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Angel

- De quem é esse carro? - Amanda me perguntou assim que fechei a porta atrás de mim.

Ela estava sentada em cima do nosso pequeno sofá de couro vermelho, enquanto seus pés estavam sobre a mesinha que ficava no centro da sala.

- De um amigo - respondi, tentando não demonstrar o conflito que estava acontecendo dentro de mim após ter beijado Trevor.

Eu não deveria.

Eu sabia.

Mas seus lábios eram magníficos.

Ele havia conseguido o que queria. Ele teve um beijo, e simplesmente me dispensou.

Eu queria morrer.

Amanda segurou meu braço quando tentei passar por ela, seus olhos eram puro gelo quando encontraram os meus. Seu toque era firme.

- Você acha que eu sou ingênua, querida? - ela perguntou enquanto eu tentava me soltar de seu aperto.

Seu tom de voz era baixo e ameaçador.

- Você beija seus amigos? - Ela me encarou com um misto de repulsa e raiva.

Encarei minhas botas de inverno, me sentindo derrotada.

Minha mãe sempre gostava de ter controle sobre minha vida. Ela precisava saber de tudo, cada mínimo detalhe. E se ela não conseguisse o que queria, ela simplesmente surtava.

Era o que estava acontecendo agora.

- Me responda! - ela disse aumentando o tom de voz enquanto deixava seu aperto em meu braço ainda mais forte.

- Ele é apenas um amigo - respondi encarando suas íris azuis assim como as minhas. Ela me fitou por alguns segundos e finalmente soltou meu braço.

- Que seja. Não irá mais ver este amigo.

Observei ela se virar e andar de volta até o sofá, ela se sentou sobre ele e retirou o maço de cigarros do bolso.

Abri a boca para protestar mas ela me interrompeu:

- Não fale nada, se não ficará sem ir até aquela biblioteca por uma semana e pintará a casa novamente.

Ela deu uma tragada em seu cigarro, enquanto um sorriso perverso brincava em seus lábios.

Eu tinha plantado um jardim e cuidado da pintura da casa na semana passada, eu havia investido meu salário de um mês nesta casa. E agora Amanda estava me ameaçando novamente.

Eu não estava surpresa.

Ela sempre me manipulava com seus jogos doentis. Eu era o seu fantoche favorito, com quem ela estava disposta a brincar até se cansar.

Mas aparentemente, Amanda nunca ficava exausta.

- Sabe, um dia você já foi realmente boa - as palavras escapam de meus lábios, numa espécie de sussurro.

Seus olhos viraram puro gelo quando ela respondeu:

- Um dia você já foi uma filha obediente.

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