Capítulo XLIII

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Daniel se recostou nos travesseiros;  teria a paciência que fosse preciso para que ela um dia pudesse voltar a confiar nele. 
Karen o olhou meio sem jeito, ele estava visivelmente excitado.
__Desculpa, Daniel... tudo bem se você quiser ir embora.
__Ué, mudou de ideia?
__ Na verdade não, mas vendo seu estado ... se você quiser ir...
Ele riu a abraçando, puxando para que ficasse mais próxima dele.
__ Meu amor, acha que não consigo me controlar? Não sou um adolescente. Sou um homem e sei esperar. Quando voltar a acontecer,  será inesquecível, pode apostar.- disse acariciando seus cabelos.__Acho melhor a gente dormir, está tarde.
__Só um minuto, vou tirar essa roupa.-ela se levantou.
__Vai dormir seminua? Isso é jogo sujo!_reclamou.
__Claro que não!  Vou dormir com isto.- mostrou uma camiseta larga que tirou de dentro da gaveta da cômoda. Sentou na beirada da cama, ficando de costas para ele; tirou a blusa.
__Porque se esconder, Karen? Seu corpo não é novidade; minhas mãos já conhecem ele de cor. - afirmou,  olhando suas costas nuas.
Karen enfiou mais que depressa a camiseta. Levantou, tirando também a calça de moletom que vestia.
__ Eu sei disso melhor que ninguém, Daniel, mas devido ao seu estado de emergência... é melhor não provocar ._brincou, afastando o lençol para deitar.
Ele levantou os quadris, abrindo o zíper e abaixando a calça para tirar. Em seguida se livrou da camisa,  ficando de boxer.
Karen virou o rosto evitando olhar para ele.
Daniel se enfiou embaixo do lençol, a puxando para deitar em seu braço. Ela não ofereceu resistência nenhuma quando ele acariciou sua barriga por cima da camiseta; Elise chutou, eles sorriram se olhando. Karen se aconchegou, sentindo o calor e o perfume de Daniel, que apagou a luz de cabeceira. Não demorou muito, ouviu-o ressonar. Karen também tratou de dormir; já era tarde.
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Karen abriu os olhos, estendeu a mão para pegar o celular, eram  sete e trinta.
Fez menção de sair da cama, foi impedida pelo braço de Daniel que a puxou de volta.
__Onde vai? - perguntou com voz sonolenta.
__Preciso levantar. - disse virando para ele.
__ É cedo ainda...vem aqui. Dormiu bem?
__Dormi. E você?
__ Dormi como há meses não dormia...
__Minha cama não é tão confortável como a sua, Daniel!
__ E o que importa isso? Dormiria até no carpete, desde que adormecesse sentindo o teu cheiro...Ainda usa aquele óleo corporal que amo.- constatou se aproximando mais dela e cheirando seu pescoço.
__Sim. Agora mais do que nunca,  pra não ter estrias na barriga.- disse tentando se desvencilhar do braço dele.
Sentir a barba dele roçando seu pescoço lhe provocava arrepios. Ele notou isso; riu.
__Para! Você prometeu ontem, esqueceu?-reclamou Karen.
__ É que ficar assim ao teu lado me deixa louco. Pode não acreditar, mas depois que a gente se separou não transei mais com ninguém...Olha o meu estado!- levantou o lençol, passando a mão por seu membro duro por cima da cueca.
Ela aproveitou e saiu da cama.
__ Fujona!!- ele riu.
__ Não estou fugindo! Tenho que ir ao banheiro!
Karen saiu rapidamente do quarto, entrando no banheiro.
Fechou a porta e se encostou nela  para recuperar o fôlego.
Por mais que quisesse ser fria com ele, não conseguia.
Seria verdade o que ele disse sobre não ter ficado mais com ninguém? Difícil acreditar! Um homem como  Daniel não precisava fazer nenhum esforço  para levar uma mulher para a cama.
