Capítulo 2

1.9K 305 41
                                    

Desde a entrada daquele rapaz moreno tudo foi um caos para a mente de Kyungsoo: Esse rapaz tirou a cadeira de cima de si, o ergueu pelas axilas e o colocou de volta na cadeira enquanto continuava perguntando com uma voz suave, mas assustada, se ele estava bem. Mukmool seguia os seus passos movendo seu rabinho e latindo, e de vez em quando Kyungsoo pensava unicamente no quão patético ele devia ter parecido ali, jogado no chão chorando como uma criança, e ainda mais agora, estando na frente dele, sendo observado, estando com o rosto vermelho e inchado. Se perguntava quando ele iria embora enquanto olhava para as suas mãos acariciando os cachos de Mukmool, que tentava tirar a correia com os dentes.

— Posso saber o seu nome?

Essa frase o tirou de seus pensamentos e o fez olhar diretamente para o rosto do desconhecido. Ele tinha o cabelo liso da cor chocolate, assim como a sua pele da mesma cor. Kyungsoo nunca tinha visto um coreano de pele escura e era o que pensava enquanto perdia o olhar na clavícula a mostra pelo suéter de gola solta de cor creme. Ele também usava uma camiseta preta, e jeans que se ajustavam às suas pernas firmes e torneadas.

— Me chamo Kyungsoo... — disse simplesmente, baixando o olhar novamente, sentindo-se patético por causa de seus olhos vermelhos e bochechas quentes. — Você encontrou a Mukmool... — Fixou seu olhar na cachorrinha, que puxava a correia entre grunhidos.

— Sim... Ela é sua, certo? — o rapaz moreno aproximou seus dedos, ocultos pelo suéter, de Mukmool que se viu distraída pela carícia em seu focinho. Ela tentou mordê-lo, brincalhona, fazendo-o sibilar entre risadas por causa da dor causada pelos pequenos dentes ao mastigar os seus dedos.

— Você pode ficar com ela — Kyungsoo disse abruptamente, fazendo com que o moreno o olhasse nos olhos diretamente, surpreso. Foram minutos enquanto uma luta de olhares era mantida por ambos os homens, a mescla de confusão do moreno e a insegurança de Kyungsoo. Mukmool se revirava no chão mordiscando a mão que lhe acariciava, sem perceber nada.

— Mas ela é sua... tem o seu número e o seu nome na coleira dela.. e... — olhou para o cômodo e acabou deparando-se com as coisas da cadela sobre uma mesa. — Você tem todas as coisas dela... você estava chorando porque ela tinha ido embora, não era?

— Você não sabe de nada... — Kyungsoo mordeu rapidamente a sua bochecha por dentro para não explodir. Achava que já tinha dado muito espetáculo por hoje na frente de outro cara. — Eu não posso ficar com ela... não posso continuar cuidando dela. Estou procurando um lar para ela. — Baixou seu olhar para não olhar para a cachorrinha por causa da culpa apenas para ser surpreendido pela moita de pelos negros de Mukmool revirando-se em seu colo quando o rapaz a deixou ali. A cachorrinha parou de brincar e reconheceu os braços de quem estava, começando a lamber suas mãos e mover sua cauda animada.

— Ela te ama muito... você ainda pode cuidar bem dela... — ouviu a voz masculina, e algo em seu peito explodiu. Kyungsoo ergueu o olhar para ver o sorriso gentil do outro rapaz que estava apoiado sob os seus joelhos, olhando-o. Seu cenho se franziu rapidamente.

— Você não entende... — pegou Mukmool em seus braços e a estendeu para ele. — Fique com ela... leve-a embora... eu não posso... — Um som seco vindo da porta os distraiu fazendo os dois se depararem com um homem de terno entrar com rapidez para dentro da sala de estar.

— Kyungsoo! — seus olhos se encontraram com os de Junmyeon, que se aproximou depressa dele, parando ao ver a cena: um Kyungsoo estendendo Mukmool para outro homem que o olhava perplexo. — Você está bem? A porta estava aberta... eu pensei...

— Está tudo bem... — Kyungsoo encolheu os seus braços, depositando a cadelinha em seu colo novamente. — O vizinho já estava saindo...

— Jongin... — o rapaz o interrompeu, pondo-se de pé. — Kim Jongin. Moro no quarto andar... — ele fez uma reverência diante do advogado, para voltar seu olhar para Kyungsoo. — Eu vim devolver a cadelinha ao vizinho... ela tinha fugido pela porta... — Sorriu largo fazendo com que o cenho de Junmyeon se franzisse diante da calma do jovem. Porque sim, ele havia notado a tensão de Kyungsoo muito bem.

O Dia Depois da Minha Morte [TRADUÇÃO PT-BR]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora