Marine Woods: Na Trilha Sonora do Coração [LONGLIST WATTPAD 2018]

FAIXA 14

You only need a roof when it's raining

You only need a fire when it's cold

You only need a drink when the whiskey

Is the only thing you have left to hold

Sun comes up and goes back down

And falling feels like flying till you hit the ground

Say the word and I'll be there for you

Baby, I will be your parachute

Parachute – Chris Stapleton

— Acho que não foi uma boa dormir aqui... aiii... – Minhas costas estão empenadas... e eu que me achava muito adulta porque fazia academia e comia alface quase todos os dias, junto do hambúrguer, é claro. Se bem que a descida pela janela já provou que estou enferrujada...

A risada de Ethan ecoa e ele me ajuda a levantar do chão, pegando a manta e me conduzindo pela cintura, enquanto caminhamos com o sol ainda se espreguiçando atrás da gente. O único detalhe é que assim que botamos os pés para dentro de casa, todas, com exceção de Nina, estão ali, andando de um lado para o outro.

— ... ela não pode... – A voz de alguém soa pela metade, interrompida por nossa entrada.

— Onde é que vocês dois se enfiaram? – Vovó é a primeira a falar, com a expressão séria, mas Cecília começa a rir logo em seguida e é impossível que todo mundo não siga o mesmo caminho. Todo mundo exceto Ethan e eu, é claro, e não preciso olhar em sua direção para saber que suas bochechas estão coradas.

— Eu só espero que não venha mais um bebê desavisado!

— Mãe, menos, bem menos, por favor. – Ainda mais quando nós realmente não passamos dos beijos, não é justo ser acusada de algo que nem aproveitei.

É nesse instante que Nina entra ainda de pijama de flanela, cheio de desenhos de cavalos que combinam com o de pelúcia que está em sua mão, a outra esfregando os olhos avermelhados. Então, um milhão de coisas, pequenas coisas, mas ainda assim, muitas, acontecem.

Nina começa a chorar por alguma razão que eu desconheço, Ethan vai até ela e a pega no colo, eu começo ir na direção deles, mas tropeço e caio, porque, agora eu vejo, há malas no chão da sala. O telefone toca e o barulho se mistura aos meus xingamentos e ao choro de Nina. Mamãe tenta me levantar, mas não consegue parar de rir, a campainha toca e Íris manda alguém atender, já que foi acudir o telefone e vovó, eu não sei se foi abrir a porta ou se está xingando mamãe por não conseguir me ajudar. Tudo como um chiado doido nos meus ouvidos.

Malas, por que tem malditas malas aqui?

— Está tudo bem, Marine? – Mamãe finalmente me ajuda a sair do chão e me sento no sofá, meu pulso dolorido por ter apoiado meu corpo na queda.

Nego, não nada está bem, não é?

— Se machucou? Me deixa ver sua mão.

— Não, mãe. Eu, não estou entendendo, por que as malas?

— Ah, isso querida, vou precisar ir a Porto Novo resolver umas pendências, o voo é daqui algumas horas, o carro já está me esperando lá fora. Estávamos procurando você e Ethan para que eu pudesse me despedir.