O Nervosismo Provocado Pela Falta De Informação

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×Visão de Aaron

– Aaron, têm saído notícias sobre seu possível envolvimento com um rapaz desconhecido. Tem algo a dizer sobre isso? – a repórter me pergunta, antes que eu entre no evento.

– Ele é meu amigo. Um novo amigo, uma pessoa que conheci recentemente.

– Você só era visto andando com seu time ou com Mitchell, correto? – a mulher pergunta e eu faço o que meu pai sempre me disse para fazer: sorrio.

– Correto.

– Então onde vocês se conheceram? Você tem algo a esconder de todos? – ela insiste e meu mundo parece congelar. Eu queria falar tudo pra ela, mas eu não consegui.

– Vamos, filho... – meu pai corta aquela conversa, se aproximando.

– Não, eu não tenho. – respondo pra ela, rápido.

– Tem certeza? Porque a mídia acredita que tem. – ela tenta mais uma vez e vira o microfone em minha direção novamente. Eu me sentia péssimo de estar ali.

– Anda, Aaron, vamos. – meu pai fala e me puxa, enquanto eu saio andando eu encaro aquela mulher, que sorri ao ver que me deixou pensativo.

Dentro do evento de gala, muitas pessoas bem vestidas. Governadores de outros estados e o prefeito, claro. Meu primo, Dylan, cujo eu tinha brigado alguns meses atrás estava sentado na mesa com sua mãe e me observou com descaso por alguns segundos, desviando o olhar em seguida, como se me desprezasse – e eu sabia que provavelmente ele me desprezava mesmo.

– Olha quem chegou! Nosso grande jogador! – o governador do Kansas fala, se aproximando de mim e me dando um abraço. Esse homem parecia gostar de mim de uma forma estranhamente adorável.

– Olá, como vai senhor? – pergunto ao governador do Kansas. De fundo, posso ver Dylan me encarando com um olhar quase sanguinário. Era engraçado como sentir que ele me odiava me dava força para viver mais um dia.

– Eu estou ótimo, finalmente veio... – ele fala me puxando. – Queria te apresentar a minha filha, eu te disse no ano passado que ia te apresentar ela.

– Ah, claro... me lembro. – respondo e ele puxa uma moça, que fica de frente pra mim. Ela era loira, pele clara e tinha olhos escuros.

– Então vão conversar, andem... – ele força e saímos andando.

– E seu nome é... – começo, esperando que ela termine.

– Ellen. É um prazer. – ela responde. Ellen estava com um vestido longo e parecia ser uma moça de personalidade forte.

– Prazer, Ellen. 

– Pode me chamar de El. 

– Eu sou o Aaron.

– Eu gosto desse som de "E" que os "As" trazem ao seu nome. – ela provavelmente já tinha lido a meu respeito e conhecia a escrita do meu nome. Na escola, alguns estudantes imigrantes me chamavam de "Áron" como se o som dos dois "As" juntos intensificassem a pronuncia da letra. Eu cansei de corrigi-los, explicando que a pronuncia correta era "Éren".

– É, é legal... 

– Você parece estar longe. – ela observa, enquanto pega uma taça de bebida.

– Desculpa, é que eu não tô bem hoje.

– É pelo seu namorado? – Ellen pergunta e eu olho para os lados, vendo se alguém tinha escutado.

– O que?

– Eu vi as manchetes sobre o seu relacionamento. 

– Aquilo foi só fofoca... – respondo e ela sorri.

Aquele Piloto (Romance Gay)Where stories live. Discover now