↪ forty-five

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"jimin." seokjin chamou.

estavam os três batendo os pés contra o tapete, esperando pela próxima notícia que jungkook daria.

sinceramente, nem a briga dos gatos do outro lado da rua os distraía.

taehyung abriu um sorriso desdenhoso.

"jungkook falou pra você olhar alguma coisa no seu bolso."

seokjin tampou a boca, e também abriu um sorriso.

jimin franziu as sobrancelhas.

se levantou, tomando precauções para que os dois homens ao seu lado não o zoassem ainda mais do que estavam acostumados.

não tinha nada em seus bolsos, de qualquer forma. ah, espera, tinha sim.

jimin prendeu a respiração assim que pescou uma folha de papel em seu bolso, tão dobrada, como se tivesse o maior segredo do mundo.

engoliu em seco.

uma folha de seu caderno, provavelmente do dia que jungkook o pediu para desenhar?

incrível como ele não tinha esquecido daquilo.

comprimiu os lábios enquanto desdobrava a folha, já encontrando não só com um desenho pequeno de jungkook, como sua letra bonita em quase toda a falha.

apesar de tremida, é claro.

ele estava, mesmo, tão nervoso assim quando se confessou?

quando taehyung ameaçou puxar a folha de suas mãos, jimin deu dois passos para trás.

passou a andar de um lado para o outro na sala, ansioso, meio pronto para ler o que jungkook tinha escrito.

meio pronto para desmaiar com o conteúdo.

"não menti quando disse que minha mãe tinha me pedido para dar um jeito no jardim.

mas é, sim, tinha uma outra razão para ter aparecido tão do nada, e tão bagunçado assim.

desculpa, hyung. não queria te deixar triste por não ter te contato, nem queria te fazer sentir culpado por não saber."

jimin parou de andar, algo que fez seokjin o olhar com uma cara esquisita.

segurou um sorriso bem firme e deu o maior suspiro que pode (e foi o mais ruidoso que pôde), antes de voltar a ler.

"estava aborrecido fazia uma semana. sobre gostar de você, sobre a faculdade, sobre minha mãe e seu complexo de "um filho por relacionamento".

desculpa, de novo, se te aborreci também, hyung. na verdade, passar o tempo contigo é tão bom que me fez querer te beijar o tempo todo.

DE QUALQUER JEITO,
naquele dia que eu apareci todo sujo de terra (no caso, hoje, o dia que eu estou escrevendo isso), minha mãe me disse:

"se livre de tudo nessa casa que me lembre do seu pai."

fiquei irritado ao pensar que teria de jogar minha guitarra fora, ou meus mangás, video-games ou meu jeans favorito de lembrança.

mas quando ela disse, tudo, ela realmente quis dizer tudo.

então, passei boa parte daquela manhã procurando lugares onde podia deixar as coisas que a lembravam do meu pai.

ah, é, incluindo as rosas.

que horas são? meio-dia? parando para pensar, foi bem rápido.

fiz questão de ser extra delicado com as rosas, já que foi meu pai que me ensinou a plantar elas.

... eu acho.

ah, não. não ria, hyung! minha memória é uma questão de humor, que não está numa das melhores formas agora."

jimin soltou um risinho, mesmo depois de ser mandado não o fazer.

lembrou de jungkook estreitando os olhos em direção ao papel e a caneta, tendo certeza que jimin acabaria o fazendo daquele jeito.

mesmo com assunto tão sério, jungkook conseguia o deixar tão flutuante, mesmo nem estando fisicamente no local.

"quer dizer, não era isso que eu queria dizer, mas...

hm.

prometo ser um bom namorado... se tudo der certo... eu acho.

obrigado, jimin hyung. eu gosto de você, muito."

e um desenho de um mochi sendo comido por um coelho de dentes muito grandes.

jimin bateu a cabeça contra a parede, sentindo o corpo todo pegar fogo e o sangue borbulhar.

o barulho pareceu ter assustado sua companhia.

"jimin?! tá tudo bem?!"

taehyung abriu um sorriso enorme, diferentemente de seokjin, que se levantou, com olhos arregalados.

ambos, de qualquer forma, pareciam ter uma boa certeza do que estava acontecendo.

"ele é muito, muito fofo." comentou "tive que fazer isso por impulso."

j of jerkWhere stories live. Discover now