocou sentada em minha cama enquanto eu ainda chorava de soluçar. Entrou no meu closet arrumou uma roupa confortável para mim. Novamente segurou minha mão me puxando para fora do quarto e entrando no seu em seguida.

Novamente ele me colocou sentada na cama e sumiu por uma porta onde presumi que seria o banheiro. Logo ouvi o barulho de água, a banheira estava enchendo.

Eu fiquei realmente triste com aquela história, pensar no que aquelas pobres crianças tiveram que passar por conta de puro egoísmo.

- Venha minha linda, vou te colocar no banho.

Theo me puxou pela mão e fomos para dentro do banheiro, me deu um beijo na testa e sem conotação sexual alguma ele começou a me despir. A concentração em cuidar de mim era tanta que acredito que ele nem sabia responder se perguntarem a ele a cor das minhas roupas intimas. 

Em momento algum os seus olhos deixaram os meus. Ele estava de fato cuidando de mim. Me deu a mão para que eu pudesse entrar na banheira e antes que me ajudasse a me sentar eu falei:

- Por favor fique comigo.

- Calma querida eu não irei sair daqui, está vendo aquela cadeira ali? - Disse apontado para uma cadeira que estava perto da porta do banheiro – ficarei o tempo todo sentado nela.

- Não por favor, quero que fique aqui comigo – disse enquanto minhas mãos trabalhavam em abrir os botões de sua camisa.

- Aí dentro? Tem certeza!

- Sim.

Mais do que depressa Theo tirou a camisa e a calça, mantendo a cueca. Entrou na banheira e se sentou, logo me puxou para sentar no meio de suas pernas, ficando abraçado a mim.


O Golpe - CONCLUÍDO Where stories live. Discover now