11 - Sentimentos florescem

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Por volta das 23h30, o refeitório já estava um pouco mais vazio. Laura fora dar uma volta com Miguel, a fim de apreciar um pouco o restante da noite apenas com o namorado, já que estava um clima agradável. Eva saiu da comemoração um pouco cedo, de modo que Eros teve de voltar para o a mesa na qual estava antes.

— Você parece feliz. — Comentou Roberta, assim que o garoto se sentou ao lado dela.

— É? — Murmurou. — Acho que estou normal...

Eros apoiou o queixo sobre uma das mãos, e encarou o nada.

— Não está, não... e o motivo é bem claro.

O nefilim tombou a cabeça para o lado, encarando-a com humor.

— Mas e você... ainda sem interesse em nin...

— Sim. — Afirmou ela, interrompendo-o. — Não há ninguém que me interesse nesse lugar. Aliás, eu não estou procurando por isso.

Roberta se levantou, odiava quando as perguntas e curiosidades voltavam para ela mesma, especialmente sobre esse tipo de coisa, da qual não tinha o menor interesse. Ela pegou o celular sobre a mesa, e levou a mão para o topo da cabeça do melhor amigo, bagunçando suas madeixas castanhas avermelhadas.

— Boa noite.

— Sonhe comigo! — Exclamou ele, brincando.

— Nem morta! — Rebateu ela, embora estivesse sorrindo.

Quando a nefilim começou a caminhar em direção ao seu quarto, ouviu uma estranha movimentação entre as árvores, e seu corpo gelou no momento em que uma silhueta ganhou forma ali, estava prestes a gritar quando finalmente percebeu de quem se tratava. Roberta colocou a mão sobre o coração, e inclinou o corpo para frente, rindo de si mesma.

— Droga, você me assustou...

— Então você é abalável de algum modo. — Nicolas ironizou, ainda que mantivesse uma expressão indiferente.

Ela observou olhar ao redor com atenção.

— O que estava fazendo? Não me diga que estava se escondendo das suas fãs? — Acabou dizendo antes que pudesse pensar duas vezes.

— Ah... claro.

A verdade é que Nicolas achou graça da pergunta. Em seu íntimo, estava extremamente agradecido por haver uma garota ali que não o tratasse como um ídolo, mas também pairava uma certa perturbação. Surpreendentemente, ele a via como alguém superior, e isso o irritava de certa forma.

— Nicolas! — Ambos ouviram uma voz feminina chamá-lo. — Vamos dar uma volta!

E então duas nefilins começaram a caminhar até eles, Roberta logo as reconheceu, uma delas era Sophia, e a outra tratava-se uma amiga da mesma, que viviam dizendo coisas ruins sobre Eva durante as aulas. Porém, entendendo a situação, sentiu-se desconfortável, e sem querer atrapalhar, começou a se afastar.

— Espera! — Nicolas segurou seu ombro, puxando-a de volta, no mesmo instante em que Sophia e a outra os alcançaram. — Desculpe, já estou acompanhado.

O queeeê?! Roberta gritou mentalmente, encarando a mão do garoto ao redor de seu ombro, completamente natural.

— Ah, você. — Sophia pronunciou com um leve tom de desdém. — Bom... que seja.

A loura passou por eles rapidamente, com uma indiferença forçada.

— Ótimo, consegui me livrar desses incômodos... — Murmurou Nicolas, mais para si mesmo do que para Roberta. — Boa noite. — Enfim, ele a olhou, então ameaçou sair também.

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