Capítulo 11 - Eu te desejo.

3K 253 33
                                    

- Seja mais rápida.- Louis murmurava.

Comecei a escutar passos também, o que me deixou mais desesperada ainda.

- Achei.- quase gritei a frase quando puxei a droga da chave.

Rapidamente destranquei a porta, puxei Louis para dentro e fui atrás. Fechei a porta ofegante.

- Você quase me matou de susto, Emma.- Louis respirava com dificuldade e descobri que minhas mãos estavam tremendo.

- Desculpa.- pedi.- Desculpa, acho que não me preparei tanto assim... desculpa.- por que raios eu fiquei tão nervosa?

- Calma, a gente conseguiu.- ele se aproximou e me envolveu em seus braços, dando um abraço gostoso. Louis apoiou seu queixo no topo da minha cabeça e eu sentia o seu peito subir e descer. Ainda não nos recuperamos do susto, mas nada que um abraço não resolva.

- Emma?

Alguém gritando o meu nome do outro lado da porta tirou-me dos meus pensamentos, além de ter me dado um belo de um susto. Andrew. Soltei um grito abafado com o chamado e me virei para a porta, soltando-me de Louis.

Suspirei mais uma vez e ouvi Tomlinson rindo baixo atrás de mim.

- Sim?- perguntei com a testa colada na porta.

- Finalmente! Achei que não ia me responder nunca.

- Ahh... eu... devo ter me distraído com a terapia.

- Por sinal, ela já acabou, certo?

- Sim... já terminei.

- Aah, já trminou?- senti Louis me abraçando por trás, dando beijos no meu pescoço. Aquele era o meu ponto fraco, tive que me controlar para ainda ter forças pra falar com Andrew.

- Não, espera... ainda falta.- o quê? Por que eu disse aquilo?

- Sério?

- Só mais alguns minutinhos. Prometo.

- Emma...

- Prometo!- o interrompi.

Ouvi Andrew murmurar alguma coisa.

- Certo, tudo bem.

Seus passos foram se distânciando.

- É assim que eu gosto.-Louis sussurrou no meu ouvido e me virou. Ficamos de frente um para o outro e foi aí que eu encontrei aquele par de olhos azuis que tanto amo. Suas mãos passaram para a minha cintura e ele colou nossos corpos.

- Por que você tem que ser tão atraente?- as palavras saíram de repente da minha boca.

Ele sorriu e deu de ombros.

- É uma boa pergunta.- Louis me empurrou contra a porta, me pondo entre os dois. Ele mordeu os lábios enquanto me fitava com os olhos azuis.- Eu te desejo, Emma.- balançou a cabeça.- Te desejo muito.- sorriu.

Tive que abrir um sorriso maior ainda com o que ele disse. Eu acabei ficando sem reação.

Seu rosto estava tão próximo do meu que a vontade de beijá-lo crescia a cada segundo. O meu único medo era que suas... vozes me fizessem algum mal. Mas Louis parecia não se importar porque foi isso que ele fez logo em seguida. Enquanto me beijava, meus braços envolveram seu pescoço e Louis me apertou mais ainda contra o corpo.

Louis on

Pare com isso. Ela não gosta de você. Ela tem pena de você.

Essas vozes não me deixavam beijar a Emma do jeito que eu queria. Em determinado momento, eu comecei a sentir dor de cabeça e nem consegui mais me concentrar no que estava fazendo.

"Calem a boca. Vocês não vão me enganar".- em gritava em pensamento, tentando voltar a minha atenção a Emma, mas era impossível. Tive que parar com aquilo ou eu ia morrer de tanta dor de cabeça.

- Você está bem?- Emma perguntou quando separei nossos lábios.

- Dor de cabeça.- murmurei.- Acontece toda hora, logo... Aah!- coloquei as mãos na cabeça. Eu já conhecia aquela jogada. A dor piorava a cada segundo.- Por que não me deixam em paz?- comecei a sentir-me fraco e fui de joelhos ao chão. Se tem uma coisa que essas vozes são boas é em me fazer sentir dor.

- Louis.- Emma ajoelhou-se ao meu lado, a preocupação estampada em seu rosto.- Louis, olha pra mim.

Fiz o que ela pediu, a dor ainda tomando conta do meu corpo.

- Você tem que descobrir a fraqueza delas.- ela disse tão baixo que parecia mais um sussurro. Talvez ela estivesse com vontade de chorar.

Nós não temos fraqueza.

- Eles não tem fraqueza.- repeti suas palavras automaticamente.

- Eles mentem pra você, Louis. Tem que ter uma fraqueza. Todo mundo tem uma.

MANDE A SUA AMIGUINHA CALAR A BOCA!

A dor piorou mais ainda.

- Emma...- seu nome saiu junto com um gemido de dor. Eu me sentia tão fraco que chegava a assustar.

- Ai, meu Deus, Andrew! Andrew, Louis precisa de ajuda!- Emma rapidamente destrancou a porta e saiu correndo do quarto. Achei que a dor de cabeça ia parar mas ela continuou, sem nunca perder a sua força.

- Isso é inútil, vocês sabem que precisam de mim para viver aqui.-gritei pra elas.

Mas quem disse que não podemos te fazer sofrer? Essa dor de cabeça é forte, mas não chega a matar ninguém.

Como não? Eu comecei a enxergar tudo embaçado. E foi aí que tudo ficou escuro.

[...]

Acordei. Uma luz forte parecia queimar meus olhos. Por estar deitado em uma cama, não demorei muito pra reconhecer onde eu estava. Merda, eu odeio hospitais.

- Emma?- minha voz saiu fraca. Eu não sabia se ela estava ali, pois ainda enxergava meio embaçado. Por que tinha que ter tantas luzes fortes naquele lugar?

- Eu estou aqui.- logo reconheci sua voz. Estava trêmula, mas ainda era a voz dela. Senti sua mão sobre a minha.

Pisquei meus olhos diversas vezes e minha visão voltou ao normal. Sim, de fato era um quarto de hospital. Mas isso não me interessava. O que me interessava estava ajoelhada ao meu lado, apertando minha mão com força.

- Você andou chorando?- sorri timidamente para ela assim que notei seus olhos molhados.

- Um pouco, talvez muito.- respondeu, fazendo-me rir.- Foi assustador voltar pra aquele quarto e te ver no chão, desacordado.- ela apoiou os braços na cama e me fitou com os olhos castanhos.- Mas eu tô aqui.- sorriu torto.- Com você, como eu prometi.

Voices |L.T|Where stories live. Discover now