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Trevor Peterson

- Merda - resmunguei para mim quando atravessei o corredor, entrando na sala. Raquel estava com uma roupa de ginástica que deixava todas suas curvas marcadas.

Ela fingia que observava o programa que passava na tevê onde muitas mulheres usavam roupas apertadas e faziam exercícios.

- Bom dia pra você também - ela disse me observando pelo canto do olho.

- O que você veio fazer aqui? -perguntei, mal humorado. Eu não estava caindo na merda dela.

- Nossa, eu já te disse. Estava com saudades. - Ela sorriu abertamente mostrando os dentes brancos e alinhados.

- Não acredito em você, aliás, não me importo.

Ela arregalou os olhos e fez uma careta.

- Quando foi que você ficou tão amargo?

- Quando vadias como você começaram a me perseguir.

Retirei um cigarro do meu bolso e o acendi nos meus lábios.

Ergui meus olhos e encontrei sua boca coberta por batom vermelho em um perfeito "o".

- Sabe... acho que eu sei como melhorar esse seu humor. - Ela revirou os olhos enquanto andava em minha direção.

Franzi a testa e recuei passos para trás conforme ela vinha para frente, até que eu bati minhas costas contra uma parede maldita.

Ela espalmou as mãos sobre meu peitoral e eu as retirei rapidamente.

- Eu tenho namorada, porra - falei irritado, indo até a cozinha. Escutei seus passos atrás de mim e bufei.

- Tudo bem, gatinho. Ela não vai saber. Somente eu e você. - Ela me deu uma piscadela e eu ergui as sobrancelhas.

- Fale algo assim novamente e eu estou te chutando para fora deste apartamento. - Retirei uma garrafa de suco de laranja da geladeira.

- Está bem - ela disse, erguendo as mãos para o alto em sinal de rendição e se voltando para a sala.

Suspirei aliviado e retirei meu celular do bolso. Disquei o número de Dustin.

No terceiro toque ele atendeu.

- Cara, vem buscar sua prima - falei como saudações e joguei meu cigarro sobre o cinzeiro.

- Não, tô ocupado. Depois a gente fala.

Ele encerrou a chamada.

Desgraçado.

Resisti contra a vontade de jogar meu celular contra a parede e enviei uma mensagem para a única garota que era capaz de me despertar sensações.

Eu: Bom dia, tá acordada?

Esperei cinco segundos.

Angel: Bom dia, estou.

Meus dedos deslizaram automaticamente pelo teclado e eu enviei a mensagem.

Eu: Posso ir te ver?

Esperei alguns momentos por sua mensagem. Levei a garrafa plástica até minha boca e dei outro gole no suco. Joguei o celular sobre a mesa quando percebi que ela não iria responder.

Mas então, ele vibrou.

O peguei novamente e observei sua resposta com um sorrisinho estúpido nos meus lábios.

Apenas Mais Uma Onde as histórias ganham vida. Descobre agora