Capítulo 8

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Logo os pratos chegaram e eles comeram em silêncio. Beberam o resto do vinho e continuaram conversando:

-- Eu sei que você ama música, e que já tocou ou toca cello. Então devo perguntar, qual sua música favorita do momento? – Começou Nicolas.

Micaela riu e respondeu:

-- Eu já toquei cello. Mas deixei o meu Stradivarius em Montanaris, então não pratico mais. E.... Minha música do momento.... – Ela ponderou por um tempo – É uma declaração que o cantor faz para a amada. Ele diz que desde o primeiro instante em que a viu ela o capturou de uma maneira única. Diz que sempre será verdadeiro, que jamais haverá outra em sua vida. E que ela pode deixar o coração em suas mãos que jamais se quebrará, que irá protege-la e ser tudo o que ela precisa até o dia em que ele morrer.

Nicolas ouviu tudo em silêncio, as palavras penetrando em seus ouvidos e chegando até o coração, porque naquele momento ele queria ser o personagem daquela música.... E queria que Micaela fosse a mulher para quem ele cantasse.

-- Canta para mim. – Pediu.

-- O quê?! – Protestou ela – De maneira alguma! Eu canto muito mal e.... A música é em inglês!

-- Micaela, você sabe inglês!

-- E daí? Tenho vergonha.

-- Mas quero ouvir a música!

-- Vamos fazer o seguinte, depois eu te digo o nome dela e você escuta.

-- Tudo bem. – Concordou ele.

De repente Micaela ficou séria, um assunto rodeou sua mente pela noite toda, mas ela evitou falar. No entanto tinha que perguntar, por fim tomou coragem e disse:

-- E como está tudo por lá?

Nicolas a encarou por alguns segundos e depois respondeu seriamente:

-- Se está se referindo à relação dos nossos países, as coisas continuam ácidas. A guerra só não estourou em respeito à falecida Micaela Belmok.

-- Droga!

-- Pelo menos seu desparecimento serviu para algo. - Continuou ele com um humor sarcástico.

Micaela o encarou séria e Nicolas logo voltou a ficar sério também.

-- Me desculpe, não deveria ter dito isso.

-- Tudo bem.

-- A questão é que nossas relações estão cortadas. Nada do seu país entra no meu e nada do meu entra no seu. 

-- Mas a economia....

-- Está ótima para ambos. Se está perguntando isso por causa da população, fique tranquila. Estamos em ótimas condições para eles. Só não sei até quando.

-- Por quê?

Ele suspirou e respondeu:

-- Meu país deve para o seu.

-- Então a melhor solução é eles entragarem as terras para meu país. Pronto.

-- Na teoria é fácil, agora na prática.... Acontece que aquele pedaço de terra tem muito minério. Os parlamentares querem para nós as terras e através do lucro da mineração pagar em dinheiro o que devemos para vocês.

-- Mas isso é ridículo! Só vai dar mais trabalho.

-- Concordo. Mas eles não estão dispostos a ceder. Depois que pagarmos nossa dívida com vocês, as terras ficam para nós e continuam dando lucros.

Outra vez e de novo. #1 (VERSÃO REVISADA DISPONÍVEL NA AMAZON)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora