Os dias passaram num rompante, Eva, que outrora fizera pareceria com Diana, agora treinava com Sophia, uma vez que a menina ficara sem par, já que Miguel havia saído do colégio, sem tempo determinado. Não era como se fossem amigas, estavam longe disso, mas Sophia tinha de admitir que suas habilidades, somadas às de Eva, tornava aquela inusitada dupla algo realmente forte para a Angelus, embora a pequena nefilim ainda parecesse se segurar em alguns momentos, como se não apreciasse aquele tipo de coisa. Internamente, Sophia se perguntava o real motivo de alguém tão gentil estar ali.

Nicolas e Roberta também treinaram pesadamente. Os boatos de que estariam juntos começou a sondar nos pequenos grupos de nefilins que ainda estavam no colégio, embora ambos se mantivessem comportadamente sérios na presença de outras pessoas. Na verdade, nenhum deles chegou a contar para a alguém, acreditavam não ser um bom momento. Então decidiram focar nas aulas. Estava claro para Roberta que sua ligação com o garoto não seria o bastante para fazê-lo superar seus traumas e insegurança, mas ela esperava intimamente que pudesse ajudá-lo de alguma forma no processo.

Para o descontentamento de todos, Susana e Luca não obtiveram informações sobre o paradeiro de Eros, de forma que a preocupação sobre seu estado apenas aumentou. Enquanto Luca não poupou esforços para encontrar o filho com a ajuda de Max, Susana visitou Diana na Angelus, a fim de fazê-la se sentir menos solitária.

— Mãe! — exclamou ela, correndo para seus braços.

— Oi, meu amor...

Susana envolveu a filha nos braços, passando uma mão pelo seu cabelo, e não pôde deixar de notar que estava bastante curto, se comparado ao cumprimento que Diana normalmente o deixava. Ela encarou a expressão preocupada da fênix e respirou profundamente.

— Ainda sem notícias dele?

— Sim... estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance, mas ainda não é suficiente. De qualquer forma, intercederemos a Caleb hoje mesmo, então não se preocupe.

— Quando eu soube que Eros havia deixado a escola, pensei que fosse logo para casa... achei que fosse pedir a sua ajuda e a do papai.

— Nós vamos encontrá-lo, Diana.

Está tentando convencer a si mesma disso, não é, mãe? Faz mais de um mês que ele não dá notícias... Pensou a menina, mas decidiu não comentar.

— Deixando isso de lado um pouco, estou feliz que veio aqui para me ver...

Diana pegou as mãos da mãe, ambas estavam sentadas em sua cama, já que trocaram seu antigo beliche. Susana passou os olhos pelo pequeno quarto, então respirou fundo.

— Como você está? Quero dizer... sobre Laura, e também, Heloíse me contou que você gostava daquele rapaz... Davi.

— É verdade que antes daquilo acontecer, nós brigamos e eu realmente fiquei com muita raiva dele, eu não conseguia nem olhá-lo... mas um fim assim, de jeito nenhum eu desejaria isso a ele — afirmou a nefilim, em seguida, encarou o pequeno quadro acima de sua cômoda, no qual sua amiga estava sorrindo. — Sobre ela... estou levando... A ausência dela dói um pouco menos agora... mas ainda é horrível acordar e saber que ela não está aqui.

Mentalmente, Susana se lembrou de quando havia perdido Juliana, ela sabia como era a sensação, e tinha consciência de como doía. Esperava que Diana pudesse focar sua mente em algo para não deixá-la pensar no que havia acontecido. Com esse pensamento, a mulher passa os olhos pelos braços de sua filha e nota pequenos arranhões ali. Ela passa a ponta dos dedos por eles.

— Diana... por que você está com esses machucados?

— Ah, eu estava treinando até pouco antes de você chegar, por isso ainda não foram curados... desculpe por estar suada, nem tomei um banho ainda.

DescendentesWhere stories live. Discover now