Capítulo 6 - A Ovelha Perdida.

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Milla havia se machucado muito, e eu não me perdoava por isso, eu não perdoava Lyra. Minha melhor amiga estava internada há 3 dias, e eu estava ao lado dela durante todo o tempo.

-Você está péssima,- Falei tirando uma mecha de cabelo do rosto de Milla. -Você não deveria ter feito aquilo.

-Ele ia te atacar,- A voz dela era fraca e frágil. -O que eu poderia ter feito?

-Me deixar morrer,- Disse brincando, mas no fundo era verdade. -Agora você está aí, com um traumatismo e duas costelas quebradas.

-Hei, eu sou filha de um anjo, nada pode me matar.

Mesmo deitada em uma cama de hospital ela continuava a alegre Milla de sempre.

-Ela vai me pagar pelo que fez com você.

Eu havia contado a minha teoria para Milla. Ela não riu de mim como eu imaginava que seria, mas me disse para esquecer dessa paranoia.

-Você nem sabe se foi realmente ela...

Era verdade, eu não tinha provas que Lyra havia deixado o dragão entrar pelos portões, mas algo me dizia que eu estava certa.

-Você não acha que eu estou louca né?- Pedi com a voz baixa.

-Jennie, alguém deixou aquele animal entrar. Pode ter sido Lyra, como pode ter sido qualquer outra pessoa, só estou dizendo que você não tem certeza.

Milla estava certa, como sempre.

-Tyller não quer me deixar bater nela,- Falei pesarosa. -Vou bater nela e nele também!

Milla agora estava sorrindo, eu adorava vê-la sorrir.

Nunca ninguém mais a machucaria, eu havia feito uma promessa para mim mesma que a protegeria de todas as formas, mesmo que isso significasse eu me afastar dela.

-Agora tenho que ir, tenho aula de kung-fu.- Menti.

-Você ainda vai nesse lixo?- Ela perguntou virando os olhos.

-Eu adoro kung-fu!- Isso era verdade.

Dei um beijo na testa dela, como se fosse um beijo de despedida, se minha fuga desse certo eu não a veria por muito tempo, eu nem sabia se a veria de novo.

Eu iria escrever uma carta de despedida para ela, Milla era minha melhor amiga, porém eu não conseguiria despedir-me dela pessoalmente, me mataria ver ela magoada.

-Só... se cuida ok?- Falei com a voz embargada.

-Você fala como se fosse morrer!- Ela juntou as sobrancelhas formando uma linha tensa e dura.

Eu espero que não. Essas palavras foram ditas apenas no meu pensamento enquanto eu saía pela porta da enfermaria fingindo um sorriso no rosto.

Do lado de fora estava Tyller, ele agora havia virado a minha sombra desde que eu havia contado a ele meus planos de fuga.

-Você não tem mais o que fazer?- Pedi dando um leve empurrão nele.

-Tenho que impedir você de fazer besteiras, fazer o que...- Ele respondeu com um sorriso torto no rosto.

Continuei andando como se eu estivesse sozinha, Tyller não disse uma palavra até chegarmos em frente ao meu quarto.

-Você não espera que eu te convide pra entrar.- Supus. Ele não respondeu. -Olha, eu vou tomar um banho e dormir Ok? Estou muito cansada e... Amanhã a gente se vê.

Anjos Noturnos - Asas IndomáveisWhere stories live. Discover now