Capítulo 8 - Homofobia

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Koda nunca imaginou que um dia iria conhecer seus avós, mas também nunca imaginou conhecer o seu pai, e lá estava ele, morando na casa dele. O ruivo sentia uma mágoa dentro de si. Sua mãe escondeu o passado tão bem, que o privou de ter a relação familiar com os seus parentes, porém, com a reação de Devon ao ver o simples carro dos seus avôs, o fez ficar com um pé atrás, principalmente quando escutou a palavra pastor antes do nome do seu avô.

Era pedir muito para que o seu avô seja aqueles pastores liberais?

Coisa que duvidava muito, se sua mãe cresceu tendo o seu pai sendo o pastor, os seus pensamentos conservadores tinham sentido. Agora entendia o preconceito dela.

— Vai ficar parado aí ou o quê?

A voz profunda do capataz o tirou dos seus pensamentos. Balançou a cabeça e viu que ainda estava parando em frente a porta feito um tonto segurando várias sacolas.

— Oh! Acho que acabei saindo de mim. Vai na frente? — indicou com a cabeça.

— Vamos!

Devon abriu a porta com ajuda da sua perna, pois as suas mãos também estavam ocupadas.

Koda respirou fundo e assim prosseguiu seguindo o cowboy. Ao adentrar a casa, a primeira coisa que viu foi o seu pai com Sheldon em seu colo, os dois estavam ao lado do sofá maior. O seu gato lambia preguiçosamente a sua pata e Thomas acariciava seu pêlo felpudo.

Aquela cena o fez sorrir, mas logo a sua visão foi direcionada para um casal de idosos sentados no sofá em frente a porta. Os dois estavam olhando para ele. A senhora que tinha cabelos brancos na altura da nuca e olhos azuis, se levantou calmamente, o senhor que estava ao seu lado a seguiu.

O homem tinha os cabelos e a barba completamente brancos, usava um óculos de grau de armação preta, ele tirou o chapéu da cabeça e fixou o olhar para Koda, mas fez uma careta de desgosto ao olhar para Devon.

— Eles chegaram! Não disse que não iam demorar tanto? — Thomas comentou com um sorriso de lado. — Filho, o que achou da cidade? Pelo que vejo, fez muitas compras, muito bom!

— Achei o trânsito bem calmo e as pessoas pareciam muito simpáticas, além de que fiz amizade com Matilde e o Senhor Watt... Ah, e também fiquei amigo da Rosetta. — ele sorriu para o seu pai.

— Hum, Thomas? — o senhor chamou a atenção. — Poderia?

— Ah, perdão! — o vaqueiro suspirou. — Filho, quero lhe apresentar o Pastor Jimmy e a Senhora Lisa Harris, seus avôs.

A senhora caminhou até chegar a sua frente.

— Ele é a sua cara, Thomas! Mas ainda vejo traços da minha menina. — Lisa observou sorridente.

— Oi! Er... é um prazer conhecê-la. — ergueu a mão para cumprimenta-la, mas a sua avó foi mais rápida e o abraçou.

— Finalmente está em casa! — exclamou ela. — Jimmy, venha conhecer teu neto.

— Está grande e robusto. Não me surpreende. Faz anos desde a última vez que o vimos. Thomas, devo lhes dar os parabéns, pois tentamos de tudo para trazê-lo para casa. — comentou Jimmy.

— Perdão... da última vez que me viu? Quando foi isso? — indagou Koda confuso.

Lisa suspirou e apertou carinhosamente o seu ombro. — Quando você era um bebê. Viajamos para Nova York para ajudar a minha Katherine em sua gravidez, mas mesmo insistindo em mudar a cabeça dela, nada a fez mudar. Foi a época que mais orei em minha vida, mas de nada adiantou.

Meu Capataz  - (Romance Gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora