Várias vidas de uma linha

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No silêncio da verdade eu ouço os gritos do orgulho e nada fará sentido. Sou dos que fazem do sombrio um sentimento, que me disseram que não sou todo mundo e dividiram meu fardo, porém ficou mais pesado. Carrego agora as minhas mentiras e as verdades dos outros.

Carrego um oceano dentro de mim e as vezes o mar está muito revolto, mas para que molhar o pés se não posso mergulhar? E todo esse sal ondulando ao vento para o silêncio temperar? Acumular sobre a pele até que seja necessário reagir para o quebrar. O que interessa se está frio e chovendo, não é suficiente para que basta a nossa secura. 

Nuvens e ondas estão a cantar, vibrações internas que fogem nas risadas das sereias. Ondas quebram em minha mente, respingam por meus olhos, e os meus pés se movem ululante como a maré. E se eu cair, então que o ar me tome, me torne um com o céu, e nuvens me batizem com um nome.

Ser turista na própria terra: nada como uma descoberta em um lugar que você chama de lar. Um lugar meu mas não particular. Uma quebra no chão, no qual antes eu apenas deixava pegadas, destruída pelas raízes em mim. A casa que fiz dentro de mim a querer se expandir.

Futura Memória da ExistênciaWhere stories live. Discover now