"Querida Zoey,
Odiei a forma como acordei hoje: simplesmente não estavas a meu lado, e isso tirou-me do sério. Decidi não seguir a minha rotina e sim procurar-te pela casa, mas mesmo não te encontrando, ia perguntar por ti à minha mãe, que se arranjava, como todos os dias, no seu quarto àquela hora; mas eu, urgentemente, necessitava de ir à casa de banho. Foi a minha sessão relaxante mais rápida de sempre, e provavelmente a mais constragedora. Zoey, eu sei o que estou a dizer pode parecer ridículo, mas eu preocupo-me mais contigo do que comigo mesmo!
Senti-me aliviado, quando fui perguntar à minha mãe onde estavas e ela disse-me que tinhas ido comprar pão, pois ela estava à espera que eu fosse, mas não me querias acordar. Foste uma querida, para ser sincero.
Depois, lembro-me de estar a alimentar o Blub, o meu peixe dourado, onde o seu aquário redondo se encontrava ao parapeito da janela, onde tinha a possibilidade de ver toda a gente que passava pela entrada da minha parte. Irritou-me plenamente quando te vi a andar de um lado para o outro com o telemóvel literalmente colado à tua cara, com os seus sorrisos de orelha a orelha. Saí de casa a tentar fingir que estava nas calmas, mas foi complicado, mesmo contigo ao telemóvel, decidi beijar-te, para a pessoa que estava no outro lado da linha pudesse ouvir, peguei no saco com os pães e afirmei "Deixa isto comigo, amor" e entrei mais uma vez dentro de casa.
Tu não largavas o telemóvel, então quase que te obriguei a desligar.
Só me lembro que tinha sido a nossa primeira discussão. Os nossos primeiros trinta minutos mais constragedores da nossa relação. Foi esquisito. Mas já passou, felizmente.
Niall".