Quando Stella o deixou comentou que que pulava de cama em cama,  tentando esquece-la.
Mesmo desconfiada, ela sentiu prazer em ouvir isso da boca dele.
Entrou no chuveiro, tomou banho e lavou os cabelos.
Saiu enrolada na toalha.
Daniel ainda estava deitado.
__Pode me dar licença? Preciso me  vestir?
__ Não!- ele brincou
__ Vai sim! -ordenou. __Sua filha está com fome; quer café.
__Sei... - levantou.
Ela desviou o olhar. Ele riu.
__Com medo de não resistir, meu  amor...?- debochou, vestindo a calça.__Pronto! Estou vestido!
Ela se virou e o empurrou para fora do quarto. Ele saiu rindo.
Karen secou o cabelo e vestiu o uniforme do trabalho e em trinta minutos estava na cozinha.
Ela pegou uma torrada e levou a boca. O aroma de café passado se espalhava pela casa. Daniel estava sentado com uma xícara nas mãos.
__Que cheiro maravilhoso! Não vejo a hora de poder voltar a beber café.- disse ela, esquentando uma xícara de leite no microondas.
Sentou em frente a ele, depositando sua xícara na mesa.
Ele a encarou com uma expressão enigmática.
__Porque me pediu para ficar aqui, com você, a noite passada, Karen? - foi direto na pergunta.
Ela se surpreendeu, levantando a cabeça.
__Tenho que responder?
__Gostaria de saber, por que eu fico confuso com suas atitudes. Uma hora me  rejeita, na outra me pede pra dormir com você. Assim vai me deixar louco! - revelou, bebendo um gole do café.
Ela não respondeu. No fundo ele sabia a resposta.
Ela disfarçou, olhando as horas .
__ Já são nove horas. Vai me dar uma carona até ao trabalho? E você vai trabalhar só a tarde?
__Karen, não muda de assunto! Vou te levar, então temos algum tempo sobrando, ok?
__ Não sei responder, Dani. Um momento eu quero que tudo volte ao normal entre nós, no outro lembro, que talvez, você não mereça meu perdão. Eu também estou confusa!
Ele a encarou;  seus olhos demonstravam uma certa tristeza.
__Eu preciso que me dê uma chance, Karen. 
__ Aí é que está ! Quando pedi uma chance, eu não tive... Isso não sai da minha cabeça. Eu sofri demais. Acho que agora, tenho medo de passar por isso de novo. Estou tentando, Daniel... Então não apresse as coisas, por favor!
Ele pegou sua mão e beijou  a palma.
__Tudo bem. Já é uma esperança para mim.
__Posso eu, fazer uma pergunta a você? Só responda se quiser.
__ Qual  é?
__ O que você disse lá no quarto sobre não ter transado com mais ninguém... você sabe ...depois que nos separamos... é verdade? Porque com Stella não era assim, você mesmo contou..
__ É verdade, Karen. Saía do trabalho e ia para casa... Bebia até o sono chegar. Nenhuma mulher me interessava... Só pensava  em  você e nos momentos que  passamos juntos. Você é a mulher da minha vida! Nunca tive dúvidas sobre isso. Amei Stella, mas não como amo  você. É diferente..
Ela sorriu satisfeita com a resposta. Ele levantou indo até a ponta da mesa,  se curvou, agarrando seu queixo e dando um beijo leve nos lábios dela.
__Se já tomou seu café podemos ir.  Quero passar em casa, para tomar um banho, antes de ir ao escritório.
Karen assentiu com a cabeça meio zonza. Ele conseguia com qualquer gesto de carinho  a fazer perder o chão.
Uma hora e meia mais tarde,  ele a deixou em frente ao restaurante. Karen se despediu com um beijo e um sorriso da parte dele.
Talvez as coisas começassem a dar certo entre eles. - pensou Karen.





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SEGUNDA INTENÇÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora