Amor Maluco

Capítulo 11

- Tudo bem. - Meu pai respira fundo. - Você não teve culpa. - Ele se aproxima de mim, beijando o topo da minha cabeça.

- Fica tranquila, vamos descobrir quem foi. - Minha mãe segura minha mão. - O bullying é horrível, sei bem como é. - Ela murmura, trocando um breve olhar significativo com meu pai.

- Obrigada. - Abaixo meus olhos.

- Malu, qual o nome do usuário que vazou a foto? - Tio Bruno pergunta, me aproximo dele e dígito o nome para ele.

Minha mãe se aproxima dele, alguns minutos passam enquanto os dois procuram pela localização, parece que foi mais difícil do que pensávamos. A pessoa sabia como esconder algumas coisas.

- Isso é uma droga. - Me sento no sofá ao lado do meu irmão, ele coloca suas mãos nas minhas costas. - Nem parece que está acontecendo.

- Relaxa, eles vão resolver. - Ergo meu olhar para o tio Bruno e minha mãe, os dois são inteligentes pra caramba quando se juntam é incrível de ver.

- Eu juro que quando eu descobrir... - Murmuro com raiva.

- Eu mesmo faço questão de dar uma lição no imbecil. - Mike se senta do meu outro lado. - Vai dar tudo certo. - Ele me puxa para um abraço apertado, apoio meu queixo sobre o seu ombro e fecho os olhos.

- Você tá tisti, imã? - A voz fofa do meu irmãozinho é um refúgio que me consola. - Não fica atim, Manu. Não gosto... - Sinto meu coração amolecendo com tamanha fofura.

- Eu te amo tanto. - Pego o pequeno e o coloco em meus braços, ele coloca suas pernas sobre o colo do Mike enquanto me abraça. Peter é a coisinha mais preciosa da minha vida, eu faria qualquer coisa por ele.

- Conseguimos! - Minha mãe exclama, corro até os dois assim como os de mais.

- Consegui hackear e pegar todas as informações da conta, com isso entrei pelo sistema e encontrei o endereço do local em que o dispositivo que criou a conta está.

- Assim, aqui está o endereço. - Minha mãe aponta para as letras verdes no fim da tela preta.

Sinto meu coração perder uma batida quando meus olhos batem sobre a tela do computador.

E ali estava o endereço.

Que conheço bem.

O endereço de Tommy Forbes, meu namorado.

Me apoio na mesa me sentindo zonza pelo impacto da descoberta.

- O que foi, Malu, você conhece esse endereço? - Meu irmão pergunta.

- É onde fica a casa do Tommy.

- Eu sabia que aquele cretino não prestava! Eu sabia! - Carlos Eduardo anda de um lado para o outro. - Como ele foi capaz de fazer isso?

Eu também tenho me perguntado isso desde o segundo que descobri. Até cheguei a pensar na hipótese de ter sido um engano, mas seria burrice demais. Muitas coisas apontam para ele na verdade, por isso ele nem está indo para a escola.

- Eu vou matar aquele moleque! - Meu pai esbraveja.

- Eu nem sequer consigo acreditar. - Murmuro.

- Mas vocês tem certeza que foi ele? - Johnny faz a pergunta que estava rodando pela minha cabeça.

- Também pensei isso, como ele tirou a foto da tolha sendo que ele está nela? - Me lembro de ter visto ele na foto ao lado do Jimmy.

- É uma questão, mas por que será que ele estava olhando para a câmera? - Cadu estende seu celular com a foto do corredor, procuro pelo Tom no meio dos garotos e o encontro; está realmente olhando para a câmera, significa que ele viu e deu um jeito de pegar a foto com a pessoa. - Não tem defesa, mas se vocês querem ter certeza mesmo, vamos descobrir agora. - Carlos se levanta com as chaves do seu carro já em mãos. - Malu, tenho um plano.

- Fala.

- Você vai arranjar um jeito de irritar ele muito ao ponto de fazer ele confessar.

- Ele não se irrita facilmente.

- Nem se for traído? - Sua expressão maldosa me deixa pensativa.

- Como assim? O que quer que eu faça? Saia beijando todos os garotos da Hills City até chegar nos ouvidos dele?

- Não, beije apenas um. No mesmo lugar que ele estiver.

- Eu não faço ideia de onde ele esteja agora. - Bato meus pés no chão em um gesto nervoso.

- Caramba, Malu para de ser anta. - Ele revira os olhos. - Hoje a noite vai ter uma festa, do Bradd.

- Eu fiquei sabendo dessa festa, eu e o Tom falamos que não íamos.

Carlos Eduardo solta uma gargalhada.

- Pode crer que ele vai. - Balanço a cabeça. - Vamos hoje, todos nós. É um plano bom, quando você chegar lá vai ver.

Eu vou à festa, mas não tenho certeza se ele vai mesmo estar lá. Ele me disse que não iria.

A quem estou querendo enganar? Foi ele mesmo, só preciso ouvir isso da boca dele. Definitivamente não vai ficar assim.