Capítulo 5 - Demônios.

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Cheguei em casa e me atirei no sofá. Nossa, que cansaço. E em minha mente só tinha Louis Tomlinson. Peguei meu bloquinho e anotei tudo que eu lembro.

Ouve vozes sempre.

Não tem família nem amigos.

Seus olhos ficam negros.

Ele tem medo das vozes.

Matou a própria namorada com 16 anos, pois as vozes o forçaram.

Perde o controle facilmente.

Tem algo dentro dele que o faz parecer maluco.

Continuei pensando. Alguns minutos depois, fui tomar banho e trocar a roupa. Assim que volto para a sala, ouço um barulho na porta. Abro-a lentamente e encontro Theo ajeitando a touca em sua cebeça. Ele sorriu ao me ver. Theo tem cabelos escuros e bagunçados de tanto que ele usa toucas, tem olhos castanho claros e é jornalista. Tanto que sua namorada é a Debby. Para um garoto de 21 anos, ele é bem crianção, por isso está sempre me perturbando.

- E aí, maninha?- cumprimentou.- Posso esntrar? Está frio aqui fora.

- Claro, entra aí.- abri mais a porta e ele entrou.

- O que está fazendo?- me perguntou.

- Bem, eu estava só pensando em Louis.

- Ele é realmente maluco?- riu.

- Eu não acho.- sorri torto.- Acho que é apenas perturbado.

Contei a Theo a história das vozes, da Eleanor... tudo.

- Caramba...- ficou sério.- Isso é muito sinistro. Não tem outra palavra pra descrever. É sinistro. 

- Eu sei.- concordei.

- Você já pesquisou sobre essa Eleanor Calder na internet?

- Não, eu... Ei! É uma ótima ideia.- corri para o meu laptop que estava no armário. O liguei e fui na busca, digitando Morte de Eleanor Calder.

- Vamos ver o que aparece.- falei e Theo concordou com a cabeça. Esperamos a página carregar e logo encontrei um texo com o mesmo título que a minha busca. Theo se ajeitou ao meu lado para ler também.

Morreu nesta quarta-feira a universitária Eleanor Calder, que foi assassinada em casa por seu próprio namorado, Louis Tomlinson, um jovem de 16 anos que desde pequeno, tem alguns certos "problemas". Não se sabe o motivo da morte da universitária.

"Eles eram muito felizes juntos, eu não via nenhum problema neles. Pareciam ser um casal que nunca discutia, um completava o outro. Eu sempre via Eleanor tentando ajudar Louis, e, de repente, ele retribui toda a ajuda dela a matando".- afirma uma amiga de Eleanor, Molly Grace.

Fontes disseram que Louis perdeu todos que sobraram de sua família aos 15 anos e desde pequeno se comportava de forma estranha, as pessoas a sua volta o consideravam um maluco completo. Agora, por ser menor de idade e por ter esses problemas mentais, Louis pode ser encontrado no Hospício de Doncaster, sendo muito bem vigiado.

"Me lembro de uma vez em que ele disse a Eleanor que estava ouvindo vozes e pediu para ela se afastar dele. Ela até comentou isso comigo, mas não se afastou. Quatro dias depois, vejo o corpo ensaguentado da minha filha no meio da sala de estar e Louis ao seu lado, chorando, com uma faca na mão. Ele é maluco, só quero que fique longe de todas as pessoas para que não aconteça o mesmo com elas, ou até mesmo com a filha delas."- diz a mãe de Eleanor, aos prantos.

Parei de ler e suspirei. Theo me encarou.

- Quer dizer que te convidam pra ajudar a tratar de um assassino?!- disse quase gritando.

- Eu estou bem, Theo. Ele não vai fazer nada comigo.

- Você não viu o que ele fez com a namorada? Não quero te ver mais perto dele, Emma.- cruzou os braços.

Soltei uma risada seca.

- Ei, você não manda em mim, maninho.- debochei.- Relaxa, eu sei me virar.

- Mas ele é perigoso.- já era a segunda vez que eu ouvia isso.

- Ele não é perigoso. Ele só precisa de ajuda.- conclui.- E vou ajudá-lo, Theo. Não posso simplesmente abandoná-lo, sei que posso ir mais a fundo.

- Ele vai acabar te matando também.- me mostrou a língua.

- Não vai.- ri.

Louis on

Você não deve confiar nela.

Aquelas vozes de novo. Eu estava sozinho no quarto quando elas voltaram a me perturbar.

- Emma só quer me ajudar a me livrar de vocês.- falei com ódio. Elas riram.

Não tem como se livrar de nós.

- Tem que ter uma forma de me deixarem em paz.

Louis, você nunca terá a mente livre.- riram.- Não vai se livrar de nós.

- Por que vocês estão na minha mente? O que querem de mim? Me deixem em paz!- gritei.

Pare de dar ouvidos a Emma. Ela está mentindo pra você.

- Não vou acreditar em vocês. Vocês que estão mentindo!- ao dizer isso, senti uma dor insuportável na cabeça. Caí ao chão gemendo de dor.

Tome cuidado com o que você diz.- elas soltaram uma gargalhada por eu estar me contorcendo de dor no chão.- Você mais do que ninguém sabe do que somos capazes de fazer.

- Vocês me tornaram isso! Olhem o que fizeram comigo! Sou um maluco, um assassino!- gritei entre gemidos de dor.- Parem com isso!

Elas riram mais uma vez. Uma risada maldosa, da qual eu tenho muito medo.

Isso é o que queremos, Louis.- disseram.- Logo será um de nós.

- O que raios vocês são?- gritei, ainda ao chão. A dor parecia piorar a cada segundo.

Demônios.

Aquela palavra ecoou na minha mente. Todos esses anos e são demônios que me atormentam. Eles querem me transformar num deles. Sinto que não vai demorar muito.

Voices |L.T|Where stories live. Discover now