Operação Japão

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                                                                           Marco

Cheguei à casa da Cat meio atrasado, levando uma mochila com ferramentas, para invadirmos o depósito do ex-mafioso japonês. É claro que a minha mãe pensava que a mochila era para eu poder dormir na casa de um amigo, do mesmo modo que as mães da Milena e a Mári pensavam que elas iam dormir na casa da Catarina. A Cat, por sua vez, disse ao avô que ia dormir na casa de uma das outras meninas. E assim, camuflados por este emaranhado de mentiras, estávamos quase prontos para agir.

— Ora, salve, até que enfim, Marco! — cumprimentou Maria Luíza, quando me viu entrando no laboratório improvisado do porão. — Já estávamos preocupadas!

Examinei as garotas. Elas já estavam prontas para a missão. Usavam roupas pretas, cabelos presos em rabos-de-cavalo e tinham uma espécie de aparelho de surdez nas mãos.

Não deu para segurar o riso.

— Ei, o que são essas roupas pretas? Está todo mundo fantasiado de Catarina? Tirando ela mesma, é claro!

— É a Operação Japão, seu bobo! — esclareceu Maria Luíza.

— Eu sei, Maria! Estou brincando.

— Não me chame só de Maria, Marco Antônio! Você sabe que eu não gosto!

— Onde está sua roupa preta, Marco? — exigiu Milena.

— Embaixo do casaco. O que vocês estão fazendo? Que aparelhos são esses?

Maria Luíza anunciou, deliciada:

— São escutas. Não é o máximo?

Olhei para Catarina. Compenetrada, ela parecia ajustar as maquininhas.

— É sério, Cat?

— É. Aquele telefone de lata foi o fim! Comprei quatro escutas no centro da cidade. Meu avô achou a maior graça, pensando que é para a gente brincar de espião.

— E funcionam?

Catarina levantou os olhos das maquininhas por um momento.

— Estou tentando fazer isso.

— Vamos poder falar os quatro ao mesmo tempo?

— Assim que eu ajustar as frequências.

Maria Luíza propôs, entusiasmadíssima com aquele avanço tecnológico do Primeira Página:

— Temos que arranjar codinomes para usar, como nos filmes!

— Como assim?

— Alguma coisa do tipo: "Aqui é Raposa Vermelha para Águia Dourada. Câmbio".

Enquanto o gênio da turma ajustava os comunicadores, ficamos entretidos com a invenção dos codinomes.

— Tem que ser um codinome que tenha a ver com a nossa personalidade, para ficar mais fácil de lembrar — opinei.

— O Marco tem razão. — concordou Maria Luíza. — Vamos começar pela Milena. Já que ela é nossa chefe, nada melhor do que ser o rei dos animais. Que tal "Rei Leão"?

— Eu não sou garoto. Tenho que ser uma leoa.

— Isso é um codinome. Não tem essa de menino ou menina. — argumentou Maria Luíza. — E, além disso, leoas não mandam na selva, e sim, os leões.

O Mistério dos Três DragõesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora