Capítulo XI

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Na quinta feira, a ficha começou a cair. Durante dois dias, Karen ligou várias vezes, mandou mensagem. Nenhuma notícia.
Parou de pensar, "que talvez isso ou talvez aquilo..." A realidade era essa: foi usada durante um final de semana e jogada fora. No fundo, algo sempre lhe dizia que isso iria acontecer. Mari tinha toda a razão quando a alertou sobre esse relacionamento. Como fora idiota! Se deixou levar pela carência de carinho, de companhia ...
Deus, ele é noivo! Cinco anos, com a mesma pessoa! Que pretensão achar que ele deixaria Stella por sua causa! Deixou que as lágrimas rolassem. Precisava extravasar a dor que sentia .
Naquele dia, desligou o celular e não abriu as janelas do apartamento. Queria ficar só.
Pensou no que ele havia dito, que queria que ela trabalhasse na empresa dele. Realmente, era um ator e tanto e a boba aqui, caiu na lábia do gostosão! 
Jamais se deixaria ser usada de novo!  Perdeu o emprego por causa dele!
Chorou mais um pouco e agora já não sentia dor. A raiva  de si mesma começou a tomar conta dela.
Karen acordou, na sexta feira, com uma tremenda dor de cabeça. Tomou um banho, fez um café e quando preparava uma torrada, seu celular tocou. Era Mari.
_ Graças a Deus! Aonde você se meteu, criatura? Estou tentando falar com você desde ontem!
_ Oi, Mari! - disse com voz triste, quase chorando.
_ Que voz é essa? O que houve?
_ Nada, só amanheci um pouco depressiva hoje.
Não teve coragem de abrir o jogo com sua amiga, logo de cara.
_ Sem essa, Karen! Aconteceu algo, me fala, foi o Dani, né? 
Era impossível esconder seus sentimentos da amiga, ela a conheci melhor do que ninguém.
_ Há quatro dias não atende e não responde nenhuma das minhas mensagens. Infelizmente, tenho que dar o braço a torcer... Você tinha toda a razão quando disse para não ficar tanto na dele. Estou péssima!
_ Vou matar aquela peste! Quem ele pensa que é para fazer isso! Eu avisei, que você era especial, legal, do bem ... que ele não aprontasse nada que te fizesse sofrer!
_ A culpa também é minha. Eu me deixei levar, Mari. Só não comenta nada com o tio e a tia, por favor! Estou me sentindo envergonhada com essa situação. Tu mesma sabe que me guardei para alguém especial...
_Claro. Jamais falarei qualquer coisa sem seu consentimento. Fica tranquila, e mais, quem deve se envergonhar é ele e não você. Eu a alertei, mas jamais julgarei seus atos, Karen. Eu sei que você o ama. Me sinto, um pouco, culpada por indiretamente, tê-lo te apresentado.
_ Você não existe, Mari! Obrigada, por ser minha amiga.
_Karen, hoje, não tem desculpa. Você vai sair com a gente como combinamos. Nada de ficar em casa e vou passar aí, para te pegar. Vamos levantar esse astral! Nenhum macho merece que uma mulher linda, como você, fique chorando, em casa, em plena sexta-feira à noite. Se produz e vamos sair!
_Preciso mesmo sair para esquecer. Vou te esperar.
_Ok. Se precisar de mim, liga. Te amo .
_Obrigada, também te amo. Beijo.
Karen comeu um sanduíche no almoço e voltou para cama. Queria dormir e esquecer.
Acordou por volta das cinco da tarde. Lavou e escovou os cabelos e para vestir, escolheu uma saia longa, transpassada, que realçava suas curvas e blusa de um ombro só. Sandálias  de salto médio. 

 

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"Cinderela"...lembrou do apelido carinhoso. Covardia da parte dele despertar sentimentos intensos e depois se afastar sem ao menos uma explicação. 
Estava acabando de se maquiar quando ouviu o interfone.
_ Já estou descendo, Mari.
Desceu e atravessou a rua, entrando no carro do casal de amigos. Cumprimentou André e seguiram até ao local.
_ Espero que não se importe, Karen, mas Pedro estará lá. - avisou André.
_ Sem problema, André, minha saída do Réveillon não teve nada a ver com ele.

SEGUNDA INTENÇÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora