Capítulo III

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A madrugada estava quente e Karen resolveu dar uma volta no jardim. Todos já dormiam, ela porém, estava sem sono. Tia Neila fez questão que ficasse lá, dizendo que não havia necessidade de ir para casa tão tarde.
Sentou num banco admirando a noite. Soprava uma brisa e ela afastou os cabelos tentando encaixar os fones do celular no ouvido.
Ouviu um barulho atrás de uns arbustos e logo apareceu a silhueta de Daniel.
_ Sem sono, Cinderela? - perguntou parado a sua frente.
_ Aham. Gosto de ficar assim... Ouvir música me acalma. Achei que tinha ficado com sua noiva no hotel. - ela sorriu, deixando o celular de lado.
_ Pois eu acho que você "acha" demais. Só a levei para lá. Não estou disposto a aguentar seus chiliques. Não hoje.
Karen riu do comentário.
_Como conheceu a Stella? Foi amor à primeira vista?- indagou com um misto de curiosidade e um certo medo da resposta.
_ Nos conhecemos numa balada, ficamos e acho que nos acostumamos um com o outro.Tiveram alguns acontecimentos no percurso que praticamente, me amarraram a ela. Noivamos. Ela mora em Brasília e seus pais em Goiás. Eles têm algumas fazendas lá. Ela trabalha num escritório de advocacia, já foi modelo famosa, viajava muito até que um acidente a fez abandonar a carreira internacional. E você, Karen? Namora alguém?
_ Não. E você faz o que, Daniel?
_ Lido com tecnologia da informação. Administro a empresa do meu pai. Sou o braço direito dele e um dia tudo que é dele será meu, então faço tudo da melhor forma possível. Sou filho único. E você? Estuda?
__ Pretendo entrar na faculdade...mas por enquanto, preciso sobreviver. Trabalho numa loja de calçados.
_ Seus pais moram aqui no Rio? - indagou mais para puxar assunto.
_ Sim, na Zona Sul. Eles resolveram renovar os votos de casamento fazendo uma segunda lua de mel. Falei com eles hoje. Estão em Amsterdã. Voltam daqui a dois meses.
_ Estranho, você e a Stella... Normalmente, quando se ama quer se estar sempre junto. Acho que não conseguiria ter um relacionamento assim, EAD.
Daniel riu da comparação.
_ Complicado, né? Mas eu duvido que não tenha ninguém. Algum ficante talvez... assim sem muito compromisso. - insistiu ele, as mãos no bolso da calça.
_ Não. Como diz Sigmund Bauman, não estou atrás de relações líquidas. - sorriu. _Terminei com meu namorado já há algum tempo. Cheguei a conclusão que não precisava viver um relacionamento baseado em mentiras e desconfianças. Rafael me traiu várias vezes.
_ Esse cara deve ser um imbecil, por não te valorizar. A pessoa por quem você se apaixonar com certeza terá tirado a sorte grande!
Se aproximou mais, sentando ao lado dela. O perfume dele traduzia em notas toda a sua masculinidade e a deixava totalmente inebriada.
_ Menos, Daniel... menos. Tenho meus altos e baixos. Defeitos, todo mundo tem. - disse encarando seus olhos negros.
_ Amaria conhecer seus defeitos. - disse levando a mão para retirar uma mecha de cabelo que insistia em cair sobre o rosto de Karen, arrumando atrás de sua orelha.
Aproximou seu rosto do dela e tocou suavemente, seus lábios com o polegar, olhando sua face como se quisesse decorar cada detalhe dela. Ela fechou os olhos e Daniel tocou com suavidade suas bochechas com os nós dos dedos numa deliciosa carícia.
_Você é a garota mais linda que já conheci. Tem algo em você que me encanta...Acho que é seu sorriso, sua meiguice... Você é sexy, sem ser apelativa.
Ele chegou mais perto e Karen pode sentir seu hálito quente bem junto aos seus lábios e então, os tomou em um beijo, no início, suave, mas que se intensificou, quando introduziu a língua, tornando o beijo mais quente e sensual.
Karen gemeu baixinho sentindo as mãos de Daniel afastarem seus cabelos, expondo seu pescoço. A boca deslizou quente pelo maxilar, beijando com suavidade toda a sua extensão, provocando um incêndio em sua intimidade. Sua barba roçava sua pele provocando arrepios e Daniel enfiou a mão por baixo de seu vestido, acariciando sua coxa. E então, a puxou para que se sentasse em seu colo, buscando seus lábios novamente. A razão dela dizia para parar, mas seu corpo não obedecia.
Karen o abraçou como se sua vida dependesse daqueles beijos, correndo as mãos por suas costas, fazendo Daniel soltar um suspiro. Lentamente, ele desgrudou sua boca, acalmando a respiração com a testa encostada na sua. Ela sentiu sua ereção de encontro a sua perna.
_ Meu Deus, garota, mal te conheço e você já está me levando a loucura! Vamos entrar antes que eu cometa uma bobagem da qual poderemos nos arrepender depois! - alertou Daniel passando a mão nos cabelos, num gesto visivelmente nervoso.
Karen caiu em si. Ele também mexia com algo desconhecido dentro dela.
Entraram e subiram as escadas em silêncio, indo cada um para o seu ao seu quarto.
_ Boa noite, Cinderela .- sussurrou no seu ouvido.
Ela sorriu e a pergunta foi inevitável:
_ Posso saber o porquê do apelido?
_ Uma hora te conto ou melhor te mostro. - piscou um olho sedutoramente.
Ela assentiu e ele esboçou um meio sorriso de canto de boca
Karen entrou sem fazer barulho para não acordar Marina, que dormia abraçada a um travesseiro. Pensou em acordá-la para contar, mas resolveu esperar e pensando nos beijos de Daniel, adormeceu sorrindo.

 Pensou em acordá-la para contar, mas resolveu esperar e pensando nos beijos de Daniel, adormeceu sorrindo

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