O Mundo Em Uma Nova Perspectiva

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×Visão de Finn

Eu acordei devagar. Meus olhos pesavam, meu coração parecia bater devagar, minha pulsação estava fraca e eu me sentia perdido. Me sentia atrasado no tempo, quebrado e... não sentia minhas pernas, mas não dei atenção pra isso naquele momento.

Passei a mão no meu olho e em seguida olhei pro lado, vendo que Aaron estava sentado ali. Ele segurava minha mão, enquanto dormia e aquela posição parecia estar bem desconfortável. Aaron estava sentado em uma cadeira ao lado da minha cama, ele tinha colocado o braço esquerdo dobrado sobre a minha cama e encaixado a cabeça nele para dormir.

Quando acariciei levemente sua mão, ele acordou assustado e me olhou. Seus olhos se encheram de lágrimas imediatamente e ele se ajeitou na cadeira, se aproximando de mim. Aaron parecia emocionado, mas eu não estava entendendo nada. Estava confuso por estar em um hospital naquele momento.

– Oi, meu amor. – falo suavemente e Aaron parece sorrir, mas de seus olhos saem lágrimas. Não entendia o motivo pelo qual ele estava chorando, eu só tinha acordado.

– Como você se sente? – pergunta, apertando minha mão, se aproximando mais de mim e eu dou de ombros.

– Acordando de 20 minutos de sono. 

– Você está em coma há mais ou menos 2 meses. – eu o encaro, sem acreditar.

– É sério? Mas eu nem percebi... – falo, olhando ao redor. – Eles me deram anestesia? Eu não estou sentindo minhas pernas, queria voltar a treinar. 

– Amor... – Aaron me chama e só aí eu me observo com mais atenção, arrancando o lençol que me cobria. Acabei vendo que eu não tinha mais as minhas pernas e segurei meus ânimos, não queria chorar na frente de Aaron.

Ele parece entender a minha falta de reação e se levanta da cadeira, sentando-se ao meu lado na cama e me abraçando com força.

– O que aconteceu comigo? – pergunto, com voz trêmula.

– Você bateu de frente com a cerca de proteção da pista, a batida deixou suas pernas dilaceradas, presas nas ferragens do carro. – Aaron fala, mas aquilo parece impossível de digerir.

– E por que você ainda tá aqui? – pergunto, me sentindo um incapaz e Aaron me solta levemente do abraço.

– O que? – ele rebate a pergunta, descendo da minha cama e ficando de frente pra mim.

– Eu agora sou um inválido. – me observo irritado.

– Não fala assim. – Aaron pede, tentando segurar minha mão, mas eu a puxo e não deixo que ele me toque.

– Mas eu sou. Eu não tenho mais valor algum. 

– Eu amo você, nunca vou te deixar. Sua carreira e sua vida estão apenas no começo. – Aaron fala.

– Tudo acabou, tudo! – rebato em um tom mais alto do que gostaria e Aaron parece sentir minhas palavras e se espantar com o que eu disse. – Não vou poder fazer mais nada sozinho, agora só vou dar trabalho pra Emma e te dar decepções. Não presto mais pra nada. – minha tristeza estava começando a se transformar em raiva.

– Ei ei, olha pra mim... – Aaron pede e eu faço. – Eu te amo muito e eu não vou te deixar. Você não é um inválido... continua sendo uma pessoa incrível, que muitas pessoas amam.

– Continuo não prestando pra nada. 

– Sua irmã fez uma vakinha pra ajudar no seu tratamento. – eu o encaro.

– E daí?

– E daí que a Mercedes deu seu depoimento, falando que espera que você continue sendo piloto, pois ela conhece seu valor... – Aaron fala, mas aquilo não fazia sentido pra mim. – Você não pode desistir. Emma arrecadou milhões pro seu tratamento ser promissor... a Mercedes até prometeu um carro especial pra você não parar de correr, mas nada do seu futuro vai ser possível se você não quiser.

Aquele Piloto (Romance Gay)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt