A caminho da morte

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                                                                   Ainda Marco

Nosso sangue gelou nas veias, quando Issey cochichou qualquer coisa com os empregados. Nossa situação devia ser tão feia, que até o Akira resolveu interceder por nós:

— Papai, por favor...

— Não se preocupe, Akira. Eles só vão ter o que merecem por terem invadido o depósito e feito essa bagunça.

Os quatro empregados pegaram cada um de nós por um braço e saíram arrastando porta afora. Fomos trancados na mala de uma perua, e o carro começou a se afastar.

— O que vai acontecer com a gente? — choramingou Maria Luíza.

— Depois que você fez o favor de dizer para o Issey que a gente sabia que ele era da Yakuza? — resmungou a Cat. — Você tem três chances para descobrir o que vai acontecer com a gente, Anta Loura!

— Eu não quero morrer!!!...

Milena, que nunca entregava os pontos facilmente, sussurrou:

— Nós não vamos deixar que eles matem a gente! Vamos dar um jeito de fugir!

— Você tem algum plano, Milena? — perguntei.

— Não. Só estou tentando levantar a moral da tropa.

Cat observou, no estilo sombrio dela:

— Eles estão nos levando para algum lugar deserto, onde irão nos eliminar, sem testemunhas.

— Tudo culpa sua, Milena! — acusou Maria Luíza.

— Minha?!

— Claro! Se você não tivesse inventado esse maldito jornal, a gente não estaria a caminho da morte!

— Se eu não tivesse nascido também não estaríamos aqui! Dava no mesmo! — retrucou Milena, irritada. — A culpa é sua, Maria Luíza!

— Minha?!

— Quem mandou dizer que sabia que o Issey era da Yakuza?

Cat entrou na discussão, mais para jogar lenha na fogueira do que para acalmar:

— De uma coisa eu tenho certeza: minha a culpa não é! Afinal, eu nem desconfiava do Issey!

Eu resolvi apagar o fogo, antes que o incêndio se alastrasse:

— Gente, dá pra parar? Eu tenho um plano.

Elas fizeram silêncio e olharam para mim. Eu expliquei:

— Quando eles saltarem com a gente, vou derrubar o cara que estiver me segurando. E então vou correr.

— Que legal! — ironizou Maria Luíza. — Depois de se salvar, você pretende assistir à nossa execução ou vai para casa dormir?

— Eu vou distrair os caras, Maria Luíza! Eu quero que eles se surpreendam e resolvam me seguir, para deixar vocês em paz! Quando eles bobearem, vocês tem que aproveitar e sair correndo!

— Pode funcionar, Marco. — aprovou nossa lourinha. — Vamos fazer isso, então. E depois que você derrubar seu oponente, cada uma vai correr para um lado, para confundir os bandidos!

Milena sugeriu:

— Bem, como eu faço capoeira, posso ajudar derrubando um dos bandidos...

— Não senhora! — protestei. — Não se meta a dar uma de valentona!

O Mistério dos Três DragõesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora