Capítulo 1

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— Vamos meu amor? — peguei na mão da minha pequena — Até amanhã Ashley — falei alto para a ômega que acenou para mim.

Liv e eu saímos da pequena escola onde eu trabalhava durante a tarde, o mesmo período que minha pequena estudava. Olívia era o centro do meu mundo, com seus longos cabelos loiros escuros e nariz de botão, ela parecia muito comigo. Exceto que meu cabelo é liso e o dela forma cachos nas pontas. Mas também tem seus olhos.

Olívia possui olhos verdes, brilhantes como esmeraldas. O que, se pensar bem, não faz sentido já que tenho olhos azuis e Ronan olhos castanhos.

— Podemos comprar doces? — ela me perguntou.

— Podemos sim, mas só uma rosquinha — respondi e ela sorriu concordando.

Eu tinha que apertar um pouco as contas de casa, mas não podia deixar de dar pequenos mimos para a minha filha. O dinheiro em casa era contado, meu salário dava para o extremo necessário e Ronan, bem, ele tinha outras prioridades.

Chegamos em casa rindo do rosto sujo da minha filha, cheio de açúcar cor de rosa, mas a risada de Liv morreu quando viu meu marido, automaticamente ela se escondeu atrás de mim.

— Olá meus amores — Ronan sorria como se de fato fossemos uma família feliz. Ele se aproximou de mim, segurando meu queixo com muito mais força do que o necessário e deixando um beijo rápido nos meus lábios. Ele tentou tocar os cabelos de Liv, mas ela se afastou assustada — Essas crianças — ele riu e voltou a arrumar uma mochila, como se o fato de sua "filha" se esquivar apavorada de seu toque, fosse apenas uma traquinagem.

— Querida, por que você não vai para o seu quarto e se prepara para tomar banho? Papai já vai te ajudar, ok? — eu falei para a minha filha, que concordou, olhando de canto para Ronan e então subindo as escadas correndo — Ronan, o que você está fazendo?

— Arrumando minha mochila — ele disse simplesmente, enquanto colocava uma blusa preta e uma arma dentro da bolsa.

— Arrumando para o que? Ronan, me responde! Para o que você precisa de uma pistola? No que você está metido? — perguntei desesperado.

— Não se preocupe, não precisa ocupar essa sua pequena cabecinha de ômega com esse tipo de coisa. Eu sei o que estou fazendo, só achei um jeito fácil de ganhar dinheiro — ele deu de ombros.

— Por favor, você prometeu que ia parar de se meter em problemas. Não estamos em Doncaster, onde seu pai pode livrar a sua cara! Estamos em Londres! Por Deus, pense um pouco na sua família!

— Eu estou pensando — ele rosnou para mim, me empurrando e batendo minhas costas contra a parede — Acha que gosto de morar nessa pocilga? Eu quero uma casa de verdade, um carro de verdade, quero uma vida de verdade!

— Se você arrumasse um EMPREGO DE VERDADE, teríamos tudo isso! — gritei de volta — Você não para em emprego nenhum, vive de bicos, metido em confusões e gasta todo o dinheiro que ganha em bebidas, jogos e com outros ômegas!

— Oh, está com ciúmes? — ele zombou — Eu não teria que arrumar outros ômegas, se o meu não fosse tão gordo e prestasse para alguma coisa!

— Eu não me importo se fode outros ômegas — eu disse com lágrimas nos olhos, outra humilhação, eu já deveria estar acostumado — até agradeço, assim você me deixa em paz! Mas você não pode gastar o dinheiro da nossa família!

— Eu faço o que quiser com o meu dinheiro! — ele rosnou, usando sua voz de alfa e machucando meus ouvidos. Depois, como se nada tivesse acontecido, ele voltou a sorrir — Volto logo, não me espere acordado.

Look After YouWhere stories live. Discover now