Cap 60- Penúltimo

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Antony:

Não saberia dizer se foi minutos ou segundos, porém o tempo parou naquele momento, o rostinho daquele bebê minúsculo não saia de minha cabeça, meu bebê. As lágrimas vinham como cachoeira, eu não sou de chorar, apenas chorei desta forma uma vez, quando perdi minha filha... E agora eu choro pela mesma coisa, pela perda de um filho, só que de forma mais cruel.

-Senhor precisamos ir.-o chefe de polícia diz com uma mão em meu ombro.
-Já acionamos a perícia, agora é com eles, precisamos ir para a delegacia.

Junto forças e me levanto, deixando com que minhas lágrimas caíam.

-Senhor.-um dos policiais grita o chefe.

-O que foi?

-Precisamos do senhor aqui, achamos uma coisa.-grita e corre pelo mesmo caminho do qual veio.

Vamos às pressas ao seu encontro, ainda na floresta, porém em um lugar mais afastado. Quando chegamos perto de uma árvore, os policiais presentes dão passagem para que seu superior passe.
Travo, travo ao ver aquela cena, minha cabeça demora assimilar o que está acontecendo, encaro o policial e ele me sorri, talvez compaixão... E então o sorriso alcança meu rosto.

-Faça as honras Antony.-me diz dando passagem.

Uma pequena cesta, encostada na grande árvore, tão pequena quanto a pessoa que está na mesma. Os olhinhos espertos estão abertos, seu corpo embrulhado em sua manta azul, apenas o rostinho a aparecer.
Me abaixo e não consigo conter a felicidade, meu coração volta a se encher de alegria, esquecendo toda a tristeza de segundos atrás.

-Oi meu amor.-o pega com cuidado em meu colo.

Seu corpo quentinho se encontra contra o meu peito, eu o aconchego e cheiro seus cabelos claros.

-O papai está aqui pequeno.-seus olhinhos compridos estão cansados.
-Você está com fome? Quer a mamãe filho? Ela vai ficar tão feliz quando te pegar no colo... Prometo meu pequeno guerreiro, te prometo que nunca, ninguém nunca mais irá te tirar de perto dela.-deixo minhas lágrimas escorrerem, porém agora são de alívio, felicidade.

-Acho melhor levarmos ele o quanto antes para o hospital.-um dos policiais diz é concordo.

Seguimos para a viatura, Vitória fica todo o tempo em meus braços, não irei soltar meu menino hora alguma, enquanto ele não estiver novamente nos braços da minha menina, Belle deve está desesperada...
Quando chegamos ao hospital várias enfermeiras vêm ao meu encontro.

-Vou levar ele pra checar como está.-diz uma enfermeira tentando tirar ele de meus braços.

-Depois, agora não.-me recuso entregá-lo.

-Mas senhor...

-Mas nada, mais tarde, vou entregar meu filho para minha mulher, e ninguém vai me impedir.-a ignora e saio entre os corredores atrás do quarto de Annabelle.

Brenda e Mathias estão na porta, seus olhos estão vermelhos, e quando me vê, ou melhor, vê Vitório em meus braços... suas feições mudam.

-Graças a Deus.-Brenda caminha a passos largos até mim, observa Vitório e passa seus dedos nos cabelos do bebê.

-Já estávamos com o coração na mão cara.-Mathias diz chegando perto de mim.

-Ele tá bem, graças a Deus está bem.-ele continua com os pequenos olhinhos direcionados a mim.

Olho para porta do quarto e estranho que eles estão aqui fora, e não lá dentro com Annabelle.

-Como ela está?

"Da Tragédia Ao Amor"Onde as histórias ganham vida. Descobre agora