Riven

Capítulo 11

Para ele aquilo era um absurdo extremo, se apaixonar com aquela intensidade era coisa de contos de fadas e filmes. Aos quatorze anos, Tobirama testemunhou uma forma de amor avassaladora e que para ele não era possível existir. A do seu irmão com Uchiha Madara. Zombou da ideia de que um dia também viria a amar daquele jeito ou que ao menos se interessaria por alguém com tamanho afinco.

Grande engano...

Como consequência da aproximação de Hashirama e Madara veio à dele com Izuna, o caçula dos Uchiha na época. Esse era diferente de boa parte da família. Era mais sensível e focado nas pessoas e tinha hábito ignora-lo sempre que podia. Isso o enervava profundamente, mesmo que não entendesse o porquê, devia era ficar agradecido. Mas não. Sempre achava alguma coisa para implicar com ele, a superioridade natural que aquele clã exalava o irritava e antes de percebesse estava completamente apaixonado por ele.

Por meses a fio não disse nada a ninguém e passou a evitar a companhia de todos o que logo foi percebido por Hashirama e mesmo confiando muito no mais velho não se sentia pronto para expor-se daquela forma e por isso decidiu manter seus sentimentos para si mesmo.

Até o dia que ouviu Izuna ensaiando com o violino pela primeira vez, por comentários sabia que ele ambicionava a carreira musical, coisa que não agradava o pai, mas como havia Madara e Fugaku para assumir os negócios Uchiha Tajima com tempo passou a deixar isso de lado. Isso de dava também pelo fato de que nenhuma pessoa poderia ficar imune ao resplendor que era o moreno mais jovem tocando. Suas pernas o levavam para o palco e até o fim da canção ele ficou despercebido tamanha era a concentração do outro no instrumento. Porém ao abrir os olhos, Izuna não pareceu surpreso.

"Posso sentir o seu perfume a quilômetros de distância". Ele havia dito suavemente, foi à gota d'água. Puxou para um beijo indigente o deixando atônito e inicialmente, no entanto logo teve a caricia correspondida com a mesma paixão. Achou que as coisas fluírem entre eles depois daquilo, mas infelizmente o albino possuía muita teimosia dentro de si e era um tanto cético de que aquilo poderia realmente dar certo. Por isso se afastou do moreno depois daquele dia. Hashirama havia ficado bastante ressentido com ele por causa daquilo e o chegou a chama-lo de covarde, se ele não pretendia ir adiante porque tomou a iniciativa?

Queria explicar seus sentimentos, mas como colocar em palavras algo que nem ele entendia. Queria estar com Izuna, queria toca-lo, vê-lo rir e chorar, porém não conseguia parar de pensar no que a família iria dizer, os amigos e os conhecidos. Era um sentimento idiota, mas que não podia deixar de ter.

Algum tempo se passou e ele via o relacionamento do irmão ficar cada vez mais sólido e inabalável até o dia que o pai deles anunciara que iria passar o cargo de presidente para Hashirama que surpreendeu a todos dizendo que não iria seguir por aquele caminho e que já cursava a faculdade de arquitetura, que era o seu verdadeiro sonho. Foi trágico, na cabeça de Butsuma era culpa de Madara pelo seu filho primogênito não querer assumir os negócios da família para desestruturá-los. E passou a mover céus e terras para separa-los.

Apesar de Madara não ser sua pessoa favorita no mundo, Tobirama tinha que admitir que ele não tinha nada haver com a decisão do irmão. Desde criança que Hashirama montava e desmontava bloquinhos, construindo coisas, inventando formas. A displicência do pai deles, que nunca observava os filhos como realmente eram foi à verdadeira culpada por essa surpresa. A rivalidade entre as famílias se tornou maciça a partir daí.

Ironicamente foi nessa mesma época que ele voltou a se aproximar de Izuna, agora na faculdade tinha um pouco mais de controle sobre suas emoções. Em uma daquelas festas onde o álcool é entrada, prato principal e sobremesa, acabou cruzando com o Uchiha que estava tão ébrio quanto ele e acabaram passando a noite juntos e quando acordaram, Izuna que estava preparado para uma crise do albino se surpreendeu quando ele disse que gostaria que eles tentassem pelo menos.