CAPÍTULO UM

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- Será que isso é mesmo uma boa ideia? - pergunto, incerta. Jensen pega o cachorrinho de dentro do Audi Q5 e se vira para mim.

- Amor, é claro que é. Não vai dar nada errado. Nosso apartamento é enorme, tem espaço de sobra. E esse cachorro nem cresce tanto. - Jensen argumenta, com o Bulldog francês no colo. Faço um biquinho e me aproximo para fazer carinho no filhote. - Vai dar certo.

- Se ele quebrar alguma coisa, eu termino de quebrar o que quer que for na sua cabeça. - Prometo, com um falso sorriso doce.

- Sei que não, mas gosto das suas ameaças. - Meu marido sorri, me fazendo rir. - Se acabar ficando apertado, o que eu acho bem difícil, prometo comprar uma casa bem grande com um quintal enorme para os meninos brincarem. - Ele garante.

- Vou contar com isso. - Sussurro, com um sorriso, e dou um beijo nele.

Nós entramos no elevador e eu digito a senha da cobertura, fazendo as portas se fecharem.

Saímos sem um segurança sequer hoje. Jensen anda um pouco mais, não diria menos preocupado, mas talvez mais relaxado em relação à segurança depois que Matthew foi preso e Sophie está se tratando.

O último mês tem sido relativamente bastante calmo e tranquilo. Meu irmão tem ficado com meu pai e até passado alguns dias aqui com a gente. O processo tem se arrastado de forma um pouco lenta, mesmo com a ajuda dos juízes e promotores amigos do meu sogro. Mas eu tenho certeza de que meu pai vai conseguir a guarda dele, porque ele é um pai maravilhoso e meu irmão só vai estar totalmente seguro quando a guarda for legalmente do meu pai.

Meu sogro tem sido maravilhoso durante todo esse processo. Aconselhando e ajudando meu pai com tudo, falando com os amigos e tentando alguma forma de agilizar tudo. Ele é um homem muito bom. Não é à toa que Jensen é o cara incrível que é, por causa do pai.

E está se tornando, cada dia mais, um pai incrível. Preocupado, atencioso, amoroso, às vezes meio paranoico, mas um pai maravilhoso. Eu sabia que ele seria desde a primeira gravidez, mas não sabia que seria tanto.

Jensen cuida tão bem de Chad, com tanto amor, carinho, respeito e responsabilidade. E de Josh também, como se fosse seu irmão mais novo. E isso aquece meu coração.

É bonito de ver como meu marido se preocupa com o meu irmão e como tenta ajudar Josh a superar tudo o que passou. Claro que ele não entende como Josh se sente, só eu entendo por ter passado pelo mesmo inferno, mas ele tem compaixão e empatia. E isso, para mim, vale mais do que qualquer coisa.

Meu irmão está tendo algumas crises de ansiedade e de pânico, além dos pesadelos constantes. A psicóloga disse que é devido ao trauma sofrido. Josh estava abalado.

É a coisa mais difícil ver meu irmão nesse estado e não poder fazer muito para ajudar. Eu sei o inferno que ele está vivendo, porque eu vivi esse inferno por anos. Eu tinha Kath, e apesar de todo o apoio, ela nunca entendeu realmente o que passei. E a última coisa que eu queria, era que meu entendesse. Mas ele entende. E é doloroso ver o que ela fez com ele, como ela ferrou a cabeça dele.

Perguntei à Kath o que ela fazia para me levantar todos os dias, e a resposta dela me surpreendeu e mudou toda a minha perspectiva sobre a situação. "Eu só fiquei do seu lado e cuidei de você", ela disse. Então, eu entendi. Josh não precisava de muito, nem de uma psicóloga pedindo que ele falasse, ele só precisava que eu ficasse do lado dele e cuidasse da sua dor. E era o que eu estava fazendo, cuidando da dor dele, porque era a mesma que a minha.

Eu não sei se meu pai ou Jensen entendem o porquê de eu ficar tanto com Josh e fazer todas as suas vontades, mas a Kath entende. E eu sou tão grata pelo apoio que sempre tive e sei que sempre terei dela.

DOCE AMOR | SAGA DOCE 4 (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now