Inimigos De Infância {CONCLUÍDO}

Capítulo 56

-Olha se não é a minha dançarina preferida-o Tomás disse quando eu entrei no carro

-Já viste isto filha? O teu pai está cheio de elogios para cima de mim porque acha que se vai livrar de pagar o jantar-brinquei e a Hope riu

-Já percebi a quem é que tu saíste inteligente princesa, a tua mãe apanhou me logo-ele entrou na brincadeira e a nossa filha riu ainda mais

Entramos a sorrir no restaurante mas o meu sorriso murchou quando os meus olhos pousaram nas três mulheres sentadas numa das mesas, era a Amanda e as amigas dela da época da escola

-Só podem estar a brincar comigo! De tantos restaurantes estas alminhas vieram jantar logo no mesmo que nós?-resmunguei revirando os olhos e o Tomás abraçou me

-Não dês importância ao que não é importante ruivinha, é contigo que eu quero estar-ele sussurrou e eu dei um pequeno sorriso

Poucos minutos depois elas repararam na nossa presença e deram um sorrisinho, que logo morreu quando viram a Hope, parecia elas que tinham visto um fantasma

Levantaram se de forma elegante e eu encolhi os ombros, voltando a minha atenção para a brincadeira que a minha filha e o seu pai estavam a ter

-Tomi, podes ir com a Hope lavar as mãos por favor? Preciso de ir á casa de banho-pedi e ele assentiu

Dirigi me á casa de banho e como a porta estava encostada ia entrar, mas ouvi vozes

-Não pode ser filha deles! Eu acabei com aquela relação á anos atrás, lembras te?-reconheci aquela voz como sendo a da Amanda

-Claro que é filha deles Amanda, a menina é a cara chapada do pai e tem o cabelo igual ao da mãe-uma das amigas dela disse

-Será que ela já estava grávida quando descobriu da traição?-a Amanda perguntou

-Que na verdade nem foi traição não é? Ele estava tão bêbado que ficou a chamar pela Madalena até adormecer e tu só vos despiste para que ela acreditasse que vocês tinham ido para a cama-a outra amiga disse risonha

-Estás maluca? Nunca ouviste dizer que as paredes têm ouvidos?-a Amanda reclamou

-As paredes não sei, mas eu tenho e ouvi a conversa toda-abri a porta e as três olharam para mim assustadas

-Madalena, querida-a Amanda engoliu a seco

-Não precisam de ter medo fofinhas, eu não vos vou bater-disse com um sorriso- Deve ser difícil para ti não é Amanda? Até bêbado o homem que tu queres á anos chamava por mim-eu ri e ela pareceu ficar irritada

-Cala te! Tu não sabes de nada!-ela veio na minha direção e ergueu a mão para me bater, mas eu agarrei o seu braço

-Mesmo ao longo destes anos ele sempre me pertenceu querida. E acredita que se nesse meio tempo ele alguma vez esteve entre as tuas pernas, era em mim que ele pensava, era a mim que ele imaginava no teu lugar-ela debatia se, tentando fazer me solta la, mas eu só apertei mais- Sabes o que é que tu vais fazer agora Amanda? Vais lá contar lhe que a culpa de ele ter estado afastado da mulher que ama por anos foi tua, porque tu mentiste e inventas te que vocês tinham passado a noite juntos-ela balançou a cabeça negativamente muitas vezes e eu olhei a com a sobrancelha arqueada

-Eu não vou fazer isso!-apertei o seu braço com mais força e ela gemeu de dor

-Tu vais sim, porque se não contares tu conto eu, em frente de todos. E tu não queres um escândalo pois não?-ela baixou a cabeça e eu sorri, soltando o seu braço e saindo

-Vamos brincar lá fora um bocadinho filha?-perguntei e ela rapidamente assentiu, feliz- A nossa querida amiga Amanda tem uma coisa para te contar-disse depois de perceber o olhar confuso do Tomás

Saí do restaurante com a Hope e vi a Amanda aproximar se da nossa mesa, onde estava o pai da minha filha. Fiquei a brincar com a Hope mas sempre de olho no que se estava a passar dentro restaurante, vi o momento em que o Tomás se levantou irritado da cadeira e bateu na mesa, e vi também quando os olhos da Amanda se encheram de lágrimas

-Estás satisfeita agora?-a Amanda perguntou me enquanto chorava sem parar, sendo amparada pelas amigas

-Não imaginas o quanto. Agora peço gentilmente que te retires, o meu homem está a vir aí-enfatizei bem o "meu" e ela, sem dizer nem mais uma palavra, virou me costas e foi embora

-Então eu não te traí?-o Tomás perguntou quando chegou perto de nós

-Não, tu não me traíste. Agora acabou-ele arregalou os olhos- Acabou isto de teres de me provar que mereces a minha confiança. Desculpa Tomi, desculpa-ele pegou me ao colo e rodopiou me, beijando me em seguida

-Mamã! Papá! Vocês são um casal?-a Hope perguntou com o seu jeitinho inocente

-Sim pequenina. Quer dizer, se a tua mãe quiser-aqueles dois pares de olhos azuis viraram se para mim

-Sim filha, nós somos um casal-eu disse e o Tomás abraçou me