50 - Roberta?

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Nicolas encara sua namorada, ainda incrédulo, questionando-se mentalmente se aquilo realmente poderia ser possível. Não podia.

— O que você está fazendo, Roberta? - Esbravejou.

A garota de cabelos castanhos desviou o olhar para a nefilim atrás dele, pálida e com uma expressão de pura angústia, seus olhos violetas brilhavam tanto por lágrimas de medo, que ela quase se sentiu mal pela pobre menina. Não, ela quase pôde se ver nela. Naquela situação.

Por um longo tempo. Pensou.

— Você me ama, Nicolas? — ela finalmente respondeu, com uma pergunta absurda devida à situação.

— Ham? Qual o seu problema, droga?!

Após um breve suspiro, ela se sentou no chão, com as pernas cruzadas em posição de borboleta. Para si, não havia mais nada que pudesse fazer, já havia ultrapassado seus limites, estava mais emotiva do que gostaria de admitir, aquilo não era exatamente o que queria.

— Eu queria me sentir, apenas por um momento, como ela se sente.

Sorriu. Mas não foi um sorriso doce e confiante como Nicolas estava acostumado a ver em seu belo rosto, mão era o sorriso que ele gostava. Foi um sorriso amargo, quase cruel..., mas que, bem no fundo, transparecia infelicidade. O sofrimento naquele gesto era quase palpável.

— O que Eva sente, que você tanto queria? - indagou o rapaz louro.

— Eva? — deu uma risada nervosa. — Não, não é ela que tem o que eu quero... aliás, o que eu tenho direito.

O rapaz louro franziu o cenho, sem compreender.

— Não entendo você.

No instante em que a garota abriu a boca para se explicar –ou, talvez não-, Heloíse, acompanhada por Sophia e Miguel, aparece na porta, de repente.

— Roberta! — exclamou. — Diga que não é você quem está fazendo tudo isso, que não foi você quem assassinou a Karol... apenas, por favor...

A nefilim, que havia permanecida sentada ao chão até Heloíse terminar de falar, levantou-se devagar e a encarou por alguns segundos, assim como os demais atrás de si. Nesse momento, Diana e Eros se juntam a eles.

— Eva! — gritou o garoto, adentrando rapidamente no quarto, indo até a namorada, imediatamente lhe arrancando o tecido que a amordaçava, assim como as amarras de suas mãos, logo a tomando em seus braços.

— Saibam que só a encontraram porque eu quis que fosse assim.

Diana a encarou, surpresa.

— Rob? — murmurou.

— Parem de me chamar assim! — gritou a nefilim. — Estão vendo aquele armário ali, naquele cantou? - indicou o lado esquerdo atrás de onde Eva estava. — É falso. É a entrada do porão da casa... se eu fosse vocês, daria uma olhada lá embaixo.

No mesmo momento, Nicolas corre até lá e, ao abrir a porta, nota realmente uma pequena escada de madeira, com um cômodo pouco iluminado aos pés desta. Ele olha para trás, a nefilim assente.

— Não confia em mim?

Os demais presentes observavam a tudo, em silêncio, cada qual com suas dúvidas e medos a respeito da pessoa que estava à frente delas, essa pessoa que, naquele instante, parecia apenas uma completa desconhecida. Nicolas respirou fundo e começou a descer a escada, erguendo as mãos para retirar as teias de aranha que desciam do teto, mas atento a qualquer coisa que pudesse acontecer. O porão era pequeno e tinha pouca tralha velha, de modo que, assim que alcançou o local, já notou o que ela havia dito para o mesmo encontrar ali.

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⏰ Última atualização: Jan 13, 2023 ⏰

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