Cap 16- Novo Amigo!

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Annabelle:

Eu realmente não quero falar sobre o pai de Angel, ainda mais para alguém que eu mal conheço. Eu convivo diariamente com o medo dele descobrir sobre ela e querer seus direitos, se ele tirar Angel de mim eu não seria nada, ela é minha vida, é por ela que ainda sou forte.

-Me conta mais um pouco sobre você.-mudo de assunto para não ficar um clima tenso.

-Bom, não tenho muito o que dizer, não tenho muitos parentes, só algumas tias que moram em outras cidades, e meus pais são pessoas do campo, moram em uma fazenda.

Queria pelo menos uma vez na vida ter pais, pelo menos uma vez não ter se ser a adulta, queria ser cuidada e não cuidar, mas infelizmente isso nunca vai acontecer.
Não consigo nem lembrar direito do rosto dos meus pais, lembro vagamente de minha mãe brincando comigo, mas em todos meus pensamentos e sonhos, seu rosto é apenas um borrão, é o pior que nem fotos tenho. Assim que levaram Alisson é eu para o orfanato, só tínhamos nossas roupas, nossos brinquedos, fotos... Tudo ficou na casa que era nossa, e creio que foram para o lixo. Por isso que onde Angel vá, eu levo uma foto da mãe para ela, para que ela saiba o quanto ela foi amada pela mesma, e para nunca esquecer de seu rosto.

-Só tem contato com a tia que está aqui no hospital...-volto ao meu raciocínio inicial.

-Aaah, sim.-responde sorrindo.

Senhor das moças puras, me olha, me proteja desse mal caminho que está bem na minha frente.
Ele disse que mora sozinho, mas será que tem namorada?

-Tem namorada?

De onde eu arrumei essa coragem? Aí que vergonha.

-Não, sou divorciado, e você?.-parece se interessar pelo assunto.

-Eu sou solteira.-tenho certeza que estou que nem um pimentão de tão vermelha.

TOC TOC

-Entra.

E lá está Brenda entrando. Assim que ela passa pela porta ela vê Antony, e adivinha? Olha pra mim e dá um sorrisinho safado.

-Desculpa incomodar.

-Você nunca incomoda amiga.

-Titiaaaaa.-diz Angel esticando os bracinhos roxos pelas injeções diárias.

Cada dia que vejo aquelas marcas me lembro de tudo que passou, e do transplante... Ainda penso que existe uma família sofrendo a dor da morte de uma criança inocente, é isso me deixa realmente mal.

-Olha se não é minha catarrenta preferida.-diz pegando a pequena que ri com a brincadeira da tia.

-Nu xo carrenta tia.-aquela cara de brava era para assuntar? Porquê assustamos... Mal sabe ela rsrsrs.

-Não gatinha, não é.-beija a face de Angel.
-Olá, sou Brenda, amiga dessa aqui.-diz apontando para mim para logo em seguida estender a mão para Antony.

-Sou Antony, prazer.-pega sua mão lançando um pequeno sorriso.

-O que acha de ir até o jardim nanica?

-Vamo tia, tô picisando de ar, agora me põe no chão favor.-diz se esquivando do colo.

Brenda a coloca no chão e a mesma se vira pra mim.

-Mamãe, até daqui a poco.

-Ok sua pequena independente.-aperto sua bochecha.

-Ai ai, xo fofa, mas não pecisa apeta.-massageia a bochecha
-Tchau tio Antony.-beija sua bochecha o pegando de surpresa.

"Da Tragédia Ao Amor"Onde as histórias ganham vida. Descobre agora